Análise Arkade: Street Fighter 30th Anniversary Collection é uma porrada de nostalgia

29 de maio de 2018

Análise Arkade: Street Fighter 30th Anniversary Collection é uma porrada de nostalgia

Street Fighter. É difícil um gamer que não conheça esse nome. Já se passaram mais de 30 anos desde o nascimento da franquia, e a Capcom decidiu revisitar os primórdios da saga dos lutadores de rua em uma coletânea muito especial, cuja análise você confere agora!

12 games… ou quase isso

Esta Street Fighter 30th Anniversary Collection traz os primórdios da série Street Fighter, indo do primeiro game da série — que pouca gente jogou — até o Street Fighter III, incluindo toda a excelente série Alpha.

Isso quer dizer que são 12 jogos? Não exatamente. Os games presentes aqui são:

  • Street Fighter
  • Street Fighter II
  • Street Fighter II: Champion Edition
  • Street Fighter II: Hyper Fighting
  • Super Street Fighter II
  • Super Street Fighter II: Turbo
  • Street Fighter Alpha
  • Street Fighter Alpha 2
  • Street Fighter Alpha 3
  • Street Fighter III
  • Street Fighter III: 2nd Impact
  • Street Fighter III: Third Strike

Essa é a tela de seleção de jogos:

Análise Arkade: Street Fighter 30th Anniversary Collection é uma porrada de nostalgia

“Quase” 12 jogos

Ainda que seja estranho termos tantas versões de um mesmo jogo, isso deixa bem clara a evolução que a série sofreu com o passar do tempo, recebendo novos cenários, personagens e golpes entre uma versão e outra. Até a placa de arcade mudou entre um SF II e outro, trazendo melhorias notáveis em termos de audiovisual.

O fato é: Street Fighter II foi o game que serviu como “porta de entrada” para muita gente na série, mas nem todo mundo começou pela mesma versão. Aqui, temos as 5 “principais” versões de Street Fighter II lançadas para arcade, indo do jogo original de 1991 ao Super Street Fighter II Turbo, de 1994.

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Pensa numa abertura lendária…

Street Fighter III, por outro lado, é bem menos conhecido do que deveria. O game é tido por muitos como o melhor da série, e ainda que tenha gerado polêmicas ao deixar de fora diversos personagens clássicos — apenas Ryu e Ken constam na primeira versão do game –, também evoluiu com o tempo, introduzindo personagens que se tornaram muito queridos entre os fãs, como Ibuki, Dudley e os irmãos Yun e Yang.

E a série Alpha, dispensa apresentações, né? Servindo praticamente como um elo de ligação oficial entre Street Fighter e Final Fight (por trazerem personagens como Guy, Cody, Sodom e Rolento), esta trilogia/spin off foi bem popular nas casas de fliperama brasileiras e nos tempos do Playstation 1.

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O requadro da tela emula o visual dos gabinetes de arcade

O gameplay de todos os jogos permanece essencialmente o mesmo: o jogo que já era ruinzinho, continua ruim, o que já era bom, permanece bom. Provavelmente era possível nivelar tudo “por cima”, mas a Capcom optou por manter os jogos como eram, justamente para os jogadores sentirem a evolução da série.

O que nos leva aos nem tão conhecidos primórdios…

Relembrando Street Fighter I

Como muita gente, eu quase nem joguei o primeiro Street Fighter, e essa coletânea serviu para me reapresentar ao game que calçou os alicerces da lendária franquia lá em 1987, com seu Ryu ruivo de sapatilhas vermelhas e outras peculiaridades.

Confira abaixo um pouquinho do meu gameplay deste clássico obscuro:

Digamos apenas que quem conheceu a série pelo Street Fighter II está no lucro. O primeiro jogo é bem zoadinho, com jogabilidade truncada e golpes totalmente desbalanceados. O hadoken demora pra sair, mas basta acertar 3 para vencer qualquer luta.

