Batman: Arkham City (PC, PS3, X360) review: bem-vindo a Arkham City

26 de novembro de 2011

Batman: Arkham City (PC, PS3, X360) review: bem-vindo a Arkham City

Embora os atuais games do Batman não tenham qualquer ligação com os filmes recentes do herói, há um paralelo que pode ser traçado entre eles: tanto Batman Begins quanto Batman: Arkham Asylum começaram com o pé direito e mostraram como se trata um herói dos quadrinhos. As sequências de ambos – o filme The Dark Knight e o novo game, Batman: Arkham City – extrapolaram tudo o que já era bom e conseguiram a façanha de se tornarem maiores e melhores do que os originais. Sim, maior e melhor. Seja bem-vindo a Arkham City.

Aproveite, pois boas-vindas você só receberá aqui: no game, a coisa já começa tensa, com Bruce Wayne (sim, este jogo já começa mostrando a verdadeira face do Batman!) sendo vítima de uma emboscada durante uma coletiva de imprensa. O bilionário é levado para dentro do nada hospitaleiro mega-presídio a céu aberto que é Arkham City, e precisa encarar a terrível verdade que é entregue já nos primeiros minutos: Hugo Strange, o responsável pelo lugar, sabe que Bruce Wayne e Batman são a mesma pessoa.

É claro que o problema com o Dr. Strange é apenas a ponta do iceberg desta aventura. O Coringa está com a saúde debilitada por conta das experiências bizarras à que se submeteu no primeiro game e, de maneira brilhantemente sádica, consegue a ajuda de Batman para se recuperar.

Batman: Arkham City (PC, PS3, X360) review: bem-vindo a Arkham City

Para piorar, o presídio parece ser apenas a fachada para esconder uma mini-cidade que é literalmente controlada pelos piores malfeitores, que recrutam seus pequenos exércitos para encarar uma disputa pelo poder dentro do próprio presídio. E é assim, em uma das sequências de abertura jogáveis mais eletrizantes dos últimos tempos, que Batman: Arkham City fisga a atenção do jogador sem nenhuma cerimônia e o carrega por uma história fantástica, com reviravoltas surpreendentes e minúncias que podem facilmente lhe render cerca de 15 horas de jogo, que podem facilmente virar mais de 30 dada a quantidade de sidequests existentes.

Como no primeiro game, exploração é fundamental, pois o jogo conta com diversos puzzles que irão fazer com que você utilize a perspicácia – e a tecnologia – do Cavaleiro das Trevas para se dar bem. O bom e velho Detective Mode está de volta, mais útil do que nunca: com novos recursos, agora é possível fazer exames de balística para descobrir a trajetória de projéteis. Um novo equipamento que sintoniza frequências de rádio também será muito útil para descobrir pistas ou encontrar missões paralelas.

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Por falar em objetivos paralelos, deve-se dizer que Batman: Arkham City será um verdadeiro paraíso para quem gosta de averiguar cada cantinho dos cenários. O enorme mapa de Arkham City está repleto de segredos, colecionáveis e easter eggs que irão consumir muitas horas daqueles que quiserem “platinar” o jogo. E não estamos falando apenas dos 400 desafios do Charada, mas de armadilhas onde a vida de inocentes está em jogo e telefones públicos que tocam aleatoriamente oferecendo pistas anônimas de acontecimentos. Estas missões podem não acrescentar nada à trama principal, mas servem para mostrar como é dura e atarefada a rotina de um justiceiro.

Felizmente, Batman conta com muitas bat-bugigangas para facilitar sua vida nesta nova aventura: além de já começar com alguns equipamentos do game anterior, como os bat-rangues e o gel explosivo, o herói agora possui novos brinquedinhos como bombas de fumaça, granadas congelantes, uma pistola que dispara cargas de eletricidade e outros gadgets incríveis que serão muito úteis no decorrer do game. Praticamente todo o arsenal do herói é passível de upgrades, que podem ser compradas utilizando-se os pontos de experiência.

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Os combates estão ainda mais acirrados – geralmente envolvendo dezenas de inimigos ao mesmo tempo – mas as habilidades de luta do Homem-Morcego cresceram na mesma proporção: desta vez Batman possui golpes que derrubam múltiplos oponentes, uma maior variedade de contra-ataques e muitas novas habilidades destraváveis.

