Análise Arkade – Yakuza 6: The Song of Life e a excelente evolução da série

16 de abril de 2018

Análise Arkade - Yakuza 6: The Song of Life e a excelente evolução da série

Desde 2005, quando Yakuza fez a sua estreia no mundo dos videogames, a série da SEGA sempre recebeu elogios por viver em constante evolução, seja na sua história, no gameplay, nos minigames, ou mesmo nas maluquices que rodam as ruas do Japão, entre uma história e outra. Após os eventos de Yakuza 5, o game faz a sua estreia pra valer na atual geração, elevando mais ainda as características marcantes da série, oferecendo mais horas de jogatina para os fãs da franquia, incluindo os ocidentais, que poderão curtir o game a partir do dia próximo dia 20.

Desta vez, temos de volta a história centralizada em Kazuma Kiryu, e as consequências sofridas por vários personagens após os eventos do game anterior. Retornam os longos diálogos, as situações dramáticas, as várias reviravoltas, além de novos minigames — incluindo um de acalmar bebê — e os tradicionais arcades da SEGA, que permitem revisitar desta vez, Out Run, Space Harrier e Hang On.

As consequências de nossos atos

Análise Arkade - Yakuza 6: The Song of Life e a excelente evolução da série

Yakuza 6 tem início quase que instantaneamente após o final do quinto game. Uma espécie de introdução ao game conta rapidamente o que acontece com alguns personagens importantes do jogo anterior, e entrega a história principal para Kiryu, e a sua protegida, Haruka. Uma nova passagem pela cadeia pelo Dragão de Dojima, e uma pressão da mídia sobre Haruka, agora uma estrela teen, gera uma situação que rende, inclusive, o surgimento de um bebê. O que tudo isso pode significar, e o que aconteceu no hiato de três anos que o game não mostra, é o que o jogador recebe de convite para explorar novamente Karamucho, e a pacata região de Hiroshima.

A história, ao contrário dos últimos games, não busca ser grandiosa, e sim, tocante. Desta vez, os laços entre Kiryu e Haruka são mais explorados, o que faz com que o protagonista rode por vários lugares em busca de notícias de sua protegida, gerando assim novas amizades, novas aventuras e, claro, novos motivos para trocar porrada pelas ruas do Japão. Os longos diálogos seguem levando a história principal sem pressa nenhuma, e há capítulos inteiros que deixam a premissa principal de lado, apenas para explicar de maneira mais completa o envolvimento de Kiryu com novos amigos, ou as mudanças que o tempo levou para alguns locais, como a famosa casa noturna Stardust.

Feito para fãs, a série vai continuar agradando a todos os admiradores de Yakuza. Quem é mais agitado, talvez não vá curtir a ideia de assistir a horas de cenas da história, e interagir tão pouco com o game, mas, para estas pessoas, também é possível aproveitar o game, e falaremos disso melhor logo mais. A certeza, desta vez, é a de que o game quer, de alguma forma, nos levar de volta aos seus tempos de Playstation 2, com histórias mais humanas, e focando no que um “pai” pode fazer por sua “filha”.

Mais agilidade no gameplay

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Um dos grandes problemas da série Yakuza estava na demora de alguns elementos, como o loading chato antes de uma briga aleatória na rua, ou no sistema de evolução do personagem, que neste caso, já mandava bem em Yakuza 5. O sexto game da série decidiu, seja por decisões de desenvolvimento, ou pelas capacidades do Playstation 4, agilizar mais as coisas. Agora, é mais rápido e fácil evoluir seu personagem, seja aumentando sua energia vital, ou aprendendo um movimento novo. Se alimentando, lutando contra alguém, ou cumprindo tarefas específicas, o game te dá os famosos pontos que são distribuídos em força, velocidade, entre outros.

Tudo agora é gerenciado por um smartphone, com um sistema parecido com o que já existe em GTA V ou Watch Dogs, mas com a tela pausada. Através do celular, é possível evoluir o personagem através dos pontos acumulados, ver seu álbum de fotos — e sim, dá vontade de fotografar as belas ruas do game — e até salvar o jogo, excluindo a necessidade de encontrar um orelhão pela rua.

