Conheça a história de Centralia, a Silent Hill do mundo real
Você alguma vez imaginou se algo que viu em algum game pudesse ser real? Ou quem sabe possa ter sido baseado em algo (real ou não) dada sua riqueza em detalhes? Se seria possível que um game nos conte uma história que por mais fantasiosa que fosse, pudesse ter uma parcela de verdade inserida? Pois então conheça agora a história Centralia, a Silent Hill do mundo real.
Certamente, quase todas as pessoas que gostam de games no mínimo conhecem o nome da série Silent Hill, uma série de terror sobre a cidade de mesmo nome, engolida pelas trevas e infestada por toda a sorte de monstros e demônios. E qualquer pessoa que conheça a série sabe que ela já foi adaptada ao cinema, naquela que é considerada por muita gente uma das melhores (ou seria menos piores?) adaptações de games para o cinema.
O filme Terror Em Silent Hill (Davis Films, TriStar Pictures), adaptação do primeiro game da série, mostrou uma Silent Hill ligeiramente diferente da que é vista no game, mas não menos assustadora. A diferença é que no filme, a eterna névoa que envolve a cidade é resultado de um incêndio sem fim que ocorre no subsolo, por conta de antigas minas de carvão que entraram em combustão devido a um grave acidente.
No entanto, essa pequena adaptação da cidade do cinema não foi mero capricho de produção. Pois a Silent Hill dos filmes, foi inspirada, além da lendária cidade do game, em uma cidade real dos Estados Unidos.
Centralia – a Silent Hill do mundo real.
A cidade de Centralia, situada no distrito de Columbia no estado da Pennsylvania, possui uma história trágica, real, que ainda sobrevive nas ruas e casas abandonadas desta cidade que hoje legalmente não existe mais. Em 1841 uma pequena vila foi fundada por um homem chamado Johnathan Faust, que abriu uma pequena estalagem no local onde futuramente se estabeleceu a cidade.
Trinta anos depois, Alexander W. Rea, um engenheiro de mineração da Locust Mountain Coal and Iron Company se estabeleceu na pequena vila e foi de grande importância para seu desenvolvimento. Até o ano de 1865 a vila era conhecida como Centerville, quando no ano de 1866 a cidade foi oficialmente fundada sob o nome de Centralia.
A fonte de renda principal da cidade eram suas minas de carvão mineral, que traziam muita prosperidade a cidade em seus tempos antigos, tempos que, no entanto, infelizmente não eram muito pacíficos. Apesar de ser uma cidade relativamente pequena, ela estava muito longe de ser tranquila. A cidade sofria nas mãos da organização secreta chamada Molly Maguires, formada por mineradores de origem irlandesa, que realizavam inúmeros ataques criminosos, sequestros e assassinatos pelo estado da Pennsylvania.
A Cruz Ucraniana – curiosamente, este é o simbolo predominante nos cemitérios de Centralia.
No ano de 1868, três membros da organização assassinaram o fundador da cidade, Alexander W. Rae, sendo condenados a enforcamento público, que por sua vez ocorreu na cidade de Bloomsburg anos depois. Além deste assassinato, muitos casos de assassinatos e incêndios criminosos eram registrados na pequena cidade.
Um desses incêndios resultou em uma das maiores tragédias da cidade, o grande incêndio de 1908. Não se sabe ao certo a causa do incêndio, se foi resultado de um acidente, ou de uma ação criminosa, mas sabe-se que ele destruiu muitas casas e armazéns, e que só pode ser apagado graças ao esforço de toda a população que ajudou de todas as formas a acabar com o fogo. Felizmente, não foram registradas mortes nessa tragédia.
Imagem da população de Centralia diante da destruição causada pelo grande incêndio de 1908.
Mas o incêndio de 1908 era pouco perto do que ainda estava por vir; a verdadeira ruína que se abateu na cidade e existe até os dias de hoje. No ano de 1962, a cidade foi engolida por um “inferno” de chamas inesgotáveis. Extensas pesquisas foram realizadas para apontar a causa exata do terrível evento que ocorreu neste ano.
No dia 27 de maio de 1962, a cidade contratou os serviços de cinco bombeiros voluntários para limparem um aterro perto do cemitério de Odd Fellows, como preparação para a comemoração do Memorial Day, um dia comemorado em muitas cidades americanas em honra às pessoas e soldados americanos mortos em guerras e combates. Os bombeiros atearam fogo nos entulhos espalhados pelo aterro para fazer a limpeza, como normalmente o trabalho é realizado.
