Análise Arkade: Future War Reborn é tiroteio vindo dos smartphones para o Xbox One

13 de janeiro de 2018

Análise Arkade: Future War Reborn é tiroteio vindo dos smartphones para o Xbox One

O mundo dos games já nos deu centenas de opções de matar zumbis: em primeira pessoa, em terceira pessoa, com visão isométrica, e por aí vai. Future War Reborn é mais um game que aborda esta temática, e recente migrou dos dispositivos iOS para o Xbox One.

Future War Reborn se passa em um futuro pós-apocalíptico em que a humanidade foi dizimada por uma praga zumbi. Uma parte da sociedade humana se refugiou no espaço — criando a chamada Interstellar Alliance –, e lá um grupo de mentes brilhantes criou super soldados geneticamente modificados cujo objetivo é recuperar o planeta da zumbizada na base da porrada.

Assumimos o papel de um destes Genomme Soldiers, uma moça chamada Amanda, que possui um invejável arsenal de armas e equipamentos para eliminar as hordas de zumbis e bizarrices mutantes que irão atacá-la. Assim, sua missão espalha-se por diferentes pontos do do globo, dizimando monstros enquanto cumpre objetivos pontuais que vão ajudar na retomada do planeta.

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Esta é Amanda, a heroína do game.

Nada muito original, mas o tema “pós-apocalíptico zumbi” já está tão batido que fica realmente difícil pensar em como alguém poderia inovar no gênero. Aqui temos um viés sci-fi embutido na mistura, mas a forma enfadonha com que a narrativa se desenrola — através de diálogos em caixas de texto entre imagens estáticas de personagens — não agrega muito valor.

Gameplay

Future War Reborn se apresenta na forma de um twin stick shooter bem tradicional: ande com uma alavanca, mire e atire com a outra. Nossa heroína também pode realizar ataques melee, e caso a coisa fique feia, um jetpack de emergência lhe permite dar um salto para longe do perigo.

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As armas seguem a cartilha básica dos jogos do gênero: temos rifles, metralhadoras, escopetas, lança-mísseis e até armas futuristas que soltam lasers. Conforme progride você vai expandido seu arsenal; o problema é que só pode equipar duas armas de cada vez, o que limita um pouco a ação, mas recompensa seu esforço melhorando os atributos das armas mais usadas individualmente.

Curiosamente, algo que se mostrou um elemento dificultador em minhas partidas foi a escassez de munição, algo bem raro de acontecer em twin stick shooters: quase nunca vemos munição dropando pelo cenário, e geralmente precisamos nos virar com o pente que veio com a arma. Nem sempre isso foi suficiente, de modo que em mais de uma ocasião eu precisei ficar saltando loucamente com meu jetpack para fugir das hordas assassinas.

Foi o que aconteceu na reta final deste breve vídeo de gameplay que gravei, confere aí:

O que realmente muda um pouco a dinâmica do jogo são os “acessórios” que você pode solicitar para a base, que chegam na forma de caixotes de metal. Você pode, por exemplo, requisitar uma turret fixa para te ajudar a dar conta dos inimigos, ou uma minigun que te deixa mais lento, mas tem muito poder de fogo. Há até um enorme mech de combate que cai do céu para você pilotar, no melhor estilo Titanfall!

Limitações do mobile

Future War Reborn não é o primeiro jogo que migra do formato mobile para um console, mas ele também não consegue fugir dos vícios e limitações da plataforma original. Para começar, tudo é muito simples: as missões são curtas, e rolam em cenários pequenos que oferecem pouca variação de objetivos — coisas tipo “mate todos os zumbis” ou “proteja o lugar x por tantos minutos”.

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Ou “recupere tal objeto ficando perto dele até a barrinha encher”.

Esse formato combina com um jogo mobile — afinal, é ideal para partidas rápidas no banheiro ou na fila do banco –, mas não oferece o “conteúdo” que estamos acostumados a receber em um jogo de console. É tudo muito raso, e as mecânicas simples dão a impressão de que nunca estamos realmente progredindo.

Sendo justo, o gameplay foi bem adaptado para o controle: tudo é bem responsivo e funciona bem. O problema é que o jogo não se sustenta só com isso, e ao mesmo tempo que temos mecânicas decentes, temos menus um tanto obtusos, e uma interface que certamente funciona melhor com telas touchscreen.

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Repare na disposição “touch” dos menus, distribuídos nas laterais da tela.

Em se tratando de audiovisual, claramente houve um upgrade nesta transição das telinhas para as telonas. Future War Reborn está longe de ser um jogo impressionante, mas cumpre seu papel em termos audiovisuais, com visual decente, trilha sonora ok e bons efeitos sonoros.

Claro que, por ser um jogo mobile, ele economiza um pouco na variedade de mapas, de modo que vemos muitas missões rolando em cenários que parecem templates genéricos, com texturas simples e repetidas e um ou outro elemento novo de acordo com o objetivo.

Conclusão

Future War Reborn é um twin stick shooter que entrega o mínimo que se espera do gênero: tiroteios intensos contra hordas de zumbis e monstros. Porém, a experiência que ele oferece é um tanto limitada demais para o console, que conta com opções muito mais ricas disponíveis.

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Acredito que o game seja mais interessante no formato mobile, que é sua plataforma original e combina com o formato de missões curtas e recompensas rápidas que é ideal para “partidinhas”. Eu só joguei a versão Xbox One do game, mas se quiser experimentá-lo, sugiro que opte pela versão mobile antes de partir para o console.

Future War Reborn chegou ao Xbox em dezembro do ano passado. Antes disso, ele estava disponível para iOS.

Rodrigo Pscheidt

Jornalista, baterista, gamer, trilheiro e fotógrafo digital (não necessariamente nesta ordem). Apaixonado por videogames desde os tempos do Atari 2600.

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