Análise Arkade: Super Lucky’s Tale é uma aventura simpática e descompromissada
Super Lucky’s Tale é mais um jogo de plataforma 3D do estilo Collect-a-Thon que parece saído diretamente dos tempos áureos do Nintendo 64. Mas e aí, ele é um bom jogo? Vem descobrir com a gente!
Contextualizando
Pouca gente sabe, mas em 2016 foi lançado um jogo chamado Lucky’s Tale, com o mesmo protagonista e a mesma vibe deste novo jogo. O fato do game ser exclusivo para dispositivos VR acabou transformando-o em um jogo de nicho. Meio remake, meio sequência, este Super Lucky’s Tale traz o jogo para o formato tradicional, para ser jogado na boa e velha TV ou monitor que todo mundo tem em casa.
Em busca dos trevos
Super Lucky’s Tale acompanha a simpática raposinha Lucky, cujo sonho é se tornar um grande aventureiro. Ele acaba ganhando a chance de realizar este sonho quando o poderoso Livro das Eras é roubado de sua irmã por um clã de gatos malvados. Lucky e seus antagonistas acabam indo parar dentro do livro, e para sair de lá, ele terá que explorar 4 mundos distintos, coletando trevos de quatro folhas que lhe concedem acesso aos chefes de cada área.
Na prática é uma história simples, e até meio bobinha, que serve de estopim para a aventura do pequeno Lucky. Dentro do livro ele acabará conhecendo outras criaturas — como toupeiras e minhocas — que precisarão de sua ajuda para resolver os pequenos problemas que a chegada dos gatos causou aos seus mundos.
Super Lucky’s Tale é um jogo de fases bem tradicional. Cada mundo é apresentado como um hub, com portais que levam o herói para diferentes fases. Cada hub tem uma temática específica, e as fases que ele guarda seguem a mesma pegada.
Como em outros Collect-a-Thons, há muito para você coletar aqui: há moedas, letras e o mais importante, os trevos, que funcionam como “chaves” para liberar mais fases, chefes e mundos.
Explorando as fases
Super Lucky’s Tale apresenta-se como um jogo que mistura gameplay 3D com 2.5D. Algumas fases são bem lineares, outras são grandes playgrounds com objetivos esparsos que devem ser concluídos para que o último trevo possa ser liberado.
São 4 trevos por fase, mas o “modus operandi” para coletar todos é essencialmente o mesmo, então tome nota:
- Colete as letras L, U, C, K e Y para liberar um dos trevos.
- Acumule 300 moedas pela área da fase para ganhar mais um trevo.
- Encontre a “área secreta” da fase e complete-a para receber mais um trevo.
- Chegue ao trevo no fim da fase para coletá-lo, mas isso termina automaticamente a fase.
O último trevo você pega obrigatoriamente, e o das moedas é mais questão de paciência do que de qualquer coisa, de modo que os mais legais de se conseguir acabam sendo o das áreas secretas e o das letras. Estes são os que mais exigem do jogador em termos de exploração, olhar aguçado e alguma habilidade para alcançar locais de difícil acesso ou resolver pequenos puzzles.
Você não precisa obrigatoriamente pegar todos os 4 de cada fase para prosseguir, mas considerando que Super Lucky’s Tale não é lá um jogo muito longo, explorar cada fase ao máximo acaba se tornando parte da experiência. E, claro, se você for muito relaxado e quiser pegar apenas o trevo obrigatório de cada estágio, logo terá que revisitar fases já superadas para conseguir os trevos necessários para liberar novas áreas.
Gameplay e câmera
Super Lucky’s Tale é um jogo de plataforma bastante simples: Lucky pode pular (pulos duplos, inclusive), dar um golpe com a cauda para tontear inimigos e se enfiar na terra, se movendo pode debaixo dela como uma grande toupeira. Não há um grande nível de desafio em termos de mecânicas, o que — aliado ao visual fofinho — tornam este jogo ideal para a criançada.
Ou não, porque embora o gameplay em si seja tranquilo, a câmera atrapalha um bocado: ela não é livre para ser movida em 360º, podendo apenas ser alternada em 3 ângulos fixos. Todos quebram um galho, mas nenhum deles é bom o bastante quando precisamos encarar plataformas móveis e saltos que demandam mais precisão.
Isso se torna especialmente complicado nas “áreas secretas”, que ocasionalmente rolam em uma área que fica ao fundo do cenário. A câmera se mantém no primeiro plano, de modo que devemos controlar Lucky sem vê-lo direito. Para piorar, os elementos do primeiro plano sequer ficam transparentes, o que complica ainda mais a visibilidade. Jogos como Oddworld e Rayman usaram recursos parecidos de forma muito mais efetiva.
Nada disso torna Super Lucky’s Tale injogável, mas são probleminhas que irritam, e acabam fazendo a gente perder algumas vidas de bobeira, simplesmente porque o jogo não nos deixou ter uma visão clara de algum salto particularmente complexo.
Audiovisual
Aqui o jogo realmente acerta a mão: Super Lucky’s Tale é um jogo muito bonito, cheio de personagens fofinhos e cenários coloridos. A trilha sonora instrumental é super simpática, combinando com a temática de cada mundo e remetendo aos clássicos de plataforma 3D que jogamos nos anos 90.
O game está totalmente localizado para o nosso idioma, mas, salvo a cutscene inicial, não ouvimos muito da dublagem em português no decorrer da aventura. O que é uma pena, pois ela deixa uma ótima primeira impressão.
Felizmente, os demais diálogos rolam através de balões de texto que também estão em português brasileiro, como você pode ver na imagem acima.
Conclusão
Em um ano repleto de games carregados de nostalgia, Super Lucky’s Tale é mais um a integrar o colorido rol de “games que parecem saídos diretamente do Nintendo 64“, e no geral ele é muito legal, embora seja bem mais curto do que Yooka-Laylee, por exemplo.
Sua câmera é um pouco problemática, e no geral ele oferece uma experiência bem mais simples dentro do gênero, mas é um joguinho simpático e gostoso de jogar, com personagens fofinhos e uma diversão descompromissada.
Esse é um daqueles jogos que dá para zerar em um final de semana, mas de vez em quando é exatamente isso que a gente precisa, entre um RPG de mundo aberto e outro, não é?
Super Lucky’s Tale foi lançado em 7 de novembro, com versões para PC e Xbox One.