Antiga estátua de uma garotinha encontrada em um dos cemitérios de Centralia.
Entretanto, o fogo não foi devidamente apagado, e por uma rachadura no solo, as chamas se alastraram para dentro da terra, atingindo as famosas minas de carvão de Centralia. O fogo começou a queimar o carvão e se alastrar em velocidade incrível por todo o subsolo, criando um incêndio que não poderia jamais ser apagado.
Uma tentativa de evitar que o fogo se espalhasse foi feita pelos bombeiros, que construíram algumas barreiras subterrâneas com argila, que consegue reter calor, mas foi uma tentativa vã, visto que eles não deram conta de selar o lugar com a rapidez necessária, e precisaram abandonar o local com os esforços incompletos para escaparem com vida.
Deste dia em diante, e nos anos seguintes, a cidade começou a sofrer cada vez mais graças aos efeitos do incêndio subterrâneo. Rachaduras gigantescas se abriam por todos os lados, o solo começou a afundar em diversos pontos, a vegetação começou a adoecer e morrer rapidamente, casas e edifícios desabaram por conta do fogo, a temperatura do subsolo aumentou a um nível considerado de risco total (visto que além das minas de carvão, a cidade possuía tanques de combustível subterrâneos em postos de gasolina e indústrias), gás venenoso era expelido por rachaduras do solo, bueiros ou qualquer outro espaço por onde pudesse se esvair. E buracos enormes se abriam num piscar de olhos.
“CUIDADO – PERIGO. Fogo em mina subterrânea. Andar ou dirigir nesta área pode resultar em ferimentos sérios ou morte. Gases venenosos presentes. Terreno propenso a colapso súbito.”
Esta terrível tragédia passou a se tornar mais conhecida e a se expandir pelo país. Inúmeros casos de doenças foram registrados por conta dos gases venenosos que tomaram a cidade, entre eles, monóxido de carbono e dióxido de carbono, além da diminuição do nível de oxigênio na atmosfera da cidade. E graças a um caso muito incomum, todas as atenções se voltaram para Centralia.
Aconteceu que, no ano de 1981, o garoto Todd Domboski, de 12 anos, por pouco não foi morto ao cair em um buraco de 46 metros de profundidade e 1,20 metro de largura que subitamente se abriu sob seus pés no quintal de sua casa. Todd escapou da morte graças a seu primo Eric Wolfang, de 14 anos, que o segurou antes que despencasse pelo enorme buraco.
Com o incidente, uma grande quantidade de gás foi expelido pela abertura no quintal de Todd; cientistas analisaram os gases e constataram que se trata de uma enorme quantidade de monóxido de carbono, em um nível altamente prejudicial à saúde.
Todd Domboski ao lado do buraco que se abriu no jardim de sua casa.
No ano de 1984 o governo do estado da Pennsylvania tomou uma atitude drástica em relação a cidade. Durante todos os anos desde o início do incêndio, todas as tentativas de apagar as chamas falharam e o fogo espalhava-se cade vez mais. Foi então tomada a decisão de evacuar a cidade, que só foi possível utilizando-se a quantia de 42 milhões de dólares em todos os esforços. Mas apesar da decisão do governo, algumas famílias se recusavam a abandonar a cidade, mesmo sob avisos do governo e várias tentativas de removê-los da cidade.
Em 1992 o governador do estado na época, Bob Casey, declarou domínio iminente em todas as propriedades da cidade, condenando todos os seus edifícios e declarando que a cidade era um lugar de alto perigo. Os moradores que permaneceram na cidade contrariando as ordens do governo entraram na justiça contra essas decisões, mas todas as suas tentativas falharam.
Eis que, no ano de 2002, a companhia de correios dos Estados Unidos revogou o código postal da cidade (o CEP, ou Zip Code), que era 17927. Com isso a cidade não mais existia legalmente, e mais nada dessa data em diante endereçado à Centralia foi aceito. Anos mais tarde, o governador do estado do ano de 2009, Ed Rendell, iniciou os processos de despejo formal de todos que ainda permaneciam na cidade. E assim, Centralia tornou-se apenas um nome de uma cidade que já não mais existia.
Uma das poucas casas abandonadas de Centralia.
Poucas casas sobreviveram ao tempo em Centralia, a grande maioria foi demolida pelas autoridades, outras desabaram por si só, algumas pelo solo afetado que acabou cedendo, outras, pelo fogo que queima no subterrâneo. E mesmo após a decisão de despejo total de 2009, acredite, ainda existem pessoas que vivem na cidade. Em seu auge, a cidade era lar de aproximadamente 3000 pessoas. No último censo realizado, no ano de 2010, a contagem de pessoas que ainda viviam em Centralia era de apenas 10 pessoas.
