Análise Arkade: revivendo grandes aventuras com Uncharted The Nathan Drake Collection

31 de outubro de 2015

Análise Arkade: revivendo grandes aventuras com Uncharted The Nathan Drake Collection

Enquanto a nova e última aventura de Nathan Drake não chega ao Playstation 4, os fãs da série podem se deleitar com uma coletânea que junta os três jogos do Playstation 3 com gráficos melhorados, novos troféus e jogabilidade refinada… mas sem multiplayer. COnfira na sequência nossas impressões sobre Uncharted: The Nathan Drake Collection.

É de conhecimento geral que a série Uncharted foi uma das melhores coisas que apareceu no mundo dos games nos últimos anos. Seu visual é incrível, seus personagens são carismáticos, sua ação é cinematográfica e seu gameplay é (na maior parte do tempo) bem agradável.

Análise Arkade: revivendo grandes aventuras com Uncharted The Nathan Drake Collection

Ok, mas será que todas essas qualidades justificam mais esse remaster? A Sony jura de pés juntos que muita gente “pulou” a geração PS3, de modo que essa coletânea é a legítima porta de entrada de muita gente para a mitologia da série, afinal, Uncharted 4 vem aí. Mas, fora isso, será que a coletânea se justifica por si só? Vamos descobrir!

Continuo o mesmo, mas meus gráficos…

Os três jogos da série foram remasterizados pela Bluepoint Games, empresa que é meio que especialista no assunto, pois já cuidou da remasterização de títulos como IcoShadow of the Colossus, Metal Gear Solid 2 e 3, e também está cuidando do vindouro Gravity Rush remasterizado.

Análise Arkade: revivendo grandes aventuras com Uncharted The Nathan Drake Collection

Os três jogos agora rodam a 60fps e resolução de 1080p. O salto de qualidade dos gráficos é especialmente perceptível no primeiro jogo (Uncharted: Drake’s Fortune), que é de 2007, mas chega em 2015 sem dever muito a lançamentos mais recentes.

Fora o upgrade típico dos remasters para PS4 (texturas, detalhes), o time da Bluepoint Games melhorou vários aspectos do jogo, inserindo novos elementos, como melhor iluminação e atualização dos modelos dos personagens para não haver tanta diferença entre os jogos.

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Os 60fps também contribuem muito com a experiência de jogo, oferecendo gameplay mais fluido e animações mais suaves. É aquele tipo de coisa que você pode até não reparar de imediato, mas se voltar ao jogo do PS3, vai perceber que faz uma diferença enorme.

O vídeo abaixo faz um comparativo entre algumas cenas do primeiro jogo do PS3 e sua versão remasterizada no PS4. Aumente a resolução do vídeo para notar a diferença dos 30fps originais para os 60fps do remake:

De modo geral, a primeira impressão ao jogar é: “Wow! Que bem louco!” Os jogos originais já são muito bonitos e tecnicamente já utilizavam bastante do hardware do PS3, principalmente os dois últimos (Among Thieves e Drake’s Deception), mas o modo que mais se beneficiou das mudanças foi o primeiro.

Meus controles também melhoraram…

Mudança muito bem-vinda! Você ainda vai morrer de vez em quando tentando pular de uma beirada para outra, mas agora bem menos que antes. Os controles foram equilibrados e nivelados para os três jogos, de modo que não há uma diferença gritante de um título para o outro.

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Um ponto positivo foi a mudança daquele esquema horrível do primeiro Uncharted que usava o sensor de movimentos do DualShock 3 para lançar granadas e manter o equilíbrio de Drake em alguns lugares. Aquilo era horrível e só servia para demonstrar (de um jeito ruim) esta “nova funcionalidade” do controle.

Agora, tudo está mais simples e intuitivo, e com a ajuda do controle do PS4 (que por si só já é bem superior ao do PS3) tudo ficou bem melhor. A jogabilidade é bem menos frustrante e mais fluida, o sistema de mira está mais preciso e a resposta aos comandos é mais rápida. Precisa de mais?

Ainda tenho que jogar os dois primeiros em português de Portugal?

Não! Uncharted 3 já foi lançado em 2011 com dublagem e legendas em português brasileiro (dublagem que foi criticada à época), mas que acabou dando conta do recado. Para este relançamento, os dois primeiros jogos também receberam dublagem, menus e legendas em nossa língua materna, que recebeu críticas, mas é bem decente. E quem não gostar ainda pode escolher o idioma do áudio e da legenda separadamente.