A jogabilidade não passou por grandes mudanças, mas recebeu alguns polimentos aqui e ali para ficar ainda mais intuitiva e dinâmica. Considerando que o game já começa tacando o o jogador no meio da ação, isto é uma mão na roda, pois quem está familiarizado com o sistema de combate do primeiro game vai se sentir em casa: é fácil emendar porradas, contra-ataques e golpes especiais em combos destruidores, onde o timing é mais importante, em detrimento do button mash. Isto faz com que mesmo a mais injusta das batalhas se transforme em uma verdadeira diversão para o Homem-Morcego.

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Nos momentos em que o stealth se faz necessário, ninguém é melhor que o Cavaleiro das Trevas: utilizando as já conhecidas táticas de se fazer passar despercebido (se pendurando por gárgulas ou esgueirando-se por dutos de ventilação), agora Batman pode dar cabo silenciosamente de mais de um inimigo ao mesmo tempo, e seus takedows ganharam variações, inclusive uma versão um pouco mais violenta que bota os inimigos para dormir mais rapidamente.

Como se não bastassem todas estas novidades, temos ainda a sexy inclusão de ninguém menos que a Mulher-Gato, uma personagem importante para a trama, que poderá ser controlada em alguns momentos específicos (mediante a aquisição de um DLC), mostrando o outro lado da moeda em momentos chave da trama. Embora a jogabilidade da moça seja bem parecida com a do Batman, ela possui seu próprio acervo de golpes – e seu chicote – o que deixa suas aparições muito interessantes para dar uma variada no jogo.

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Porém, mesmo com todas estes novos vilões, equipamentos e habilidades, a verdadeira estrela de Batman: Arkham City é sem dúvida sua história. Novamente assinada pelo experiente Paul Dini, a trama do game é primorosa, repleta de reviravoltas e consegue amarrar com maestria os acontecimentos e os personagens, sempre respeitando a personalidade única de cada um deles. Fica evidente que Paul Dini antes de ser um roteirista é um fã do Homem-Morcego, tamanho o respeito que ele demonstra com o universo e a mitologia do herói.

Respeito este que é sem dúvida compartilhado pelo pessoal do Rocksteady Studios, que se esmera para deixar o game impecável em sua parte técnica. Os gráficos estão mais límpidos do que no game anterior, e o colossal novo mapa entrega uma variedade de ambientes muito maior que a vista em Arkham Asylum. A modelagem dos personagens continua incrível e as novas animações acrescentam ainda mais naturalidade aos acrobáticos movimentos do herói.

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Mais caprichada que os gráficos, só mesmo a dublagem: o excelente time de dubladores – encabeçado por Mark “Luke Skywalker” Hammil (Coringa) e Kevin Conroy (Batman) – entrega alma ao roteiro afiado de Paul Dini. Novos personagens também foram agraciados com ótimos dubladores (o Pinguim é dublado por Nolan North, mesmo ator que empresta a voz para Nathan Drake, de Uncharted), e o conjunto da obra faz inveja às melhores animações produzidas em Hollywood.

A trilha sonora também não deve nada ao cinema, enchendo de tensão os momentos mais intensos com elaboradas trilhas orquestradas. O compositor Nick Arundel se supera e cria uma trilha realmente épica, que poderia facilmente estar presente em um próximo filme do Batman. Os sons ambientes e conversas aleatórias captadas pelas bat-traquitanas tornam Arkham City realmente viva, imersiva e perigosa.

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Batman: Arkham City é um pacote completo: agrada aos fãs de bons games e aos fãs do herói, e ainda presta uma senhora homenagem ao universo do Cavaleiro das Trevas. Adicionando alguns novos elementos e potencializando o que já era bom no game anterior, o game é maior e melhor em todos os aspectos. Não se limitando ao Batman, é fácil perceber que a Rocksteady entregou a experiência definitiva em games de super-heróis. Que outras produtoras sigam este exemplo na hora de levar outros grandes personagens dos quadrinhos para os games.

Este review foi publicado originalmente na edição 29 da Revista Arkade.

Rodrigo Pscheidt

Jornalista, baterista, gamer, trilheiro e fotógrafo digital (não necessariamente nesta ordem). Apaixonado por videogames desde os tempos do Atari 2600.

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