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YAKUZA 6: The Song of Life Tenkaichi St.

Também não há mais loadings ao encontrar alguém na rua, fazendo que, ao invés de evitar os encontros, você acabe procurando as gangues na rua, para evoluir seu personagem, com a pancadaria começando mesmo com o nome do grupo aparecendo na tela. Os combates também estão mais ágeis, e fáceis de assimilar. É possível distribuir pancadas de várias formas diferentes, mas o “quadrado” da porrada segue sendo útil para jogadores inexperientes, ou ansiosos.

Movimentar Kiryu pelas ruas japonesas também é uma experiência nova, com o personagem se movimentando de maneira mais fluída, e com novos movimentos para um esbarrão, ou quando encontramos um pequeno bloqueio na rua, que desta vez, é possível passar por ele, ao invés de “ficar preso”. Yakuza 6 representa um salto no desenvolvimento da série, provando que a equipe responsável não dorme no ponto, e sempre aproveita as evoluções técnicas para oferecer mudanças pequenas, mas importantes em seus games.

Fliperamas e um bebê pra cuidar

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Outro elemento famoso nos games Yakuza, e que se fazem presentes por aqui, são os mini-games. Diversos e espalhados por todo lugar, eles ajudam a diminuir a seriedade do enredo, e também oferecem mais possibilidades de atividades, para quando a história cansar. O mapa segue pequeno, mas rico, com praticamente atividades para serem feitas a cada quarteirão. Quer jogar games SEGA? Vá no arcade e jogue entre Out Run e Virtua Fighter 5, podendo curtir também jogos de dardos na casa. Quer boliche? Também é possível. Gosta de baseball? Pois vá tentar home runs. Também dá pra encher a cara no bar, e, é claro, passar horas no karaokê, uma das grandes atrações de toda a série.

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Oi, posso roubar algumas horinhas de sua vida?

Outras novidades incluem um divertido mini-game para acalmar o bebê que você carrega pelas ruas, em determinados momentos da história, e um RTS — quem diria? — que envolve o domínio de áreas da cidade por batalhas de gangues, num formato simplificado aos grandes games do gênero, como Command and Conquer ou Starcraft, e que consegue divertir mesmo quem não curte este tipo de jogo. Uma “amostra grátis” é apresentada durante a história e, se o jogador curtir a proposta, pode organizar clãs de até 100 membros e cair na pancadaria contra os rivais. Não é lá aquelas coisas, mas como não estamos falando de um game específico de RTS, a função dá conta do recado.

Uma carta de amor para os fãs

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Oi meninas, tudo bom? No vídeo de hoje vamos fazer comprinhas em Kamurocho.

Sabe aquela frase que diz “em time que ganha não se mexe”? Ela não é totalmente verdadeira, mas, quando você tem um produto bem segmentado, não adianta querer inventar muita moda, para não assustar aqueles que querem jogar a mesma coisa, apenas aguardando melhorias e evoluções. E é exatamente isso que The Song of Life faz, propondo melhorias técnicas e de gameplay para uma série que já é conhecida por oferecer uma história rica, e muito conteúdo.

O tempo passa em Yakuza, e é bem interessante ver os personagens crescendo, e evoluindo por isso. Também é bacana ver que lugares conhecidos, podem passar por mudanças, igual acontece na vida real, seja por falência, ou por ter um novo dono. E, também é bacana ver que a SEGA se esforçou em colocar novos personagens, uma vez que a história da série teve início em 1995, o que seria algo impossível sustentar um enredo de duas décadas com apenas os mesmos personagens.

Yakuza 6: The Song of Life é mais um game brilhante da série Yakuza, e tem tudo para agradar os fãs da série, e, com suas muitas atrações, também podem ser bem interessante para jogadores casuais, pois está mais simples do que as outras versões. O game, em sua versão ocidental, localizado em inglês, chega no próximo dia 20, apenas para Playstation 4.

Junior Candido

Conto a história dos videogames e da velocidade de ontem e de hoje por aqui! Siga-me em instagram.com/juniorcandido ou x.com/junior_candido

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