Análise Arkade: Energy Hook, o estranho novo game inspirado nas teias de Spider-Man 2

8 de julho de 2016

Análise Arkade: Energy Hook, o estranho novo game inspirado nas teias de Spider-Man 2

Se você jogou Spider-Man 2 no saudoso Playstation 2, então você certamente tem boas memórias sobre o game. Spider-Man 2 foi uma verdadeira revolução, foi o primeiro game do cabeça de teia a nos apresentar um mundo aberto — a cidade de Nova York –, e uma das mecânicas mais divertidas e memoráveis já vista: o sistema de balanço de teias.

Se você não jogou o game pode achar isso estranho, mas se balançar pelos arranha-céus de NY nesse game era muito divertido, o Homem-Aranha podia soltar teias que grudavam apenas em prédios e paredes (e não no céu como nos games de Playstation 1), podia realizar várias manobras diferentes em queda livre, combinar manobras com ataques, e ainda havia uma movimentação incrivelmente precisa, deixando o game — que em minha opinião e na de muitos é o melhor game do Homem-Aranha já feito –, incrivelmente divertido.

E eis que o cara responsável por esse sistema de teias de Spider-Man 2  Jamie Fristrom o nome dele — volta ao cenário gamer lançando um game inspirado justamente nessa mecânica que ele mesmo criou. Mas será que Energy Hook, produzido pela Happion Labs, faz jus à sua inspiração? É hora de sabermos!

Um mundo de esportes radicais

Análise Arkade: Energy Hook, o estranho novo game inspirado nas teias de Spider-Man 2

Energy Hook nos coloca em um mundo futurista onde o principal esporte radical é o mesmo que dá nome ao game, e é uma espécie de gancho de energia que, utilizado em conjunto com um jetpack, permite que os atletas se pendurem e façam manobras através de cenários bastante verticais, pensados para a atividade.

No game controlamos Delilah, uma atleta em busca de reconhecimento e fama através de suas habilidades no esporte. Podemos acessar diferentes áreas através de portais amarelos, que nos leval para diferentes lugares com visuais, geografias e (claro) desafios diferentes.

O game não possui uma história ou um objetivo, tudo o que devemos fazer é explorar as áreas e encontrar desafios a serem cumpridos. Geralmente são coisas simples, como corridas e alguns desafios de manobras e pontuação. Tudo é bem simples, basta que você vá até as “torres” de luz verde e automaticamente você entra no desafio.

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Não existem penalidades, e os desafios só se encerram quando você chega a seu fim. Ao entrar em uma corrida, por exemplo, anéis luminosos aparecem mostrando os checkpoints da corrida, você deve passar por aqueles que estiverem sinalizados em amarelo. Perder um deles resulta num aviso na tela, mas nenhuma penalidade real. Basta chegar no checkpoint final e a corrida acaba, não importa quanto tempo você leve.

Outros tipos de desafios incluem realizar manobras em pleno ar, atingir altas velocidades ou alcançar a maior altura que você puder antes do tempo acabar. Realizando os desafios e corridas o jogador ganha Creds, a moeda do game. Conforme acumula Creds os equipamentos do jogadores melhoram automaticamente, e portais para novas áreas tornam-se acessíveis.

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São seis áreas diferentes, e um detalhe interessante é que o visual de cada uma foi feito por um artistas diferente, o que torna cada cenário realmente único, com características visuais próprias. De cidades com prédios tradicionais até ambientes de realidade virtual ao estilo Tron, há bastante variedade.

Jogabilidade

A jogabilidade de Energy Hook é simples, Delilah possui dois equipamentos principais: seu jetpack para poder voar brevemente, planar e dar um boost de velocidade; e seu energy hook, um gancho formado por uma linha de energia que se prende em paredes e permite nos balançarmos ao estilo Homem-Aranha. Mas essa mecânica é tão boa quanto a de Spider-Man 2?

