Melhores Jogos do Ano Arkade 2017 – Finding Paradise
Eu queria poder evitar de mencionar To The Moon ao iniciar o comentário sobre Finding Paradise, mas é praticamente impossível considerando que é indispensável recomendar o antecessor ao mesmo tempo que ele introduz o funcionamento deste episódio. Lançado no dia 14 de Dezembro, esse é mais um emocionante lançamento da Freebird Games.
Os cientistas Neil Watts e Eva Rosalene trabalham para a Sigmund Corp., especializada em realizar o último desejo de seus clientes. Para isso eles entram na memória do paciente, já em seus últimos momentos de vida, e a alteram de forma coerente para que, para ele, seu desejo se realize. Em To The Moon, o paciente John queria ir para a Lua. Já em Finding Paradise, é melhor não revelar o desejo do paciente, Colin, porque seria spoiler, já que é um assunto tratado mais profundamente na narrativa.
Kan Gao, que fez quase tudo no jogo, é um mestre em manipular os sentimentos do público, enquanto que em To The Moon ele seguia a receita de sua proposta, aqui ele subverte tudo o que sabemos sobre a série ao longo de seus episódios anteriores. Sempre que possível, Finding Paradise trabalha com humor, fantasia, mistério e, principalmente, muita emoção.
Como se trata de um jogo feito no RPG Maker, o gameplay é muito simples, mas não é esse o foco. A já enaltecida trama é potencializada com a belíssima trilha sonora, que inclui músicas originais e remixes dos antecessores que são até superiores. O título deixa bem claro que não é preciso jogar os demais jogos, mas é sempre bom por questões de contextualização e referências. Principalmente o A Bird Story, que conta um episódio da infância de Colin.
A história de Finding Paradise tem um ritmo diferente da de To The Moon, o que permite maior desenvolvimento dos personagens. Todos são muito bem caracterizados, mas o mais importante para destacar é a amiga de Colin, Faye, ela é preciosíssima para o roteiro e se trata de um dos personagens mais reais já vistos em um jogo.
O mais relevante que o jogo nos passa é o quanto é importante quando uma história consegue nos passar sentimentos, apesar da subjetividade individual de cada jogador, é dessa forma que uma obra de arte marca as vidas do seu público.
A esperança que fica é que Finding Paradise receba pelo menos o mesmo reconhecimento que To The Moon, mesmo sendo jogos para um público limitado (indie e walking simulator). O que podemos fazer é recomendar como um dos melhores do ano na Arkade, e também torcer para que seja recompensado no TGA 2018 com indicações para melhor indie e melhor narrativa.
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