Análise Arkade: revisitamos Ultimate Marvel Vs. Capcom 3 no PS4 (com arcade stick da Hori)
No mesmo dia em que anunciou Marvel Vs. Capcom Infinite, a Capcom relançou Ultimate Marvel Vs. Capcom 3 na PSN, para alegria dos fãs de uma boa pancadaria! Claro que a gente (re)jogou esta pérola e te conta tudo agora!
Contextualizando
Marvel Vs. Capcom 3 foi lançado originalmente em fevereiro de 2011 para os consoles da geração passada. Em novembro do mesmo ano, a Capcom tomou a polêmica decisão de lançar uma versão Ultimate do jogo, que trazia nada menos do que 12 personagens novos para o combate. Posteriormente, o game ainda recebeu mais 2 lutadores, chegando à notável marca de 50 personagens.
O que recebemos recentemente no Playstation 4 foi a versão mais completa possível de Ultimate Marvel Vs. Capcom 3: temos todos os conteúdos adicionais que já foram lançados para o game (incluindo dezenas de trajes adicionais), todos os 50 personagens jogáveis liberados desde o início, e uma Galeria muito mais robusta, cheia de artes conceituais, vídeos e conteúdos bacanas. Ah, e agora o game roda em 1080p a 60fps, o que é um diferencial e tanto para um jogo tão acelerado e frenético!
Um elenco de peso
A série Marvel Vs. Capcom sempre foi muito bem-sucedida em realizar encontros titânicos entre personagens de vários jogos, quadrinhos e universos distintos. A liberdade criativa que um crossover deste porte proporciona é incrível, e ambas as empresas aproveitam para fugir um pouco do lugar-comum, apresentando personagens nem tão conhecidos do grande público.
Eu diria que este relançamento de Ultimate Marvel Vs. Capcom 3 possui um timing muito propício especialmente para a Marvel, pois lá em 2011 o game já trazia personagens como Rocket Raccoon (dos Guardiões da Galáxia), Doutor Estranho, Dormammu e até mesmo Deadpool, que só mais recentemente se tornaram “queridinhos do público” ao darem as caras nos cinemas.
A Capcom também não decepciona, e coloca no ringue personagens de vários jogos que nem são de luta: temos o advogado Phoenix Wright (da série Phoenix Wright/Ace Attorney), a adorável loba Amaterasu (de Okami), o fanfarrão fotojornalista Frank West (da série Dead Rising), o intrépido cavaleiro Arthur (da série Ghosts ‘n Goblins) e até mesmo o grandalhão Nemesis, do clássico Resident Evil 3.
Aí vai um pouco de gameplay entre alguns destes personagens diferentões:
Claro que algumas ausências são sentidas: a Capcom deixou de fora gente como Guile, Captain Commando e até mesmo Ken, enquanto a Marvel não teve espaço para trazer heróis famosos como Gambit, Ciclope ou Venom. É impossível agradar a todos e todo mundo pensaria em um personagem “melhor” para substituir alguma escolha questionável, mas no geral não se pode negar que o elenco é bem interessante e variado.
Gameplay frenético
Marvel Vs. Capcom sempre foi um jogo frenético, cheio de golpes especiais exagerados e air combos absurdos, e Ultimate Marvel Vs. Capcom 3 não é diferente. Adotando um curioso sistema de 4 botões de ataque (fraco/médio/forte/especial) que podem servir tanto para socos quanto para chutes, o game oferece mecânicas fáceis de aprender mas difíceis de dominar, o que rende lutas extremamente confusas aceleradas.
Os jogadores possuem diversos de golpes especiais e magias diferentes, e uma meia lua + um botão pode resultar em um golpe completamente diferente de meia lua + outro botão. Os comandos são acessíveis para quem cresceu jogando Street Fighter e seus derivados, sendo os air combos o elemento que mais foge do padrão.
As lutas rolam entre 2 times de 3 personagens cada, que podem ser alternados a qualquer momento, podendo também serem chamados para apenas um golpe rápido, como strikers. Os Hyper Combos são aquele show de luzes e cores piscantes capazes de causar convulsões em muita gente, e podem ser combinados, possibilitando contagens de hits enormes e danos devastadores.
Os air combos também podem ser encadeados, em um divertido sistema chamado Team Aerial Combo, onde o grupo se alterna para manter a contagem de hits rolando. O ataque especial default de praticamente todos os personagens é um golpe para cima, ideal para iniciar estas insanas sequências de combos aéreos.
