Gamescom Latam 2024 – Conhecemos o Zeenix e conversamos com a Tectoy sobre o novo projeto

1 de julho de 2024
Gamescom Latam 2024 - Conhecemos o Zeenix e conversamos com a Tectoy sobre o novo projeto

A Tectoy aproveitou a Gamescom Latam para apresentar, pela primeira vez, o seu Zeenix. O projeto, que envolve dois modelos de PCs portáteis, periféricos e apoio a estúdios brasileiros, esteve presente no evento, em um estande que permitiu o primeiro contato com o dispositivo, e os games do projeto.

Tivemos a oportunidade de conhecer o dispositivo, assim como jogar Damned 2, um dos jogos apoiados pelo Zeenix. Também conversamos com Pedro Caxa, Head de Games e Marketing da Tectoy, dentro do projeto Zeenix, para entender um pouco mais sobre o projeto.

Arkade – Pra começar, estamos falando de um novo projeto, mas dentro de uma marca com mais de 40 anos de mercado. Há uma grande diferença entre iniciar um projeto do zero e embarcar em um projeto em um local que já tem uma história por trás. Qual é a visão de vocês, que estão envolvidos com o Zeenix, sobre essa questão? Pois vocês estão em um novo projeto, mas com todo esse background histórico que a Tectoy tem?

Pedro Caxa – Desde o início do projeto, eu queria muito trabalhar com a Tectoy. Conheço a marca desde jovem, apesar de ter apenas 24 anos. Sou muito fã da SEGA, tenho o Sonic tatuado no meu braço e todos os consoles que a Tectoy lançou, do Master System ao Zeebo. Esse é um projeto dos sonhos para mim e para a equipe apaixonada pela marca. Queríamos trazer a Tectoy de volta ao mercado dos jogos de uma maneira que honre a marca. O nome Zeenix é importante porque vem do Zeebo, a única empreitada 100% solo da Tectoy, e do conceito de “Fênix”, simbolizando o renascimento da marca. O feedback do público tem sido maravilhoso, e os fãs de longa data reconhecem nosso trabalho apaixonado.

Arkade – A Tectoy tem uma comunidade muito fiel, desde os tempos de SEGA ou mesmo nos dias atuais, e agora com o Zeenix, imagino que a comunidade participou ativamente do desenvolvimento do projeto. Como a comunidade atuou com vocês para desenvolver o console e os controles, considerando também o feedback do passado da empresa?

Pedro Caxa – Parte do sucesso do projeto Zeenix se deve ao feedback dos fãs sobre os últimos lançamentos da marca. Colhemos muito feedback para entender o que o público queria. Por exemplo, o controle M30, embora de alta qualidade, atendia apenas ao Mega Drive. Com isso, criamos uma linha que atende às necessidades do gamer atual, oferecendo também uma experiência retrô. Um exemplo é o jogo em pixel art Master Lemon, que estamos publicando.

Arkade – O suporte da Tectoy sempre foi um destaque. O que podemos esperar do Zeenix em termos de suporte?

Pedro Caxa – Podem esperar nossa máxima dedicação no pós-venda, com grupos no Discord e Facebook, onde nossa equipe estará presente para receber feedback e melhorar a experiência, além de também estarmos prontos para apenas trocar ideias. Queremos criar uma grande comunidade em torno da indústria brasileira.

Arkade – Vocês trouxeram uma ideia de conexão com a comunidade. O Zeenix não é só um produto, é um conceito. Fale um pouco mais sobre essa conexão e a filosofia por trás do Zeenix.

Pedro Caxa – Nossa filosofia é “liberte seu jogo”. Estamos criando um ecossistema aberto onde tudo gira em torno do Zeenix. Lançamos teclados e controles que funcionam com o Zeenix, mas nada é exclusivo. Queremos que o jogador se sinta parte da família Zeenix, usando nossos produtos ou jogando nossos jogos. Estamos focados em unir a comunidade brasileira em torno da indústria nacional. Dos 11 jogos que estamos expondo, 9 são brasileiros.

Arkade – Como surgiu a iniciativa de conversar com estúdios brasileiros e integrar o mercado nacional de jogos ao projeto Zeenix?

