Estatísticas sobre o perfil de gamers diz que estamos envelhecendo

28 de março de 2011

Estatísticas sobre o perfil de gamers diz que estamos envelhecendo

Que jogos não são coisa de criança já sabemos há muito tempo. Mas então são coisa de quem?

Nos últimos anos, a idade dos jogadores vem subindo rapidamente. Segundo pesquisas realizadas nos EUA indicam que nossa idade média era de:

  • 29 anos em 2004,
  • 30 anos em 2005,
  • 33 anos em 2006,
  • 35 anos em 2008 e 2009
  • e 37 anos em 2010.

Um jogador médio começou a jogar há 12 anos, ou seja, desde 1999. Esse jogador, provavelmente ensinou seus pais a mexerem no computador, no videogame e até enviou e-mails com games engraçadinhos para a mãe, tentando convencê-la a jogar. Pois é, funcionou. Eles estão jogando também.

Apesar disso, quem paga pelos jogos tem em média 40 anos. Essas idades estão se aproximando, o que indica que mais e mais pessoas estão comprando jogos para si mesmas e não para seus filhos. Isso significa que mais e mais pessoas estão começando a jogar já adultos, ao invés de termos a iniciação ao game apenas na adolescência como era na década de 90. 12 anos de jogo parece bastante, mas é pouco para uma média de 37 anos. Eu tenho 30 anos (jovem para a média americana), mas jogo desde o fim da década de 80, cerca de 22 anos como gamer (muito mais experiente que a média).

No longo prazo, as crianças das próximas gerações serão gamers desde o início da vida. A essa altura, não estaremos mais discutindo se jogos digitais são bons ou ruins, mas ponderaremos racionalmente quais os pontos fortes dos jogos digitais em relação às outras brincadeiras disponíveis para as crianças. Estudos no Canadá já nos informam que nossas crianças são em média maiores e proporcionalmente mais pesadas que nós éramos décadas atrás. Mas os jovens de hoje já perdem em força muscular e flexibilidade em relação a seus pais e avós.

Onde jogamos?

Outras estatísticas, publicadas pela BBC, indicam que o público inglês ainda é mais jovem, tendo em média 28 anos. Ainda assim, é uma idade muito mais alta que a imagem que temos do gamer adolescente que joga para extravasar a raiva e as frustrações de suas tendências antissociais. Crianças e adultos jogam na sala de estar, enquanto adolescentes e adultos jovens (até 24 anos) jogam em seus quartos.

Mudança de console

Em 2002, 20% dos gamers possuiam um celular ou outro portátil para jogar, hoje 37% jogam em dispositivos móveis.

A melhor notícia de todas é que 63% dos pais consideram que os jogos digitais fazem bem a seus filhos.

Se 40% de todos os jogadores são mulheres, nos jogos sociais elas são maioria, atingindo a marca de 55%.

E de contexto social?

No começo do mês, a apresentação de Chris Trottier no GDC 2011 trouxe uma visão muito específica do perfil dos gamers de jogos sociais. De acordo com Trottier, o jogador médio de jogos sociais é:

  1. Mulher
  2. Tem 43 anos
  3. Não procura por games na internet, joga o que lhe é apresentado
  4. Tem pouco tempo para cada partida
  5. Usa o jogo como forma de se expressar

É interessante notar que, segundo pesquisa da PopCap, a maioria dos jogadores de games sociais estão divididos em dois grupos: solteiros sem filhos e casados com filhos em casa (28% para cada grupo). 41% desse público trabalha pelo menos 30 horas por semana.

Fiquei triste em saber que apenas 4% dos gamers sociais entrevistados têm especialização, 9% tem mestrado e só 2% tem doutorado. Dada a idade média avançada dos gamers, era de se esperar que muitos tivessem alguma pós-graduação. Claro que no Brasil esta porcentagem deve ser ainda menor. A falta de profissionais especializados (em suas respectivas áreas) na comunidade de gamers é, sim, um problema, pois queremos que os videogames sejam utilizados em programas de treinamento dentro de empresas e nas salas de aula das universidades e escolas. O mesmo ocorre com as classes mais altas, que esnobam os jogos digitais ou acham que têm algo melhor para fazer.

Mas talvez eu esteja errado, talvez a revolução digital venha mesmo de baixo para cima.

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