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Infelizmente, a resposta é não. Controlar Delilah é um enorme desafio. No chão, ela corre rápido, mas é muito difícil controlar sua direção. Parece que estamos o tempo todo em uma superfície de gelo, os controles a pé são muito imprecisos, conseguimos correr rápido, mas não conseguimos parar onde queremos. Realizar pequenos passos é ainda mais complicado, pois Delilah foi criada para correr, não andar.

A mecânica de “teia” do game funciona até que bem, mas também possui suas complicações. Para soltarmos o gancho de energia, ao apertar o botão correspondente vários raios verdes apontarão para cima “buscando” um ponto onde lançar o gancho. Basta que qualquer um desses raios encontre uma superfície e o gancho será lançado.

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O problema é que esses raios somente apontam para cima, não podemos controlar seus ângulos, e você precisa estar perto de alguma parede para que eles funcionem… sem falar que você deve estar com o corpo de Delilah virado em direção a essa superfície, diferente de Spider-Man 2, em que o sistema de lançamento de teias era muito mais dinâmico e intuitivo, lançando teias nos prédios mais próximos quando apertávamos o botão correspondente, mo que mantinha o balanço natural e rápido.

Combinar balanços e pulo é uma tarefa árdua, pois a falta de precisão do gameplay complica muito a vida da gente. Você até pode direcionar seus balanços, mas de forma precária. E no ar, você tem mínimo controle sobre onde irá pousar, fora que ao pousar, a tendência é que Delilah caia e corra automaticamente mesmo que você não queira. Então se quiser pousar em alguma superfície pequena, vai ser difícil.

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Sendo assim, Energy Hook faz jus a Spider-Man 2? Não faz. Spider-Man 2 ainda é uma experiência completa e totalmente funcional de como é ser o Homem-Aranha se balançando e realizando manobras entre os prédios. Ok, a ideia aqui não é ser o Homem-Aranha, mas a mecânica de teias que serve de fio condutor foi produzida pelo mesmo cara, e o jogo inclusive vende essa ideia em seu trailer.

Gráficos e Som

Energy Hook possui gráficos bem simplistas, por vezes parecendo um game meio incompleto. Algumas áreas são mais bonitas que outras, mas o game num todo possui um visual muito simples, com prédios e estruturas muito “quadradas” e com texturas estranhas.

Ele sem dúvida é mais feio que o próprio Spider-Man 2 (do PS2!). Estilo e falta de polimento são coisas bem diferentes, e aqui o tempo todo fica a impressão que é mais questão de falta de polimento do que autenticidade estilística.

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Delilah possui um visual um tanto quanto esquisito, seu corpo todo é estranhamente brilhante, como um personagem cel-shaded, porém sem o efeito cel-shaded propriamente dito. A iluminação dos cenários, por outro lado é bem feita, seja natural ou artificial, dependendo da área em que estamos jogando.

A parte sonora do game é decente, cada área possui seu próprio tema, todas em estilo eletrônico, mas de certa forma “tímidas”. As músicas não empolgam a jogatina, elas são boas, sim, mas nada além disso, cumprindo apenas seu papel de preencher o silêncio de cada área.

Conclusão

Análise Arkade: Energy Hook, o estranho novo game inspirado nas teias de Spider-Man 2

Energy Hook se baseou, mas não honrou a incrível mecânica de teias de Spider-Man 2. E como é facil de notar, eu mencionei muitas vezes o game de PS2 nessa análise, justamente por Energy Hook parecer disposto a oferecer uma experiência ao nível de Spider-Man 2, principalmente por ser do mesmo cara que criou essa mecânica no PS2. Quem jogou Spider-Man 2 certamente tem boas lembranças de como era divertido sair se balançando entre os prédios de Nova York.

Infelizmente Energy Hook tem uma cara de game inacabado, e que não fez jus a aquilo que seria seu recurso principal, a teia eletrônica que nos permite sair balançando por aí. Até diverte, mas a falta de polimento em praticamente todos os aspectos é um grande problema.

Energy Hook foi lançado no dia 5 de julho, com versões para PC e Playstation 4.

Renan do Prado

Amante de Metal Gear, platinador de Soulsborne e exímio jogador online (quando o lag não atrapalha).

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