RetroArkade – Futebol Gulliver, um autêntico representante do esporte bretão!

19 de novembro de 2017

RetroArkade - Futebol Gulliver, um autêntico representante do esporte bretão!

FIFA. International Superstar Soccer. Super Sidekicks. Goal. Formation Soccer. Muitos são os games de futebol que caprichavam durante os anos 90 e nos davam o gostinho de encarar estádios lotados e a conquista de campeonatos, em plena era do tetra brasileiro na Copa de 94 nos Estados Unidos. Junto a estes games, tínhamos também o futebol de botão, o pebolim e, é claro, o Futebol Gulliver, que foi um fenômeno por décadas entre a molecada.

Sua simplicidade aliado a um jogo de estratégia, e que chamava atenção por oferecer bonecos em forma de jogadores, fez com que este jogo se tornasse um ícone dos anos 90, brinquedo desejado por todas as crianças desta época e provedor de muita diversão. Escolha o seu clássico brasileiro preferido, monte o seu campo, coloque as placas de propaganda e vem jogar uma partida com a gente!

No início, Subbuteo e Pelé

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Em 1946, surgiu na Europa um jogo chamado Subbuteo. Semelhante ao futebol de botão, a dinâmica aqui era usar os jogadores, representados por bonecos em um suporte circular, para chutar uma bola propositalmente maior do que o normal, buscando atacar ou defender com os bonecos e, obviamente, procurando o gol, defendido por um arqueiro que era movimentado por uma haste conectada nele, permitindo “saltos” como os goleiros reais, de maneira mais dinâmica do que era visto com os botões.

Mas o maior sucesso do jogo era o fato de contar com o fator colecionável, com times sendo representados pelos bonecos, além de outros itens que, para os mais afccionados, permitia construir um estádio completo, com arquibancadas, câmeras de TV, telão e isso faz com que, até hoje, seja feito encontros, torneios e eventos entre os fãs do brinquedo, que chegou a ser vendido no Brasil com o nome de PeléBol, mas décadas mais tarde, durante os anos 70. Nesta época, a Gulliver lançou uma variação do game, com algumas diferenças: ao invés de bonecos feitos para sofrerem petelecos, tínhamos jogadores com pernas articuladas e chuteiras desenhadas de maneiras diferentes, para chutes específicos.

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Os jogadores eram destros e canhotos, cada um representando com seu pé articulado e chuteiras, o estilo de cada jogador: os zagueiros tinham os pés achatados para chutar alto e longe, enquanto os laterais tinham os pés levemente encurvados para chutar do canto para o centro do campo. Já os atacantes usavam chuteiras arredondadas, prontos para chutes poderosos ao gol. O legal é que, em uma cobrança de falta, por exemplo, cada jogador tinha alguma especialidade: entre chute forte no meio do gol a uma cobrança com curvas, as possilidades eram muitas, o que dava ao jogo um ar de estratégia e diversão ao jogo.

Aproveitando a imagem do maior jogador de futebol de todos os tempos, e também um dos primeiros atletas que ganhava extrema exposição, divulgando milhares de produtos (e, entre eles, até videogames) Pelé também aparecia no concorrente, trazendo assim o Futebol Pelé, e com ele, diversos times, como os mais importantes do futebol nacional, além de estrangeiros, incluindo o Napoli ou o Real Madrid, além de oito seleções, com o Brasil obviamente entre eles. Os jogadores eram bem detalhados, com uniformes que representavam bem os clubes que representavam, além de contar com uma cartela de números, para escalar seu time.

Futebol Club: eu tive um, e você?

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O tempo passa, e evoluções, além de cortes, para manter o preço acessível, e com o Futebol Pelé, agora chamado de Futebol Club, já que havia terminado a parceria entre o Rei do Futebol e a Gulliver, lá pelos anos 80. Falando de perdas, o jogo perdeu muitos detalhes dos jogadores, sendo eles todos iguais, mudando apenas a perna articulada, porém manteve a cartelinha de números, além de oferecer alguns times com o escudo pintado, sem a necessidade de adesivos. Aproveitando de uma época diferente, em que os times brasileiros gozavam de craques em suas escalações, os times estrangeiros foram excluídos.

Nos anos 90, ganhei um kit de natal. Não havia o campo, que era vendido separadamente, mas contava com as placas de anúncio, que ajudavam a delimitar o campo, além de dois times: Santos e São Paulo, o São Paulo com seu uniforme tradicional, com as listras horizontais, e o Santos com sua camisa listrada. Os goleiros eram iguais, e mesmo sem o verde do tapete, a diversão era imensa. Porém, não sei se com você era assim também: mas meus amigos e eu brincávamos mais de “gol a gol”, do que disputando uma partida como a regra do jogo mandava. E, o tapete, que mais atrapalhava do que ajudava, pois ao passar do tempo, ele começava a ficar irregular, deixava sem querer os jogos mais “emocionantes”.

Futebol Club 2: O jogo não pode parar

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Mesmo hoje, sem um apelo maior entre a molecada, pois eu nunca mais vi crianças brincando com este jogo, a série continua a ser fabricada. Os jogadores, hoje, estão em uma cor só e já não representam time nenhum, deixando isso a cargo da imaginação dos jogadores. Uma versão baseada no futsal também foi lançada, e, fazendo exceção à regra dos jogadores avulsos, Neymar aparece em uma edição exclusiva, com um bonequinho representando o jogador, diferente dos outros coloridos.

O Futebol Club, que acaba sendo conhecido mesmo por Futebol Gulliver, é um jogo criativo, e que merece uma chance para a molecada, ou mesmo entre os adultos, por oferecer partidas divertidas e dinâmicas. Nós crescemos, então não vamos ficar apenas chutando gol a gol e no mínimo, tentaríamos fazer uma partida interessante. É um brinquedo que vale para todas as gerações e que deveria continuar a ser colecionado e cultivado pelos fãs, tal qual o Subbuteo, que até hoje conta com uma comunidade gigantesca em torno dele.

Junior Candido

Conto a história dos videogames e da velocidade de ontem e de hoje por aqui! Siga-me em instagram.com/juniorcandido ou x.com/junior_candido

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