The Witcher 2 (PC) Review: um RPG épico, maduro e muito desafiador
Talvez você tenha visto algumas imagens de The Witcher 2: Assassins of Kings e se perguntou: Por que eu jogaria um game exclusivo para PC onde o herói tem o cabelo igual ao da Xuxa? Tá, sabemos que você não se perguntou isto, mas de qualquer forma, aqui está a resposta desta questão fundamental: The Witcher 2 merece ser jogado por ser um RPG com uma história adulta e densa, que é muito bem contada ao longo das mais de 25 horas de jogo.
Como no primeiro game, lançado em 2007, a ambientação continua sendo no vasto mundo inspirado nas obras do autor polonês Andrzej Sapkowski. Neste universo, os Witchers são matadores de monstros dotados de poderes mágicos que carregam duas espadas: uma de aço para os combates comuns, e outra de prata, utilizada especialmente contra monstros.
É difícil resumir a intrincada trama de The Witcher em poucas linhas, visto que a narrativa do game é profunda e cada escolha que você faz pode levar a história por caminhos diferentes. Basicamente, você é Geralt, o Witcher que já foi o braço direito do rei, mas inicia o game trancafiado em um calabouço. O personagem não sabe como foi parar ali, e no decorrer do game a história de Geralt vai se desenrolando juntamente com a trama do game, que é bem pesada.
Logo no começo, pela linguagem forte utilizada pelos personagens, já fica evidente que este é um jogo para adultos. A história apresenta temas como estupro, prostituição, assassinato e traição. É imprescindível entender bem inglês para aproveitar o game, já que a trama e a capacidade do jogador mudar o rumo dela baseado em suas decisões são os principais atrativos do jogo. The Witcher 2 conta com 16 finais diferentes, o que sem dúvida acrescenta um enorme fator replay ao game.
Não é só a história de The Witcher 2 que é complicada. O jogo em si apresenta um nível de dificuldade alto, o que leva o jogador a morrer bastante logo nas primeiras horas. Isso é meio frustrante, mas os que conseguirem ultrapassar esta barreira inicial serão recompensados por uma grande aventura repleta de monstros gigantes, mulheres sensuais e momentos épicos.
É muito fácil ficar perdido neste jogo, pois ele te apresenta um amplo mapa, onde, em teoria, pode-se ir para qualquer lugar. A produtora CD Projekt fez um RPG para adultos, e sabe disso. Em nenhum momento o jogo segura sua mão para te guiar pelas partes mais difíceis. Embora isso contribua bastante com a dificuldade, é legal ver um game que não desmerece a inteligência e o senso crítico do jogador, e uma empresa que ainda invista em um público tão seleto.
No aspecto visual, The Witcher 2 faz bonito. Ele está longe de apresentar os melhores gráficos do ano, mas seu universo repleto de monstros e paisagens surrealistas consegue impressionar. Os efeitos de luz também são muito bem feitos, e os personagens são bem construídos e detalhados, embora algumas animações deixem a desejar de vez em quando.
O som do game se destaca com boas composições e uma dublagem carregada e cheia de palavrões, que na maioria dos momentos cumpre bem seu papel. A maior escorregada o game sem dúvida é em sua jogabilidade. O combate rola em tempo real, mas não se deixe enganar pelo gênero RPG do jogo: The Witcher 2 é essencialmente um button smasher.
Apesar das habilidades e ataques serem medidos por stats como em um RPG tradicional, o combate é focado na ação em tempo real, e poderia ter sido melhor executado. Os movimentos não trazem a mesma fluidez de outros bons jogos do gênero, deixando aos apreciadores de bons combates aquela sensação de que falta alguma coisa mesmo nas batalhas mais intensas.
Nos combates o jogador pode se valer de ataques físicos, magias, e um profundo sistema de poções que causam alterações de status. A evolução do personagem é feita em uma extensa árvore de habilidades, que pode ser preenchida de diversas maneiras, de acordo com as preferências de combate do jogador. Com o tempo, você poderá moldar seu personagem de acordo com seu estilo de jogo, o que faz de The Witcher 2 um jogo único para cada um que experimentá-lo.
No nível normal o jogo já é extremamente difícil, mas a CD Projekt criou algo ainda mais hardcore, o modo insane. Neste nível de dificuldade, não há continue: morreu, perdeu, terá de começar tudo de novo, pois o save game não pode ser utilizado. Se você zerar The Witcher 2 neste modo, parabéns! Você é um semideus dos games. Envie sua foto para a gente que nós vamos publicar na revista!
Se você ainda está se perguntando se deve ou não comprar The Witcher 2, a resposta é sim! Os pontos positivos superam os poucos pontos negativos do game, tornando-o um RPG de altíssima qualidade. Com uma história bem desenvolvida, dificuldade alta e considerável fator replay , The Witcher 2 é forte candidato a melhor RPG do ano.
Este review foi originalmente publicado na edição 24 da revista Arkade.