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Verdade seja dita, é notável a melhora da qualidade das dublagens brasileiras nos últimos tempos. Só este ano recebemos diversos jogos com ótima dublagem, tais como The Witcher 3, Batman Arkham Knight, Gears of War Ultimate Edition, Dying Light e outros jogos mais recentes. E mesmo sendo “só um remaster”, Uncharted engrossa essa lista.

A dublagem da Uncharted Collection ficou muito boa, principalmente nos jogos mais antigos, já que os dubladores provavelmente já conheciam o jogo terminado e sabiam com mais precisão como impor a voz nos momentos certos. Mesmo assim, podemos ouvir algumas vaciladas de tradução e uma impostação estranha aqui e ali, mas isso não tira o brilho do trabalho que foi feito.

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A adaptação para a língua portuguesa também ficou muito boa, com as personagens falando de forma mais natural, sem usar expressões estranhas, o que traz momentos genuinamente muito engraçados de se ouvir, como na cena em que Chloe e Elena se encontram pela primeira vez. A tirada de sarro da Chloe em cima do Drake ficou hilária em português!

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Enfim, é só segurar um pouco do mimimi que temos com dublagem que todos podem desfrutar de um bom trabalho e entender tudinho que acontece nessas três grandes aventuras.

Mas nem tudo são rosas, né?

Verdade. O principal problema aqui é que a coletânea chega sem multiplayer. A resposta da Naughty Dog à falta deste elemento é que eles não quiseram “dividir a grande comunidade online de jogadores de Uncharted 2 e 3 no PS3… o que até faz sentido, já que muitos jogadores que ainda curtem o multiplayer no PS3 acabariam migrando de plataforma.

Análise Arkade: revivendo grandes aventuras com Uncharted The Nathan Drake Collection

Os controles, mesmo bem otimizados, ainda podem te deixam na mão às vezes. Mas é só as vezes, e no geral não é nada que estrague a experiência.

Fora isso, apesar de ainda termos galerias de artes e aqueles modificadores (quem aí lembra do Drake gordo?), os vídeos da equipe de produção foram retirados — provavelmente pelo fato de muitas das pessoas que ali apareciam não estarem mais trabalhando na Naughty Dog, que sofreu várias baixas recentemente.

Eu já zerei os três no PS3. Devo jogar novamente?

Falando francamente? Deve. Todas as melhorias implementadas pela Bluepoint Games fazem valer à pena o investimento. E esta não é uma série qualquer, oras: estamos falando dos três primeiros jogos de uma das franquias mais influentes da história moderna dos videogames, uma trilogia revisitada com visual e controles melhorados, novos troféus e dublagem em português brasileiro.

E, poxa, temos Drake, Sully, Elena e Chloe de volta, esbanjando carisma. Temos tesouros perdidos e relíquias ancestrais esperando para serem (re)encontradas em grandes aventuras com cara e Sessão da Tarde. A série Uncharted tem um pouco de tudo: aventura, ação, suspense, romance e bastante humor, logo, é capaz de cativar a todos… não tem como não gostar do jeito cafajeste fanfarrão do Drake!

Análise Arkade: revivendo grandes aventuras com Uncharted The Nathan Drake Collection

Lembrando que todos os jogos receberam um Photo Mode pra você tirar screenshots épicas! 🙂

O único ponto realmente negativo aqui é a falta do modo multiplayer, mas, no conjunto da obra, ter toda a diversão da série condensada em um único pacote faz Uncharted: The Nathan Drake Collection ser um ótimo custo-benefício. E para quem “pulou” a geração passada, a coletânea é um prato cheio de aventura que vai render muitas horas de diversão.

A coletânea serve como preparação para o vindouro Uncharted 4 : A Thief’s End que chega em março de 2016 — e ainda garante acesso ao beta do multiplayer do novo jogo, que rola em dezembro. É muito bom reviver todas as desventuras de Drake e sua turma, agora em gloriosos 1080p e 60fps.

Uncharted: The Nathan Drake Collection foi lançado em 7 de outubro, exclusivamente para o Playstation 4.

Julian Camargo

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