Pedro Caxa – Essa iniciativa já existia antes de eu entrar na Tectoy. Nosso CEO, Valdeni Rodrigues, já tinha conversado com vários estúdios no Brasil. Consolidamos melhor essa parte do relacionamento, incluindo publishers brasileiras como Epopeia e Qubyte. Acreditamos no potencial dos jogos brasileiros e queremos criar uma comunidade que se identifique com esses jogos.

Arkade – Vocês vão incorporar a linha retrô na filosofia do Zeenix ou trabalharão as duas linhas separadamente?

Pedro Caxa – Atualmente, as linhas retrô e Zeenix são trabalhadas por equipes diferentes que colaboram entre si. No evento, trouxemos produtos retrô como o Master System e o Atari Flashback. Embora existam ideias para futuros projetos retrôs, as duas linhas funcionam de forma independente por enquanto.

Arkade – O que motivou a escolha de um PC portátil com tela como o produto principal do Zeenix, considerando a acessibilidade no mercado nacional?

Pedro Caxa – Observamos a explosão dos PCs portáteis e percebemos que não eram acessíveis no Brasil. A especialidade da Tectoy é tornar o inacessível acessível, adaptando-o ao mercado brasileiro. Vimos uma oportunidade e decidimos preencher essa lacuna na indústria para voltar com força ao mercado de games.

Arkade – A Tectoy manteve o logo clássico no projeto Zeenix. Qual a importância dessa escolha em relação às raízes da marca e aos valores da Tectoy?

Pedro Caxa – A conexão emocional do público retrô é muito importante para nós. A identidade visual do Zeenix tem um toque de retrofuturismo, com referências ao Mega Drive. Queríamos mostrar que valorizamos tanto o público antigo quanto o novo, mantendo a essência da marca.

Arkade – Para finalizar, o que podemos esperar do Zeenix nos próximos dias?

Pedro Caxa – Nas próximas semanas, após a Gamescom Latam, vocês podem esperar mais novidades sobre o Zeenix, incluindo preço e datas de lançamento. Estamos muito ligados à comunidade, ouvindo suas opiniões e tomando ações baseadas nelas. Esperamos criar uma comunidade forte e engajada em torno do Zeenix e da indústria nacional de jogos.

Testamos o Zeenix

O pequeno PC, como esperado, cumpre o que promete quando o assunto é ser essencial. Sua tela é agradável, seus botões são bons e seus analógicos confortáveis. Seu peso também é interessante, por ser leve o suficiente para passar um bom tempo jogando, sem problemas de incômodo.

O produto, conforme visto na Gamescom Latam, não tem como público principal o “gamer entusiasta”, que já possui um Steam Beck ou semelhantes, e já sabe como importar aparelhos desta natureza. Na verdade, o foco está em jogadores que até desejam um aparelho assim, com a praticidade que ele oferece, mas que não sabem, não podem ou não querem trazer de fora um aparelho destes. Por isso, preços e facilidades de pagamento serão fundamentais para um bom começo.

Além disso, a Tectoy terá que se atentar com suas ideias e firmware, já que este público não é dos mais amistosos quando a tecnologia mais complica do que ajuda. Assim, talvez uma das coisas mais importantes no aparelho seja a construção de um bom sistema operacional, que entregue o essencial para quem quer o essencial, mas que permita que quem quiser mais do pequeno possa explorá-lo a vontade.

E embora o produto pareça um White Label, ele não é. Tudo bem que o aparelho compartilha tecnologia com a chinesa Ayn, mas o aparelho tem, nas palavras da Tectoy, parceria que garante que o produto seja lapidado por eles e conta com muito da Tectoy em seu desenvolvimento, com a promessa que o Zeenix é muito mais do que um “dispositivo chinês aleatório com a logo da empresa nele”.

Mas, por hora, só nos resta esperar. As primeiras impressões com o Zeenix foram excelentes, mas será apenas as primeiras semanas, com a recepção do público e a real utilização do aparelho é que vai cravar se a Tectoy acertou um belo gol com o seu novo projeto.

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Junior Candido

Conto a história dos videogames e da velocidade de ontem e de hoje por aqui! Siga-me em instagram.com/juniorcandido ou x.com/junior_candido

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