Muitas das pessoas que viviam na cidade antigamente hoje participam de manifestações e brigas judiciais para que a cidade seja reaberta para a população. Eles alegam que o fogo que assola a cidade não existe mais, e que a qualidade do ar, considerada venenosa, não mais representa perigo.
Na verdade, olha só que bizarro: a grande maioria dos ex-moradores afirma que o incêndio jamais se espalhou pela mina de carvão, e que tudo não passa de um golpe do Governo da Pennsylvania para se apossar da mina e de todos os lucros que ela gera.
Essa teoria da conspiração tem base num artigo da legislação americana que diz que quando uma cidade não pode mais se manter como um município (em outras palavras, quando não possui mais habitantes), ela deixa de existir. Sendo assim, seus recursos naturais (neste caso, especificamente os direitos pela mina de carvão) deixam de pertencer à cidade e a seus habitantes e passa a se tornar propriedade de seu estado democrático, dessa forma torando-se posse do governo da Pennsylvania.
Rota 61 – antiga entrada para a cidade de Centralia, hoje destruída.
Mas apesar de todas as manifestações de seus antigos moradores, nenhum sucesso foi obtido até hoje. Centralia hoje não se parece mais com a próspera cidade que um dia foi, mas sim com um enorme cemitério cravado na terra. As casas que não foram demolidas permanecem erguidas em estado assustadoramente precário, e dentro de muitas delas ainda estão objetos abandonados pelas famílias que um dia as habitaram, destruídos, ou espalhados por todo lado.
Curiosamente, alguns pontos específicos da cidade ainda se mantém, estranhamente em quase perfeito estado: os cemitérios de Centralia. A cidade possui um total de 4 cemitérios em ótimo estado, inclusive com várias de suas lápides que podem ser consideradas como novas. Ocasionalmente, as fumaças tóxicas do enorme incêndio subterrâneo escapam através de espaços abertos e imperfeições do solo, ou mesmo em alguns túmulos. Tenso.
E, apesar da alegação dos ex-moradores, o fogo ainda queima nos subterrâneos da cidade até os dias de hoje. Pesquisas científicas já apontaram que o fogo se espalhou muito ao longo dos anos. A cidade de Byrnesville, ao sul de Centralia, foi alcançada pelo fogo no passado, e também foi abandonada. Outra cidade, Ashland, que fica próxima a Centralia também foi atingida pelo fogo, mas os danos causados foram poucos, quase insignificantes perto do “inferno” que se abateu sobre Centralia.
Um dos cemitérios de Centralia.
O fogo que destruiu Centralia está muito longe de apagar. Estima-se que o tempo para o incêndio nas minas subterrâneas se extinguir é de, no mínimo, 250 anos! Nenhuma das pessoas que um dia viveram em Centralia viverá o suficiente para ver esse dia chegar, mas para elas isso realmente pouco importa, pois seu desejo de retornar para a cidade abandonada, com fogo ou sem fogo, é imensa.
No ano de 2004, quando a adaptação do game Silent Hill começou a ser produzida, o escritor do filme, Roger Avary utilizou duas bases para tornar “real” a cidade infernal de Alessa Gillespie. A primeira base obviamente se tratava da Silent Hill original do game homônimo, uma pequena cidade do interior com poucas ruas e envolta em névoa e escuridão eternas.
A outra base se tratava da cidade fantasma de Centralia. Quando criança, Avary ouviu todo o tipo de histórias sobre a cidade, contadas por seu próprio pai (que era minerador), e tornou-se fascinado pela ideia de existir no mundo real uma cidade destruída por incêndio subterrâneo que ainda queimava!
Avary utilizou seu fascínio pela cidade na produção do filme, criando a Silent Hill que vimos nos cinemas: a névoa da cidade era formada pelas cinzas do incêndio subterrâneo que escapavam para a superfície, segundo as explicações evasivas dos personagens, que evitavam a todo custo atrair novas vítimas ao inferno que a cidade se tornou.
Centralia… ou Silent Hill?
Mas não foi apenas Silent Hill que usou a cidade de Centralia como inspiração: outras obras anteriores de terror também utilizaram a cidade como base para seus cenários. A cidade era usada como modelo para cidades fantasmas fictícias de livros e alguns filmes. Centralia já foi até mesmo usada como base para uma manifestação física do próprio inferno, antes mesmo de Silent Hill.
