Lego: saiba tudo sobre o brinquedo que fascina crianças e adultos
Antes que você diga “ué, porque tem uma matéria sobre um brinquedo de criança no blog da Arkade?”, não esqueça que as pecinhas de Lego são muito mais que um brinquedo de criança, e já se enraizaram em diversos nichos da culturas pop, inclusive nos nossos queridos games!
Antes de falar sobre os games, vamos voltar no tempo e descobrir como foram criados estes bloquinhos que fazem a alegria de crianças (e também de muitos marmanjos!). As primeiras peças de Lego foram criadas no longínquo ano de 1932, por um carpinteiro dinamarquês chamado Ole Kirk Christiansen.
Por conta da grande crise de 1929, a demanda pelos produtos e serviços de carpintaria do Sr. Christiansen andava bem fraca naquela época. Como ninguém mais encomendava móveis e coisas do tipo, ele decidiu aproveitar seu tempo livre para inventar brinquedos, atividade esta que começou como um simples hobbie.
Em 1932, o Sr. Christiansen estava trabalhando em um novo tipo de jogo que misturasse a inventividade dos quebra-cabeças com a mobilidade dos brinquedos tradicionais.Esta ideia o levou a criar pequenos bloquinhos de madeira que podiam ser encaixados uns nos outros. Estavam criados os “avôs” do Lego tal qual conhecemos hoje.
Somente dois anos após inventar os bloquinhos foi que o carpinteiro decidiu dar um nome para a sua criação. Em 1934, ele batizou sua pequena companhia de Lego, uma aglutinação da frase “leg godt”, que no idioma dinamarquês significa algo como “brinque direito”. Coincidentemente (ou não), a palavra Lego também pode ser traduzida do latim para algo semelhante a “eu monto”.
Em meados da década de 40, as lojas de brinquedos foram invadidas pelos Kiddicraft Self-Locking Building Brick, tijolinhos de montar fabricados e patenteados no Reino Unido. O brinquedo era bastante semelhante ao Lego dinamarquês, mas com um grande diferencial: eram feitos de plástico, material que é muito mais maleável e otimiza a produção em grande escala.
Empolgado (ou enciumado) com o sucesso dos tijolinhos ingleses, o (ex-)carpinteiro tratou de estudar minunciosamente o brinquedo concorrente. Em 1949, ele largou a madeira, investiu em maquinário importado e criou os Automatic Binding Bricks, praticamente os pais das pecinhas de Lego que temos hoje.
Já no início da década de 50 as peças de Lego passaram pela sua última reformulacão significativa, o que tornou-as praticamente universais com todas as variações de Lego posteriormente fabricadas. Acredite, se você pegar uma peça de Lego lançada em 1953 e outra que acabou de sair da loja, elas vão se encaixar perfeitamente!
Bom, para resumir a enorme evolução da empresa, atualmente o grupo Lego já possui fábricas ou lojas em mais de 140 países – inclusive no Brasil – e gera mais de 10 mil empregos ao redor do globo. A variedade de produtos só cresceu, e hoje temos pacotes específicos para montar cidades, castelos, naves espaciais, dinossauros, navios pirata e mais uma infinidade de coisas.
Temos ainda os kits de Lego exclusivos para a robótica, que apresentam motores, sensores e peças mais avançadas, que instigam a criação de robôs que possam executar determinadas atividades. Estes pacotes são muito utilizados em escolas, que participam inclusive de torneios e competições. Os bloquinhos também são amplamente utilizados em aulas de matemática, economia e raciocínio lógico.
Com uma marca mais do que consolidada na área dos brinquedos, de uns anos para cá a empresa resolveu se aventurar em novos terrenos: entre roupas, filmes e parques temáticos, o destaque vai para os games e produtos licenciados de grandes franquias do cinema e da literatura.
Com esta diversificação quem saiu ganhando fomos nós, os gamers, pois os jogos da série Lego conseguiram mesclar de maneira muito divertida o melhor de dois mundos: de um lado, temos o visual sempre simpático e colorido dos bloquinhos. De outro, os personagens carismáticos e histórias fantásticas saídas diretamente das páginas dos livros e roteiros de cinema.
Star Wars, Batman, Harry Potter, Indiana Jones e o game Rock Band já foram transformados em bloquinhos nos games de Lego. Recentemente os Piratas do Caribe também embarcaram nesta onda. O game Prince of Persia seguiu o caminho contrário, e virou um kit de pecinhas para ser usado da maneira tradicional.
Apesar de manter um tom mais humorístico, as versões Lego de grandes obras – que são adaptadas aos games pela Traveller’s Tales – são muito respeitosas, e recriam com perfeição os momentos mais emblemáticos do material original, com total atenção ao desenvolvimento de personagens, cenários e figurinos.
Entre os títulos mais memoráveis da série Lego nos videogames, podem ser destacados os games que abordam a trilogia clássica da série Star Wars, que foi um sucesso de público e crítica, e os recentes games do Harry Potter, que acompanham diversos anos da educação do bruxinho em Hogwarts.
Além disso, não é de hoje que artistas se utilizam das pecinhas Lego para construir verdadeiras obras de arte, como esta que você pode conferir na imagem acima, feita pelo artista Nathan Sawaya, especialista em esculturas feitas de Lego. Há muito mais coisa bacana em seu site oficial.
E falando em arte, vale ressaltar que o Brasil detém o recorde de maior torre de Lego do mundo, com 31,19 metros de altura! A torre foi construída por milhares de voluntários no início de 2011, em um shopping de São Paulo. Para quebrar o recorde, foram utilizadas mais de 500 mil peças de Lego!
Para finalizar, confira algumas curiosidades muito interessantes sobre o mundo de Lego:
– De acordo com um estudo da Universidade de Copenhagen, com apenas 6 peças diferentes de Lego você pode criar mais de 915 mil combinações diferentes!
– A margem de erro máxima permitida na fabricação de uma peça de Lego é de dois milésimos de milímetro. Isso é menos do que a espessura de um fio de cabelo!
– A banda de rock The White Stripes tem um clipe todo feito de Lego, produzido com a técnica de animação stop motion. Confira abaixo:
– Em uma parceria com a NASA, este ano a Lego vai enviar kits de bloquinhos para a Estação Espacial Internacional, com o intuito de entreter os astronautas e estudar os efeitos da microgravidade nas construções.
– Proporcionalmente, existem 62 bloquinhos de Lego para cada ser humano da Terra.
– Os tijolinhos de Lego comercializados em um ano seriam suficientes para dar 5 voltas ao redor da Terra.
– Na Inglaterra, um sujeito chamado James May construiu uma casa toda feita de Lego! O trabalho demorou mais de um ano para ser concluído, e aproximadamente 800 milhões de pecinhas foram utilizadas! Assista abaixo um vídeo que mostra a construção da casa de Lego.
– Atualmente existem quatro parques temáticos de Lego – chamados Legolands – no mundo: um na Dinamarca, um na Inglaterra, outro na Alemanha e o último nos Estados Unidos.
Esta matéria foi originalmente publicada na edição 23 da revista Arkade.