Apesar de não ser um primor em termos de mecânicas, as influências do primeiro jogo reverberam por toda a série: ali começou a rivalidade entre Ryu e Sagat. Também já tínhamos bônus stages, bem como o famoso aviãozinho indo de um país para outro.

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E não é só isso: lutadores como Ken, Gen, Mike (que depois virou Balrog), Adon e Birdie já vêm desde essa época, ainda que não tivéssemos opção de escolha. Pois é, apear de contar com um total de 12 personagens, o jogador 1 só pode jogar com Ryu (o player 2 assume o papel de Ken automaticamente).

Os outros todo mundo já conhece

Bom, os outros jogos são bem mais conhecidos do que o primeiro Street Fighter, de modo que a gente não precisa ficar falando deles, né? Até porque, o que temos aqui não são remakes, nem nada do tipo, a coletânea traz os jogos exatamente como eram originalmente nos arcades, com opções de tela cheia e filtros de imagem que dão uma “maquiada” no visual.

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A fluidez estilosa de Street Fighter III

Por um lado isso é coerente com a proposta de manter a coletânea focada na plataforma original. Por outro, perde-se algum conteúdo, pois o formato arcade desconsidera os excelentes ports para consoles que alguns jogos receberam. Senti falta particularmente de todo o conteúdo extra de Street Fighter Alpha 3 MAX, lançado em 2006 para PSP e que vira e mexe jogo no PS Vita.

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Esses são os jogos com suporte a partidas online

Vale ressaltar ainda que 4 jogos receberam suporte para partidas online — Street Fighter II’ Hyper FightingSuper Street Fighter II Turbo, Street Fighter Alpha 3 e Street Fighter III 3rd Strike — e, embora eu não tenha conseguido testar o recurso decentemente antes do lançamento, é provável que logo a comunidade online comece a bombar.

Um museu no seu videogame

Hora de falarmos do principal destaque deste pacote, que é a colossal quantidade de conteúdo extra. Há uma aba Museu que traz uma timeline interativa super detalhada, com artes conceituais, músicas, histórico de cada lutador, logos, curiosidades, e muito, MUITO mais. Tudo 100%  em português.

Até fiz um vídeo navegando pelo museus só para você ter uma noção do que te aguarda:

A Capcom já foi criticada por lançar jogos com pouco conteúdo, mas aqui definitivamente não temos esse problema: há tantos extras interessantes nesse Museu de Street Fighter que a gente pode passar mais tempo perdido na nostalgia do que jogando de fato, relembrando fatos nostálgicos e/ou aprendendo coisas novas sobre a franquia.

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Alguém aí jogou esse Street Fighter 2010: The Final Fight?

Acho que a única coisa que pode ser considerada “falha” aqui é a falta de atenção à série em outras mídias: não menção ao nostálgico filme com Van Damme e Raul Julia, nem à ótima série animada que ia ao encontro do mais forte nas manhãs de sábado no SBT.

Conclusão

Street Fighter 30th Anniversary Collection é mais do que uma simples coletânea de games, é um compilado histórico digital que homenageia uma das maiores franquias do mundo dos videogames.

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Impossível ver essa abertura e não sentir uma pontada de nostalgia <3

Todo gamer tem uma história com Street Fighter, e esta é uma baita oportunidade de revivermos a Era de Ouro da série, uma época onde os jogos eram tecnicamente mais simples, mas a qualidade de sua pancadaria — com seus comandos que se tornaram canônicos dentro do gênero — segue sendo indiscutível.

https://youtu.be/I7FsSglBKIM

Street Fighter 30th Anniversary Collection está sendo lançada hoje (29/05) com versões para PC, Playstation 4, Xbox One e Nintendo Switch. Este review foi feito com base na versão PS4 do game (rodando no PS4 Pro), com base em uma cópia do game que recebemos antecipadamente da assessoria da Capcom.

Rodrigo Pscheidt

Jornalista, baterista, gamer, trilheiro e fotógrafo digital (não necessariamente nesta ordem). Apaixonado por videogames desde os tempos do Atari 2600.

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