Há quem diga que existem coisas que não são deste mundo habitando Centralia, e muitos têm medo das histórias que são contadas. Muitas pessoas visitam as ruínas da cidade todos os anos, há quem diga que não encontrou nada de anormal na cidade fora ela estar abandonada. Muitas pessoas registraram a cidade em fotos e vídeos, mostrando a destruição que se abateu sobre ela, bem como comprovações de que as fumaças tóxicas que saem do solo realmente existem.
E há quem afirma ter visto coisas que não deveriam estar na cidade! Curiosamente, alguns desses relatos envolvem a densa névoa que envolvia o local. Pessoas que pareciam vestir roupa de mineradores que caminhavam pelas ruas e inexplicavelmente desapareciam, sons estranhos dentro das casas abandonadas, estranhas visões de seres incompreensíveis nos cemitérios, além de pessoas que chegaram a declarar terem sentido uma constante sensação de estarem sendo observadas.
Existem dois relatos famosos sobre possíveis casos sobrenaturais envolvendo a cidade. O primeiro é o de um grupo de três amigos que teve a ideia de passar por Centralia durante uma viagem que estava fazendo, pois ouviram falar que se o local era uma cidade fantasma.
Eles foram até a cidade e começaram a observar as tenebrosas ruas vazias, os poucos edifícios abandonados ainda restantes, as rachaduras gigantes nas estradas, os campos afundados por onde exalavam muitos gases tóxicos. Eles então chegaram até um dos cemitérios da cidade e decidiram explorá-lo. Havia muito vapor saindo do chão do cemitério, e os três amigos ficaram fascinados ao ver o fenômeno.
Eles estavam checando algumas das lápides do cemitério quando, dizem, ouviram uma voz bizarra que parecia vir do fundo da terra. Eles ignoraram, acreditando que pudesse ser a voz de outra pessoa que estaria passando no local. Então eles ouviram a voz novamente, que dizia claramente: “deixem este lugar”.
Neste momento, o solo começou a expelir vapor com mais força, exalando um odor apodrecido, que talvez pudesse ser enxofre. Os três amigos assustados correram para o carro para fugir dali, e os três ouviram a voz novamente em seus ouvidos, que parecia um sussurro, e dizia “porque… porque você fez isso?”. Eles fugiram antes que pudessem descobrir o que era aquela voz.
O outro caso narra o relato de um casal que também teve a ideia de visitar Centralia, porém eles decidiram explorar o interior de uma casa abandonada da cidade. A casa de três andares ainda possuía alguns objetos do tempo em que era habitada, além de muita sujeira e entulhos. O casal então ouviu passos nos andares de cima da casa, sem se assustar, perguntaram se havia mais alguém ali e subiram até o segundo andar.
Eles ouviram os passos novamente, desta vez descendo a escada do último para o segundo andar, então eles resolveram esperar de frente aos degraus para ver quem estava ali. Porém, conta-se, não havia ninguém, o som de passos desceu de degrau em degrau, até dar de encontro com o casal que olhava apavorado a escada vazia. Ambos fugiram da casa sem conseguir ver nada, apenas ouvindo os passos fantasmagóricos por dentro da casa.
Área destruída pelo fogo.
Mas Centralia não apenas sofreu com seu terrível incêndio subterrâneo, com seu abandono e com as histórias macabras que muitos contam. A cidade parece ter um “dom” de atrair a morte. No ano de 1948, o vôo 624 da United Airlines, que saiu de San Diego com destino ao aeroporto de LaGuardia em Nona York, caiu em uma área entre a cidade de Centralia e a cidade de Mt. Camel, na Pennsylvania. Toda a tripulação do avião: 4 membros da equipe e 39 passageiros, morreu violentamente em razão da queda.
Durante uma manobra comum de vôo, o piloto baixou a altitude do avião de 13000 pés para 11000 pés. Nesta manobra, a luz de emergência que indica incêndio no compartimento de carga se acendeu. O piloto e sua equipe imediatamente acionaram os extintores do avião neste compartimento, com medo que o incêndio fosse grave.
Os extintores se acionaram liberando grande quantidade de CO2 (dióxido de carbono) no compartimento. Por uma falha na estrutura do avião, o CO2 vazou pelos dutos de ventilação até atingir a cabine dos pilotos. O gás logo preencheu a cabine e os pilotos começaram a perder a consciência gradativamente, devido a ausência de oxigênio.
Destruição causada pela queda do vôo 624.
