Jogamos 20XX, o “primo” de Mega Man e Mighty No. 9 que está em Early Access
Pelo visto, a família Mega Man anda crescendo… Após Mighty No. 9 e toda a sua controversa produção e lançamento, eis que aparece outro robozinho azulado, disposto a destruir os robôs malvados, com direito a um amigo com espadas. Estamos falando de 20XX, uma ideia do que seria o próximo Mega Man caso a Capcom tivesse o interesse em tocar a franquia mais algumas vezes.
Jogamos o Early Access do game, e pudemos conferir como ideias simples ás vezes conseguem garantir um produto final até mais interessante do que gráficos ultra elaborados.
Com uma proposta muito menos ambiciosa que Mighty No. 9 e com boas ideias, o jogo ainda não está pronto, porém já dá pra ter uma ideia do que nos espera quando o título estiver disponível.
É simples, mas é de coração
O visual do jogo não é uma das qualidades do jogo, mas também não compromete. Dá pra ver em todos os aspectos que 20XX busca oferecer uma “experiência Mega Man” a todo momento, ao invés de querer reinventar a roda. O visual lembra muito aqueles jogos de plataforma da época do Windows 95, com direito a muita cor e o natural melhor aproveitamento das telas, que oferecem mais resolução e com isso, mais espaço para a ação.
Os cenários lembram demais os jogos da franquia da Capcom, e contam até com elementos feinhos, como os portais ou algumas máquinas espalhadas pelo jogo, mas dão conta do recado no quesito imersão. É o típico “é simples, mas de coração”, que já jogamos sabendo que não será nunca um primor visual, mas que pelo menos já o encaramos com esta ótica, nos preparando para apreciar o que um jogo deste tipo tem de fato para oferecer.
Talvez o trunfo dos produtores aqui está na variedade das fases. Temáticas como todo bom Mega Man, temos ação na neve, na selva e em vários outros locais. Simples, claro, mas conseguindo transmitir um ar nostálgico, o jogo até poderia tentar melhorar neste aspecto, mas o próprio Mighty No. 9 está aí para mostrar que os fãs deste tipo de game gostam mesmo é de sair atirando em tudo que se move, com o visual sendo um item secundário.
Ação Frenética
O que falta em visual, sobra em ação ao jogar 20XX. Claro que a evolução gráfica e visual é importante para um jogo e para a indústria do videogame como um todo, mas nada disso vale a pena se o gameplay for chato. Aqui temos um gameplay idêntico a tudo o que foi visto nos jogos que serviram de inspiração: fases curtas (no caso, mais curtas ainda aqui), com plataformas a serem desafiadas, robôs inimigos e armadilhas a todo canto, com um robô te esperando para um duelo ao final dos estágios. Tudo como “era antes”.
Mas é nas ideias a mais que 20XX se destaca de fato. Começando por algo que nunca tivemos a oportunidade: jogar com um amigo “de 2”. Sempre nos aventuramos de maneira solitária nas fortalezas de Mega Man, e mesmo com Zero à disposição na série X, só podíamos escolher um ou outro. Bom, neste game é possível jogar com os dois personagens, de maneira local ou mesmo online. E é com certeza que podemos afirmar que o jogo fica ainda melhor ao jogar com duas pessoas.
O sistema de jogo também sofreu algumas alterações. Após uma fase de introdução, somos enviados para uma nave-mãe, a qual podemos escolher o personagem que iremos jogar, os modos de jogo, os desafios diários, ou encarar a campanha. Desta vez, nada de entrar em um menu e escolher o seu adversário. Você será enviado para uma fase aleatória e ao vencer o robô inimigo, poderá escolher a próxima, entre três opções, em um porta no fim da fase.
Também podemos destacar a dinâmica das fases, que embora contem com as mesmas plataformas que somem e voltam, os mesmos obstáculos e os mesmos robôs inimigos que se atiram em você, contam com diferenças sutis: aqui cair não significa a morte absoluta, com seu robô voltando para a ação, perdendo apenas um ponto de vida, os itens dos mais variados tipos que ficam disponíveis em quantidade maior que o “normal”, além dos níveis que contam com formatos variados de uma mesma fase, mas são extremamente menores do que o normal, já que o jogo segue uma linha de “tente ir o mais longe possível com apenas uma vida”.
A sequência que a Capcom deveria ter feito
Não há como comparar 20XX com Mighty No. 9. Apesar de beberem da mesma fonte, são jogos que seguiram caminhos bem diferentes. Keiji Inafune quis reinventar sua própria franquia e oferecer algo revolucionário, com os milhões de dólares arrecadados no Kickstarter. Já a Batterystaple Games apareceu com uma proposta mais simples: a de funcionar como uma “sequência espiritual” de Mega Man, oferecendo o que a série sempre ofereceu, mas com as suas próprias ideias de como seria caso a Capcom decidisse retomar os jogos da série.
A Capcom trouxe Mega Man 9 e 10 com uma proposta bem nostálgica, com gráficos 8-bit e dificuldade elevada. Mas achamos que o gênero está bem representado pela Batterystaple Games. Sem frescura e com ideias criativas, temos aqui uma opção simples de games de plataforma, mas que agrada muito ao se jogar. Quem sabe não teremos uma nova franquia nascendo aqui, com seus oito jogos, séries “X”, spin offs…