RetroArkade: Relembre o princípio da necessidade de correr com os clássicos de The Need for Speed

14 de setembro de 2014

RetroArkade: Relembre o princípio da necessidade de correr com os clássicos de The Need for SpeedNeed for Speed teve seu momento cult, popular, cansativo e agora precisa repensar sua razão de existir. Enquanto eles pensam, vamos relembrar os primeiros jogos da franquia de velocidade preferida de muito gamer?

A série Need for Speed apareceu em uma época aonde os jogos de corrida apresentavam tudo, menos realismo. Seja pela limitação da época ou pela preferência dos jogadores, o fato é que para cada Test Drive, com carros reais e simulação próxima a realidade, existiam vinte “Top Gears“, com velocidade exagerada, turbo pra todo lado e muita adrenalina (e sim, Top Gear é demais!).

Com o surgimento da geração 32-bit e jogos mais próximos ao que os computadores da época ofereciam, novos gráficos e recursos poderiam ser oferecidos ao jogador caseiro e em meio a tudo isto, nasceu o 3DO. Um console que prometeu muito e cumpriu pouco, mas que foi berço de várias séries conhecidas até hoje, entre elas o Need for Speed que depois passou por Saturn, Playstation (onde ganhou títulos exclusivos), e depois foi viver momentos de sucesso em meio a comunidade do Tunning na “geração 128-bit“.

Até chegar aos dias de hoje, onde atualizações anuais com mais erros que acertos fazem da franquia “mais uma” no meio de velocidade, onde viu Gran Turismo, Forza, DiRT e Grid ganharem espaço e preferência entre os jogadores. Gostaríamos muito de ver um novo jogo da franquia que faça jus ao seu nome, mas sabemos das dificuldades que isso implica. Gostei do novo Most Wanted, mas ainda assim é pouco para um nome tão forte.

Hoje vamos nos dedicar a relembrar apenas os primeiros jogos da série, da geração 32-bit. Sabemos que Underground são clássicos também, mas eles merecem um post dedicado, não concorda? Falaremos deles no futuro sim, mas hoje vamos relembrar os jogos “de raiz” de Need for Speed:

Road & Track presents: The Need for Speed (1994 – 3DO, PC, Playstation, Saturn)

O início de tudo contou com o respaldo da popular revista automobilística Road & Track, que estampava sua logo na capa do jogo. O sonho de pilotar Ferraris, Mercedes e Lamborghinis de verdade finalmente era algo real para quem podia pagar os 399 dólares do 3DO. A estreia da franquia já tinha perseguição policial e o jogador até levava um “game over” caso fosse pego pelos policiais mais de duas vezes.

As pistas eram estradas e no estilo “ponto A ao ponto B”. Também já apresentavam tráfego de outros carros durante as disputas e o visual era sensacional (e ainda é, caso olharmos o jogo com uma visão mais artística e menos “gráficos melhores”). E ao contrário dos jogos atuais, este é um legítimo simulador, tendo o apoio da revista já citada inclusive nos barulhos de trocas de marchas.

Os carros eram poucos para os padrões de hoje, mas suficientes para o jogador de 1994. São estes: Lamborghini Diablo VT, Ferrari 512TR, Chevrolet Corvette ZR-1, Dodge Viper RT/10, Porsche 911 Carrera, Acura NSX, Mazda RX-7 e Toyota Supra Turbo. Depois o jogo foi lançado para Playstation, Saturn e PC com novas pistas e modos e uma versão SE (Special Edition) foi lançada em 1997 com mais atualizações. E quem correu na lua, sabe o que esse jogo significa.

https://www.youtube.com/watch?v=ERJ6fLUl9xU

The Need for Speed 2 (1997 – Playstation e PC)

Já no segundo jogo, além de melhorias gráficas e sonoras, já perdíamos o foco na simulação e uma jogabilidade arcade chegou para nunca mais ir embora. Um jogo bastante divertido que continuava a apresentar os carros de luxo sonhos de consumo com vídeos e detalhes (incluindo o painel ao usar a visão interna do veículo, que vem do primeiro jogo). As pistas agora eram espalhadas pelo mundo e uma secreta foi adicionada dependendo do desempenho do jogador para desbloquear e atalhos foram implementados te desafiando a explorar pedaços da pista que não estão no mapa para ganhar vantagens em seus adversários.

Aqui também foi a marca do início da exclusividade da série no Playstation. Embora o PC também recebeu uma versão, para os consoles apenas o videogame da Sony recebeu as posteriores versões canônicas da franquia. E isso é um reflexo do final dos anos 1990, onde muitos desenvolvedores preteriram o Nintendo 64 e ignoraram a existência do Saturn, se dedicando apenas ao Playstation. Os carros da segunda versão, incluindo os da versão SE: McLaren F1, Ferrari F50, Ferrari 355 F1, Ford GT90, Ford, Indigo, Ford Mustang Mach III, Jaguar XJ220, Lotus Elise GT1, Lotus Esprit V8, Italdesign Nazca C2, Italdesign Cala e Isdera Commendatore 112i.

