Vinte anos depois, mais detalhes sobre o fim da parceria Nintendo-Square foram revelados

12 de janeiro de 2017

Vinte anos depois, mais detalhes sobre o fim da parceria Nintendo-Square foram revelados

Saiu no site Polygon, um material bem completo sobre Final Fantasy VII, com alguns detalhes novos a respeito do fim da parceria da então Squaresoft com a Nintendo, que fez suas malas e se mandou para a Sony e lançou diversos clássicos para o primeiro Playstation.

Entre os vários motivos que ocasionaram o rompimento, temos vários fatores, como os impedimentos criativos da Nintendo para o game, que não permitiam a Square fazer o jogo como eles queriam. Além disso, a questão do CD, que já era mais barato e permitia mais conteúdo, e alguns recursos que o 32-bit oferecia, como a possibilidade de se colocar as famosas cenas em CG, que revolucionaram a indústria com o próprio FF VII.

Um fato curioso no meio disso tudo, envolve um episódio no qual a Square foi comunicar a decisão em caráter formal. O programador Hiroshi Kawai foi o porta-voz do estúdio, e explicou que, pela arquitetura do console da Nintendo, “nunca teria qualquer coisa como Final Fantasy VII rodando no N64, com uma resposta simples e direta: “se vão nos deixar, que não voltem nunca mais”. Além desta resposta direta, a Nintendo ainda começou a acusar a Square de convencer outras companhias a trocar a Nintendo pela Sony. Se isso é verdade, nunca saberemos, mas o fato é que, com o Nintendo 64, a Big N perdeu exclusividades, viu muitas empresas lançando jogos apenas para o Playstation e teve que recorrer a estúdios próprios para lançar seus games, em uma prática que dura até hoje.

Outra curiosidade, revelada por funcionários da Square na época, conta que nas tradições de Kyoto, local onde está a sede da Nintendo, um costume dita que o anfitrião é quem oferece o que o visitante deve ou não beber, e na ocasião, um almoço muito agradável regado a cerveja de boa qualidade foi servido, seguido de um “desejo a vocês o melhor”, ditos por Yamauchi, o presidente da Nintendo na época. Mas entre os dois cenários, o que perdurou foi o do rancor. Rancor que durou mais ou menos uma década, mesmo com o lançamento de Final Fantasy Crystal Chronicles para o Gamecube, além de alguns remakes dos jogos clássicos para o Game Boy Advance. Neste período, ninguém responsável por Final Fantasy VII podia entrar nas dependências da Nintendo.

“Quando decidimos ir com a Sony, não nos deixaram aceder aos escritórios da Nintendo durante dez anos. Do ponto de vista do consumidor é algo bom que as companhias compitam entre si, porque os preços baixam e é melhor para todos. Mas numa perspectiva de homem de negócios, sinceramente, queríamos garantir de que a Sony ganhasse e a Nintendo perdesse, porque era o melhor para nós,” disse Kajitani.
Nos dias de hoje, a Square lança jogos multi-plataforma, com Final Fantasy XV disponível para Playstation 4 e Xbox One, ou mesmo o Final Fantasy VII que, embora lançado com exclusividade para o Playstation, hoje conta com versões para PC, PS3 e PSP (via PSN), alguns celulares japoneses, além do Android e iOS, e também com o remake para PS4 em desenvolvimento.Via (Eurogamer)

Junior Candido

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