Análise Arkade: prove sua inocência com a coletânea Danganronpa 1-2 Reload

27 de março de 2017

Análise Arkade: prove sua inocência com a coletânea Danganronpa 1-2 Reload

Você já jogou Danganronpa? A série começou lá em 2010 no finado PSP, migrou para o PS Vita e, em breve, vai receber um novo jogo! A NIS America aproveitou o timing para relançar os 2 primeiros jogos também no PS4, e foi esse que a gente jogou e te conta tudo agora!

2 jogos, uma temática

Danganronpa é aquele tipo de jogo tipicamente japonês. Não só pelo seu visual — totalmente mangá — mas também por sua premissa, tão bizarra quanto criativa, “diferentona” demais para os padrões ocidentais.

Na prática, a franquia Danganronpa envolve um grupo de alunos — os melhores em assuntos variados — que são convidados para estudar na Hope’s Peak High School, escola muito prestigiada, que é meio que a porta de entrada para uma vida próspera e bem-sucedida.

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Porém, esta fachada invejável esconde uma instituição insana, que confina os “sortudos” selecionados em um ambiente controlado, e obriga-os a participar de atividades deveras questionáveis. Só há um jeito de “se formar” na Hope’s Peak High School: assassinando um colega.

Assim, a série deixa personagens com personalidades bem diferentes na companhia de um “tutor” — que parece fofinho, mas na verdade é um demônio sádico –, convivendo em um clima de tensão constante. Quando as mortes começam, todos se reúnem para descobrir quem é o culpado, em um “tribunal” tenso, onde você precisa pensar rápido.

A rotina

Estabelecido este panorama básico — que se aplica aos 2 jogos –, entra em cena a rotina estabelecida pelo jogo. Danganronpa divide-se em 2 momentos: School Time e Class Trial. O primeiro é basicamente o seu tempo livre, no qual você é livre para explorar os ambientes e interagir com os demais personagens, fortalecendo suas relações com eles. Um mix de visual novel com point and click, muitas conversas, algumas decisões para tomar e pontos de interesse para verificar.

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Durante o School Time você conversa com outros personagens e aprende mais sobre eles.

Já nas Class Trials é onde o bicho pega de verdade: depois que as mortes começam a acontecer, um juri é formado, e os alunos trocam informações, apresentam pistas e provas de tudo o que pode lhes inocentar e/ou incriminar os demais. A sua “munição” são provas, testemunhos e argumentos, que devem ser utilizados para refutar as acusações dos demais e provar sua inocência.

Confira um trechinho do primeiro Class Trial do primeiro Danganronpa abaixo:

Ficou meio perdido? Achou confuso? Absolutamente normal. Não é fácil de sacar uma mecânica tão dinâmica e diferente assim, de primeira. Ainda que não haja um tutorial de fato, o jogo vai te dando umas dicas, e conforme você vai superando as várias etapas do Class Trial, vai se habituando às suas mecânicas esquisitas.

Ainda que coloquem grupos de alunos diferentes em lugares e situações diferentes, a pegada dos Class Trials é sempre a mesma, e exige muita atenção, rapidez de raciocínio e — principalmente — um bom domínio de inglês, afinal tudo o que você tem à sua disposição são seus argumentos, que devem ser utilizados na hora certa e da maneira certa.

Análise Arkade: prove sua inocência com a coletânea Danganronpa 1-2 Reload

O tribunal da Class Trial, já com alguns mortos sinalizados.

Por ser um jogo com pouco gameplay “de verdade”, fica difícil entrar em detalhes sobre o gameplay de Danganronpa, pois ele é aquele tipo de jogo que a gente mais assiste do que joga. Revelar muitos detalhes sobre a trama em si acabaria entregando spoilers, e como a história é o que realmente se destaca nos games, preferimos falar pouco e deixar você descobrir tudo por conta própria, ok?

Audiovisual

Existem jogos que envelhecem bem, outros nem tanto. O tempo costuma ser cruel com polígonos, mas pega leve com pixels e gráficos 2D em geral. Como ambos os games têm um visual totalmente estilo mangá, eles envelheceram muito bem, a ponto de nem parecerem que são jogos antigos, criados para plataformas portáteis bem menos potentes que o PS4.

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O elenco do segundo jogo.

O character design é inspirado e até um pouco bizarro, entregando personagens estilosos e carismáticos: temos a cantora pop bonitinha, o esportista descolado, a nerd tímida… personagens bem estereotipados aqui, mas todos são desenvolvidos com muita profundidade, o que lhes torna muito mais do que simples estereótipos. E não é só isso, conforme a história se desenrola e os assassinatos começam, vamos conhecendo novas facetas dos personagens, o que os torna ainda mais interessantes.

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Monokuma é o sádico ursinho que comanda a escola no primeiro jogo.

Os ambientes mudam bastante do primeiro jogo para o segundo — bem como a forma de navegação entre os cenários –, mas no geral temos um visual interessante e colorido, apresentados de uma forma que lembra um espetáculo de teatro. A trilha sonora é simplesmente incrível, e as dublagens dão um show tanto no inglês quanto no original japonês.

Conclusão

Como gamer que sempre ouviu falar de Danganronpa, mas nunca teve a oportunidade de jogar, confesso que estava bem curioso do que me esperava aqui, e saí satisfeito. Por mais inusitadas que sejam suas mecânicas, elas funcionam muito bem, e transformam o que poderia ser um blá-blá-blá monótono em um verdadeiro exercício de atenção e rapidez de raciocínio.

Análise Arkade: prove sua inocência com a coletânea Danganronpa 1-2 Reload

Para quem ousa sair da caixa dos grandes lançamentos ocidentais e busca uma experiência diferenciada — com todas as esquisitices e bizarrices de um legítimo jogo japonês — esta coletânea traz dois jogos bem bacanas, com roteiros imprevisíveis, personagens carismáticos e assassinatos mirabolantes esperando para ser desvendados. Será que você consegue provar sua inocência e sobreviver até o final?

Se era hype que a NIS America queria criar, ela conseguiu! Desde já estou muito ansioso para Danganronpa V3: Killing Harmony, que já foi lançado no Japão no comecinho do ano, mas só deve chegar ao ocidente em setembro.

Danganronpa 1-2 Reload foi lançado em 14 de março, com versões para Playstation 4 e PS Vita.

Rodrigo Pscheidt

Jornalista, baterista, gamer, trilheiro e fotógrafo digital (não necessariamente nesta ordem). Apaixonado por videogames desde os tempos do Atari 2600.

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