Audiovisual e modos de jogo
O visual de Ultimate Marvel Vs. Capcom 3 não sofreu grandes mudanças em relação ao game original: seu estilão cel shaded super colorido que brinca com a estética dos quadrinhos ainda é essencialmente o mesmo, mas ele foi remasterizado para rodar em 1080p. Melhor do que isso é a taxa de framerate: o jogo roda em 60fps sem engasgos, o que oferece uma ótima velocidade de resposta aos comandos e muita fluidez na movimentação.
O áudio deste jogo sempre me agradou muito por conta das excelentes dublagens, e ela volta intacta, tão boa quanto antes. O destaque vai para o mercenário Deadpool, que é cheio de piadinhas, bordões e frases de efeito divertidíssimas. Homem-Aranha, Dante e Viewtiful Joe também se destacam pelo carisma de suas dublagens. A trilha sonora também é ótima, e a forma como ela muda conforme alteram-se os personagens em jogo é muito legal (o tema do Strider Hiryu é muito nostálgico).
Confira abaixo mais um pouco de pancadaria envolvendo Motoqueiro Fantasma, Haggar, Dormammu, Nemesis e Zero:
O game traz vários modos de jogo bem variados: temos o clássico Arcade Mode (com um Galactus super apelão no final), bem como modos versus tanto online quanto offline (você pode deixar ser jogo “aberto” para ser desafiado online a qualquer momento). Também temos uma área de treinamento e um modo de Missões específicas para cada personagem. O curioso modo Heroes & Heralds também está de volta, permitindo que você turbine e customize seus heróis com cards de perks e habilidades.
Um gostinho de fliperama
Tive a felicidade de curtir os primeiros jogos da série Marvel Vs. Capcom (e vários outros games do gênero) nos bons e velhos fliperamas, e sentia saudade de jogar com o “feeling” que só um arcade stick oferece. Fazia tempo que eu pensava em adquirir um controle tipo arcade para curtir meus games de luta, mas como não sou um “pro player” (nem almejo ser), estava na busca de algo que fosse um bom custo-benefício.
Pois bem, depois de passar um tempo “namorando” alguns modelos muito caros ou muito grandes, acabei optando por um Mini Fighting Stick 4 da Hori (esse da foto aí e cima). Ele não é um modelo “top” da marca, mas possui qualidade o bastante para trazer de volta este “feeling” de fliperama que eu estava com saudade.
Joguei praticamente o tempo todo com o arcade stick, e, senhores, como foi divertido! O gameplay rápido e acessível de Ultimate Marvel Vs. Capcom 3 caiu como uma luva no acessório, e consegui até mesmo ganhar algumas lutas online jogando neste estilo fliperama! Aliás, os vídeos de gameplay que coloquei ao longo desta resenha foram feitos jogando com o arcade stick. 😉
Claro que o jogo também funciona muito bem usando o DualShock 4. O arcade stick foi puro saudosismo meu, mas achei válido ressaltar que a experiência foi muito nostálgica e satisfatória.
Conclusão
Como fã de jogos de luta acelerados, sempre fui fã de Marvel Vs. Capcom, e estava realmente querendo voltar a jogar algum jogo da série. Este relançamento faz muito bem ao jogo, pois revitalizou o interesse da comunidade, que está super ativa e movimentada no PS4.
Ultimate Marvel Vs. Capcom 3 não é apenas um “aperitivo” para o novo jogo, ele é um jogo muito bom por si só, com um gameplay que consegue ser relativamente acessível para iniciantes, sem deixar de oferecer a profundidade que os jogadores mais hardcore adoram.
Embora o jogo não seja lá novidade para muita gente, por questões de licenças e direitos autorais ele se tornou bem difícil de adquirir na geração passada. Agora todo mundo pode tê-lo diretamente no HD do PS4, para curtir pancadaria frenética de primeira em gloriosos 1080p e 60fps seja sozinho,online ou no multiplayer “de sofá” com os amigos, que ainda rende as melhores partidas.
Ultimate Marvel Vs. Capcom 3 foi relançado para Playstation 4 no dia 3 de dezembro deste ano. Em março de 2017, ele deve chegar também aos PCs e ao Xbox One. O game está todo em inglês.