125 shows e meio milhão de pessoas em Interlagos: os números do The Town
A primeira edição do The Town terminou na última semana e agora faz parte do calendário oficial de eventos dos paulistanos. Com todos os ingressos esgotados, segundo a organização do evento, esse festival contou com meio milhão de pessoas ao longo de cinco dias, proporcionando 220 ativações, 125 shows, nove ambientes, seis palcos, um musical, 235 horas de experiências e até lembranças do primeiro Rock in Rio de 1985.
Desde a abertura dos portões da Cidade da Música (nome que foi dado ao Autódromo de Interlagos durante o festival), em 2 de setembro, até o encerramento, em 10 de setembro, o The Town ofereceu música, cultura e arte aos seus visitantes.
O evento contou com apresentações variadas, que foram de Foo Fighters, que reencontrou o público brasileiro após o triste episódio na América do Sul no ano passado, até apresentação de Ney Matogrosso, que repetiu o mesmo primeiro show que havia feito no Rock in Rio de 29186, até o show Bruno Mars, que teve seu tecladista tocando Evidências no meio do show, com direito a Xororó na plateia.
O evento também contou com atrações interessantes nos outros palcos, como o The One, o Factory e o São Paulo Square. Também houve um replay da área eletrônica do Rock in Rio com o New Dance Order, além do The Town – O Musical, disponível para quem estava no evento.
A arte também desempenhou um papel fundamental, permeando todos os aspectos do festival. O espaço Jardim das Artes ao redor do New Dance Order trouxe esferas grafitadas que se tornaram um símbolo do evento, com inspiração nas expressões associadas a São Paulo e suas características únicas.
O NDO também contou com um espetáculo visual e sonoro apresentado pelos icônicos OSGEMEOS, bem como um projeto de Inteligência Artificial no palco, criado por Indio San, que utilizou 350m² de painéis de LED. A arte também se manifestou nas obras de Clara Leff no Factory, que trouxeram toda a influência do trap e da música urbana, bem como nos artistas de urban sketchers que criaram ao vivo na São Paulo Square, onde o blues e o jazz foram os destaques. Outras apresentações artísticas cativaram o público do festival, que até resgatou as nostálgicas câmeras Cybershot para registrar cada momento.
A experiência do The One incluiu videoartes selecionadas por uma curadoria conjunta dos criadores da Rock World e do artista visual Batman Zavareze, exibidas ao longo dos cinco dias do evento. A Área VIP e o The Town Club também se destacaram, com uma exposição de Gabriel Wickbold na primeira e uma paisagem de arranha-céus grafitada pelo artista Cadumen na segunda.
As obras de Cadumen também foram exibidas nos lounges de camarim. O festival contou com centenas de artistas exibindo suas obras, abrangendo diversas formas de expressão artística, desde as visuais até as musicais, todas inspiradas e homenageando a vibrante cidade de São Paulo. As grandiosas cenografias dos ambientes também capturaram a essência da cidade, com influências da arquitetura local.
Assim como o Rock in Rio fez história ao iluminar o público, o The Town seguiu a mesma tradição. O espetáculo de luzes no primeiro dia incorporou tecnologia de ponta para emocionar e colocar o público em destaque. Foram distribuídas 100 mil pulseiras e, com a ajuda de 1.000m² de telões de LED, mais de 6.300 spots de luz e fogos de artifício, um espetáculo inesquecível tomou conta da Cidade da Música.
Falando em público, dos meio milhão de participantes durante os cinco dias do festival, 325 mil vieram de outras cidades, representando cerca de 65% do público. O The Town gerou 19 mil empregos diretos e indiretos, além de um impacto econômico estimado em 1.7 bilhão de reais para a cidade, de acordo com a FGV. A tecnologia também teve seu momento de destaque, com 300 mil downloads do aplicativo e uma classificação média de 9.5 para o sinal 5G da Vivo.
De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Estado de São Paulo (Abih-SP), a ocupação dos hotéis na capital paulista durante os dias do festival, de 2 a 10 de setembro, superou 85%, um aumento de 25,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. Os números refletem o festival, que já tinha todos os ingressos vendidos.
O fundador da Rock World, Roberto Medina, expressou sua satisfação com o evento, em comunicado de imprensa, comparando-o ao primeiro Rock in Rio e enfatizando a importância da alegria do público. “Vivemos dias incríveis na Cidade da Música e voltaremos com tudo em 2025. Deixo aqui o meu muito obrigado a São Paulo, que me recebeu, junto à minha equipe, de braços abertos. Foram dois fins de semana históricos, que ficarão marcados para sempre na minha memória e na memória de meio milhão de pessoas.”
A primeira edição do The Town já é história e apresenta números grandiosos. A produção e operação técnica envolveram 750 pessoas em seis palcos, com 1.200 veículos para operação de shows e um total de 27 mil credenciais emitidas, incluindo 813 lâminas de imprensa.