E algo bem divertido nessa versão eram os carros exóticos que podiam ser acessados através de truques: era possível correr com uma caixa de madeira, um tronco, um caminhão do exército e até com um Tiranossauro Rex. Como não dá pra relembrar tudo aqui, vou deixar apenas a dica do carro que mais curtia, o Fusca: era apenas digitar BUGME BUGU como senha para colocar um Fusca contra uma Ferrari. Digno.

Need for Speed III: Hot Pursuit (1998 – Playstation e PC)

Enfim a estreia de um elemento o qual existe até hoje em jogos da série: as perseguições policiais insanas, incluindo a opção de escolher entre o policial ou o corredor das ruas. O jogo continuou a não se levar tão a série assim com a diversão das perseguições em meio as disputas, um carro exclusivo para o jogo que se chama El Niño e até uma pista onde os carros ficavam miniaturas em um quarto no melhor estilo Toy Story.

Também foi dado ao jogador a escolha de correr no clima e período do dia que desejar. Mas nada destas coisas superou a adrenalina e o prazer de correr com ou contra policiais com carros tão potentes quanto os seus. Os atalhos também foram mais escancarados e a partir deste jogo, Need for Speed começou a se estabelecer como uma franquia muito popular, saindo apenas do grupo “seleto de admiradores de carros”.

Need for Speed: High Stakes (1999 – Playstation e PC)

O quarto jogo da franquia não tem o IV no logotipo mas evoluiu o que o terceiro jogo apresentou: as perseguições policiais ficaram mais incrementadas e divertidas, com adição até de helicópteros para aumentar a dinâmica das partidas, além dos carros que agora apresentam adesivos e sirenes específicas de seus países de origem.

As pistas estão espalhadas pela América do Norte e Europa e mais carrões de luxo (não, no início não tinha espaço para um Golf ou um Peugeot 206 tunados) que já não dá pra citar um a um como nos primeiros games, mas posso dizer que adorava pilotar o icônico Corvette.

E outra novidade foi o modo High Stakes, onde os dois competidores apostavam seus próprios carros. O vencedor fica com o carro do perdedor e se o jogo fosse multiplayer, o carro do perdedor era transferido automaticamente para o memory card do vencedor.

Need for Speed: Porsche Unleashed (2000 – Playstation, PC e GameBoy Advance)

E o quinto e último game da série para os 32-bit e que encerrou uma geração (sim, existe Hot Pursuit II para PS2, mas estamos falando de uma era específica) foi exclusiva dos Porsches e uma tentativa de retorno às simulações do primeiro jogo, mas com as evoluções da série aplicadas também.

O jogo é praticamente uma enciclopédia da lendária montadora alemã: no modo carreira, chamada aqui de Evolution você disputa corridas desde a década de 1950 até os anos 2000, conhecendo carros e um pouco da história da Porsche. Dinheiro era conquistado e podia ser investido em consertos ou desempenho do automóvel, em uma tentativa de competir com Gran Turismo 2 que já era sucesso também e conquistava dia a dia sua própria base de fãs.

No mais, a despedida da franquia para o primeiro Playstation foi muito competente: gráficos “no limite”, músicas interessantes que criavam o clima das décadas as quais passeamos durante o jogo e a simples ideia de contar uma história durante um jogo de corrida deram pra valer a chave de ouro para o “jogo de Porsche” de Need for Speed.

Neste meio tempo a série também se arriscou em jogos de Rally e até um jogo online, o Motor City (de 2001 e não tem nada a ver com o atual NFS: World) e o já comentado Hot Pursuit II para Playstation 2, Xbox e Gamecube, além dos PCs. Até que em 2003 a franquia mudou radicalmente, soube aproveitar bem o timing do universo “Velozes e Furiosos” e emplacou seu Underground e suas sequências como sucessos.

Depois, entre acertos (Most Wanted “2”) e erros (Undercover), a série chega aos nossos dias mas sem o mesmo status que detinha no mínimo, há dez anos atrás. O que a série nos reserva para o futuro? O que a nova geração poderá ajudar a franquia a renovar e resgatar seus bons tempos? Ou um remake se faz mais do que necessário para revitalizar os rachas que todos adorávamos disputar nos anos 1990 ou 2000?

Hora de escolher seu carrão de luxo, a pista nas estradas sem limites de velocidade e embarcar nessa viagem super rápida ao passado. Mas cuidado com os policiais pois eles estão prontos para lhe aplicar boas multas, combinado?

Junior Candido

Conto a história dos videogames e da velocidade de ontem e de hoje por aqui! Siga-me em instagram.com/juniorcandido ou x.com/junior_candido

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