Por conta da perda de consciência dos pilotos, o avião despencou em uma descida rápida e violenta. As análises feitas posteriormente não puderam comprovar, mas especula-se que o CO2 possa ter atingido até mesmo os passageiros, deixando todos inconscientes antes e durante a queda.
Perto do solo, o avião colidiu com fios de alta tensão de uma estação elétrica próxima a Centralia e Mt. Carmel, explodindo no processo. Partes de metal e corpos das vítimas se espalharam por todos os lados, formando um cenário no mínimo perturbador.
Equipes de emergência chegaram ao local e analisaram a destruição, os corpos encontrados estavam em estado de mutilação. Alguns puderam ser identificados, entre eles, haviam nomes famosos do cenário artístico e empresarial dos Estados Unidos. Seus corpos foram resgatados e entregues às suas famílias para seus devidos funerais.
Túmulo sem identificação no cemitério St. Ignatius em Centralia.
No entanto, parte dos corpos encontrados estavam em estado de impossível identificação, eles estavam carbonizados ou destroçados. Seus restos foram apanhados e todos foram enterrados nos cemitérios da cidade de Centralia, nos leitos de cada uma dessas vítimas, há apenas uma pedra com a inscrição “Não-identificado. 17 de Junho, 1948”
Diversas são as histórias e relatos, reais e outros não comprovados ou fictícios, que fazem com que a cidade se pareça ainda mais com a Silent Hill dos games, assustadora, tenebrosa, misteriosa, e ao mesmo tempo fascinante.
E por falar em aparências, compare agora o mapa real da cidade de Centralia com o mapa de Silent Hill do 1º game. Consegue notar alguma semelhança? (Se os mapas abaixo não abrirem, recarregue a página).
Aproxime o mapa para ter uma visualização melhor
Mapa do primeiro Silent Hill
Não é a toa que a cidade de Centralia foi utilizada como uma das bases para a excelente adaptação de Silent Hill aos cinemas. As semelhanças são muitas entre as duas cidades. O Google, com o seu Google Car, fez uma visita a lendária cidade de Centralia e mapeou suas duas avenidas principais, além de fotografar muitos pontos importantes e estranhos da cidade.
Durante a visita que o Google fez a cidade, ela estava envolta em chuvas e neblina. Coincidência? Acaso? Ou simplesmente uma grande ironia? Veja as imagens do Google Street View em Centralia abaixo (infelizmente as imagens abaixo foram atualizadas no ano de 2017 e registraram a cidade num dia de sol):
No final das contas, a história de Centralia foi um terrível caso real de uma cidade condenada a destruição por um erro cometido por um pequeno grupo de pessoas. E vivendo uma tragédia que não tinha solução, ela foi abandonada por seu governo e por seu país, mas não por seus antigos moradores, que tentam incessantemente fazer vir a tona a “verdade” por trás da demolição e abandono da cidade, desejosos a voltarem para o lugar que um dia foi chamado de lar.
A história de Centralia no entanto não chegou ao seu capítulo final. Mesmo após sua destruição, e das várias derrotas dos ex-moradores da cidade em reconstruir a cidade, ainda há um mistério real que sobrevive. Perto do Memorial dos Veteranos da cidade, no ano de 1966 uma cápsula do tempo foi enterrada abaixo de uma pedra com uma inscrição bem específica, ela deve somente ser aberta no ano de 2016.
Como você deve saber, estas cápsulas são construídas para que a população de uma determinada época deixe algo – sejam informações, fotos, objetos, ou qualquer outro tipo de coisa – selados, para ser aberta somente em uma data específica num futuro relativamente distante.
É uma forma do passado poder “conversar” diretamente com o futuro. Espera-se que todos os antigos moradores de Centralia retornem para a cidade em 2016 para a abertura da capsula. Seu conteúdo é um mistério para todos, e somente daqui a 3 anos ele finalmente será revelado.
Em 2016, a cápsula do tempo de Centralia será aberta.
Ainda tem dúvidas se a história de Centralia é ou não real? Toda a história e acontecimentos reunidos neste texto são reais. Mesmo os relatos de encontros sobrenaturais existem. Claro que sua veracidade pode ser contestada, mas seus registros são reais.
Então, quando você se aventurar pelo horror digital dos games da série Silent Hill lembre-se: no mundo real, existe uma cidade condenada pelo fogo, destruída pelo tempo, e lembrada por seu antigo povo. Esta cidade é Centralia, a Silent Hill do mundo real.
(Via: Wikipédia, Passagem Secreta, Offroaders, The Pennsylvania Rambler, USA Today News)