O espetáculo musical “Originals” realizado dentro de uma estrutura semiesférica de 50 metros de diâmetro na Cidade da Música contou com a atuação de 40 atores e uma orquestra. O evento também envolveu uma impressionante infraestrutura, incluindo 24 mil metros quadrados de grama sintética, 100 quilômetros de cabos elétricos, 3,2 mil pontos de energia e 50 quilômetros de tubulações de água e esgoto.
Mais de 71 mil pessoas visitaram o Market Square, uma área de 1.800 metros quadrados com capacidade para 2.000 pessoas simultaneamente, que contou com 8 restaurantes, incluindo um cardápio assinado pelo renomado Chef Alex Atala. O consumo de bebidas e alimentos também foi notável, com destaque para os 20 mil litros de café 3 Corações, 23,4 mil picolés da Bacio di Latte, 46 mil pizzas da Domino’s e muitos outros itens.
A loja de produtos oficiais registrou a venda de 100 mil itens, sendo as camisetas o produto mais popular, com 30 mil unidades vendidas. Dos produtos anunciados, 93% foram esgotados.
Nas redes sociais, o festival também foi um sucesso, com mais de 293 mil novos seguidores nas redes do festival, mais de 2,2 milhões de conversas geradas e mais de 261 milhões de impressões. O The Town também teve 224 horas nos trending topics do X (o ex-Twitter) e 74 tags nos trendings.
A transmissão do festival atingiu mais de 36 milhões de pessoas ao longo dos cinco dias, com o Multishow liderando entre o público de 25 a 49 anos com pay TV e os shows sendo o conteúdo mais consumido no Globoplay durante o evento.
Além da música, as ativações e experiências no The Town também foram um sucesso. A Capela, localizada na Rota 85, realizou cerca de 450 celebrações do amor realizadas pelo personagem Freddie Mercury e cinco casamentos reais, além de mais de 15 pedidos de casamento nas escadarias da capela. Os stands de ativações de marca e os brinquedos gigantes e radicais também foram muito populares, com mais de 407 mil pessoas participando das atividades.
A acessibilidade e a diversidade também foram destacados pela organização do The Town, com uma equipe de acessibilidade dedicada a garantir o conforto e a segurança do público PCD (Pessoas com Deficiência). Foram tomadas várias medidas para atender a esse público, incluindo rotas acessíveis devido aos desníveis no terreno do Autódromo de Interlagos. Além disso, foram disponibilizadas cadeiras de rodas e kits de mobilidade, com 795 pessoas utilizando o agendamento prioritário de brinquedos.
Intérpretes de libras estiveram presentes nos palcos Skyline, The One e Factory, proporcionando tradução simultânea das músicas. Mapas táteis e legendas em braile ajudaram as pessoas com deficiência visual a se orientarem na Cidade da Música, e pisos táteis de alerta foram instalados para garantir a segurança dos deficientes visuais.
Uma equipe de acolhimento também foi implementada para auxiliar aqueles que se sentiram desconfortáveis ou enfrentaram crises de pânico, ansiedade ou situações de assédio, racismo, homofobia ou transfobia. Essas ações fazem parte do The Town Plural, uma iniciativa que promove a diversidade e a inclusão.
A plataforma “Por Um Mundo Melhor” foi incorporada ao The Town e promoveu a sustentabilidade em todo o festival. Parcerias com marcas como Heineken, Red Bull, Coca-Cola e Braskem incentivaram o consumo consciente, o reuso de materiais e o descarte adequado. Foram vendidos 472 mil copos reutilizáveis ao longo dos cinco dias. O festival também realizou o Leilão Fans For Change, permitindo que os fãs contribuíssem diretamente com projetos de responsabilidade social.
A operação de transporte durante o festival contou com uma parceria pioneira que manteve trens funcionando 24 horas por dia. A estação Autódromo da CPTM, próxima do local do evento, funcionou 24 horas por dia, sem a parada comum do sistema à meia noite. Já as demais estações de trem e o Metrô não recebiam novos passageiros, mas seguiram em funcionamento para que os visitantes chegassem até suas estações de destino.
As estações de metrô e trem ofereceram conexões com táxis e transporte por aplicativo, e algumas estações tiveram estacionamentos integrados para ônibus fretados, vans e automóveis. A estação mais próxima do Autódromo, a “Estação Autódromo”, estava a menos de 700 metros da entrada do festival, tornando o transporte público a opção ideal para chegar ao The Town. As operações de trem e metrô transportaram 283 mil pessoas, enquanto o The Town Express atendeu a 219 mil usuários.
A primeira edição do The Town foi um sucesso absoluto, deixando sua marca na história dos festivais e proporcionando momentos inesquecíveis para meio milhão de participantes. Com música, arte, cultura e diversão, o The Town conquistou São Paulo e está pronto para voltar em grande estilo em 2025.