Análise Arkade: Shadow Fight 2 é uma interessante mistura de luta com RPG

20 de setembro de 2018

Análise Arkade: Shadow Fight 2 é uma interessante mistura de luta com RPG

Prepare-se para a pancadaria ninja de silhuetas de Shadow Fight 2, game que chegou recentemente ao Nintendo Switch!

Contextualizando

Shadow Fight 2 não é um jogo novo. A série nasceu como um jogo para Facebook, e posteriormente chegou aos smartphones, em uma versão que é bem avaliada nas lojas virtuais da Apple e do Google, embora tenha elementos “freemium” que aborrecem um pouco os jogadores.

A versão para Switch é mais ou menos a mesma que já vimos nos smartphones, mas traz uma nova leva de missões — as Sensei Stories, que agregam mais lore ao jogo. Considerando que agora ele é um jogo pago, o fator “freemium” é deixado parcialmente de lado em prol de uma progressão mais tradicional, que mistura luta 2D com elementos de RPG.

No jogo, assumimos o controle de um guerreiro que, em sua sede de poder, abriu os Portões das Sombras e acabou sendo consumido por elas. Para piorar, todos os demônios que estavam atrás do portão acabaram soltos, e estão tocando o horror pelo Japão. Assim, nossa missão é caçá-los e eliminá-los para, quem sabe, conseguirmos uma pseudo-redenção.

Pancadaria cadenciada

Em termos de gameplay, Shadow Fight 2 traz mecânicas simples, mas bem adaptadas do formato mobile para os botões do controle. Passamos a maior parte do tempo contando com dois botões de ataque — um para mãos/armas, outro para chutes –, mas conforme evoluímos liberamos magias e ataques elementais.

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O segredo está no direcionamento do ataque: pressionar ← + ataque com a mão, por exemplo, resultará em um golpe completamente diferente da combinação → + soco. O mesmo vale para combinações com os botões de chute, e novos comandos simples podem ser desbloqueados, e vão aumentando nosso arsenal de golpes.

O tipo de arma equipada também altera o tipo de golpe, e há opções de sobra aqui: do bom e velho soco inglês até espadas, adagas e garras no melhor estilo Wolverine, cada equipamento possui seus próprios golpes, e ataques que possuem seu próprio timing.

Confira um pouquinho de gameplay abaixo:

É mais simples do que parece, na real, e combinar os golpes para formar combos simples logo torna-se bem intuitivo. Os combates do jogo são maravilhosamente coreografados, mas tudo parece um tiquinho lento, cadenciado, e esse timing demanda um período de adaptação.

RPG e grinding

Ainda que seja essencialmente um jogo de luta 2D, a jornada de Shadow Fight 2 possui um andamento bastante similar a um RPG. Temos meia dúzia de mapas, com ícones que representam os diferentes tipos de missões/combates que podemos enfrentar.

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Antes de entrar em combate, podemos ver o nível de dificuldade do oponente. É bem normal vermos a barrinha no máximo, demarcando um confronto como “Impossível“… aí entra o grinding, que provavelmente tem sua dose de atalhos e microtransações na versão mobile.

O que acontece é que você precisa equipar-se com armas e armaduras melhores para ter uma chance de encarar inimigos muito fortes. Para isso, precisa de grana e XP. Para consegui-las, precisa lutar, lutar e lutar. Conforme você evolui e se equipa, a barrinha que estava no “Impossível” vai para “Insano“, depois para “Difícil“, e assim gradativamente.

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Claro que as batalhas mais difíceis costumam ser as da campanha — que conta inclusive com bosses bem difíceis –, então você acaba sendo meio que obrigado a fazer grinding participando de torneios, desafios aleatórios de sobrevivência e outros modos de jogo.

Isso deixa o conjunto da obra bem amarradinho — prosseguir em um modo de jogo demanda que joguemos praticamente todos os outros –, mas prolonga um bocado a experiência. Não chega a ser um sacrifício “jogar mais”, mas fica parecendo um artifício para alongar o game.

Audiovisual

Como o nome sugere, Shadow Fight 2 é um jogo de luta de sombras. Não vemos rostos nem detalhes dos personagens, apenas suas silhuetas, que contrastam sobre backgrounds coloridos — e bem bonitos, aliás. Curiosamente, na tela de Vs. quase todos os lutadores têm cores, o que me leva a crer que as silhuetas foram mais uma questão de economia do que de estilo.

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Economia esta que, felizmente, não se aplica às animações: Shadow Fight 2 é um jogo lindamente coreografado, e os lutadores realizam movimentos que claramente baseiam-se em artes marciais reais. E os golpes são condizentes com a arma equipada, então seus ataques usando uma espada, por exemplo, serão totalmente diferentes dos golpes feitos com um par de adagas, e por aí vai.

O jogo valoriza essa plasticidade dos movimentos com efeitos de câmera lenta que rolam ocasionalmente para aumentar a dramaticidade dos últimos momentos de uma batalha. Confira abaixo um pouquinho desses momentos abaixo:

A trilha sonora e os efeitos, por sua vez, não ose destacam, mas cumprem seu papel. Sempre bom ressaltar que o game está totalmente localizado, com menus e legendas em português brasileiro.

Conclusão

Shadow Fight 2 não é um game de luta tradicional. Ao misturar elementos de fighting game 2D com a progressão de um RPG, ele cria uma experiência bem própria, mas que demanda um bocado de tempo e persistência para ser plenamente aproveitada.

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Considerando que o título nasceu como um jogo “freemium”, ele não se livra totalmente das amarras do formato, o que definitivamente não é um elogio. Mas, seu visual bacana e suas excelentes animações cheias de coreografias estilosas, mostram que houve um capricho ímpar na intenção de mostrar artes marciais de uma forma bacana.

Shadow Fight 2 chegou ao Nintendo Switch em 13 de setembro.

Rodrigo Pscheidt

Jornalista, baterista, gamer, trilheiro e fotógrafo digital (não necessariamente nesta ordem). Apaixonado por videogames desde os tempos do Atari 2600.

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