Análise Arkade: Final Fantasy XV Pocket Edition HD é uma pequena grande aventura

3 de outubro de 2018

Análise Arkade: Final Fantasy XV Pocket Edition HD é uma pequena grande aventura

Final Fantasy XV já está completando 2 anos de vida, mas segue recebendo suporte esporádico da SquareEnix, com parcerias inusitadas e eventos temáticos. Ele também recebeu uma “versão pocket” episódica, lançada inicialmente para smartphones, mas que acabou ganhando um upgrade para chegar também aos consoles.

Recentemente, a Square anunciou que trará diversos games da série ao Nintendo Switch, a começar por esta Final Fantasy XV Pocket Edition HD, que foi lançada no mesmo dia. Essa me pareceu uma ótima oportunidade para ver qual é a dessa “releitura” da aventura de NoctisPromptoIgnis e Gladiolus, então vamos lá!

A história a gente já conhece…

Final Fantasy XV Pocket Edition HD conta a mesma história do Final Fantasy XV original: quando as nações de Lucis e Niflheim entram em guerra e um cristal mágico é roubado, o Príncipe herdeiro do trono de Lucis, Noctis, que ia visitar sua noiva, Lady Lunafreya, acaba sendo jogado em uma road trip ao lado de seus amigos para visitar as tumbas de seus antepassados e coletar armas reais que lhe permitirão dar um fim ao conflito.

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Os 4 protagonistas, em suas versões “pocket”

Esta série de quests irá levá-los a diferentes regiões de Eos (o mundo do game), e os perigos que o grupo irá enfrentar fortalecerá os laços de união e companheirismo de NoctisPromptoIgnis e Gladiolus. É uma história que envolve temas recorrentes à saga Final Fantasy — tipo nações em guerra e cristais mágicos em perigo –, mas, antes disso, é uma história sobre amizade.

Mas o andamento é um bocado diferente

Em sua versão mobile, Final Fantasy XV Pocket Edition foi vendido em formato episódico — um total de 10 capítulos. A versão para consoles traz a experiência completa, mas ela obviamente mantém a apresentação dividida em capítulos, com direito a uma tela preta de “Continua” ao final de cada capítulo.

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O world map do game vai se expandindo conforme os capítulos avançam

Isso quer dizer que o jogo abriu mão do sistema open world do Final Fantasy XV original, em prol de uma abordagem mais linear, baseada em missões. Cada capítulo se passa em uma área, e depois que fizer tudo o que há para se fazer lá, você segue adiante, não podendo mais voltar — a não ser que seja um lugar por onde a história passa mais de uma vez.

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Trate de fazer tudo em cada área antes de sair.

Mesmo os trechos onde estamos a bordo do Regalia indo de um lugar a outro são lineares, como se o carro estivesse trafegando sobre trilhos. Você não pode simplesmente parar o carro e descer pra dar um rolê, só podendo ir aonde o jogo quer que você vá. O mesmo vale para os trechos em que podemos cavalgar em Chocobos: sempre estamos “nos trilhos”, não há liberdade de exploração.

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Aqui não dá para descer do carro e explorar livremente

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Também não rola sair por aí livremente montado em um Chocobo

Isso não chega a ser realmente um problema, e até torna o andamento da história em si muito mais ágil, uma vez que não sobra espaço para o jogador “se perder” em sidequests e caçadas. Na verdade, até há sidequests, mas todas são bem simples, e realizáveis dentro de uma mesma área, mas as dungeons, cidades e zonas exploráveis têm mapas mais lineares, com pequenas bifurcações (me lembraram o que tivemos em FF XIII). Ao lado da parte gráfica, esta linearidade acaba sendo maior diferença entre esta pocket edition e o jogo original.

Adaptações e acessibilidade

O gameplay de Final Fantasy XV é bastante frenético, e em muitos casos quase deixa o jogo com um sabor de hack ‘n slash. A Pocket Edition consegue manter o estilo acelerado de gameplay, especialmente a translocação — o maior diferencial do sistema de combate — que não só está presente como também é divertida de usar.

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Sequências rápidas de translocações até podem evitar combates

O que rola é que o game faz algumas concessões pontuais para deixar a coisa mais “cinematográfica” em boss battles e confrontos maiores, implementando quick time events e ações contextuais para deixar certas batalhas mais empolgantes.

Considerando que o game foi inicialmente planejado para dispositivos mobile — leia-se interfaces totalmente touch, sem botões — esses recursos são compreensíveis para tornar a experiência mais rica e variada. Aliás, é surpreendente como o gameplay foi bem adaptado e funciona bem nos consoles, sem ficar parecendo “apenas um port de um joguinho mobile”.

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A progressão dos personagens também é bastante simplificada: temos um único grid de habilidades, onde estão distribuídas melhorias e upgrades para todo o grupo — com ênfase nos poderes do Noctis, claro. Assim, o time evolui em conjunto, sem que isso dê muito trabalho ao jogador.

Audiovisual

Eu não sei exatamente de onde a SquareEnix veio com a ideia de criar uma versão “de bolso” do grandioso Final Fantasy XV, mas é fato que ela se empenhou em manter a essência do jogo original intacta, apesar do novo formato episódico.

O trailer abaixo é da versão mobile, mas deixa bem claro este esforço em manter o mesmo tom:

Além da mudança de perspectiva — o jogo original era em terceira pessoa, este assume uma visão mais isométrica na maior parte do tempo –, a estética foi reformulada para deixar o jogo “mais bonitinho”, com personagens que até são cabeçudinhos, mas mantém a identidade visual daquele universo. As vozes dos personagens também foram mantidas exatamente as mesmas, o que é muito legal e ajuda a manter a coesão e a personalidade de cada um.

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A versão pocket da Cindy não ficou bonitinha?

Isso também se aplica à trilha sonora, que embora esteja um pouco desfalcada — a emblemática Stand By Me ficou de fora da intro do game, e não há opção de comprar as músicas de outros jogos da série –, segue o clima épico da aventura original, potencializado as emoções. Ah, e vale ressaltar que o game está com menus e legendas em português brasileiro, e a qualidade da localização no geral está excelente!

Conclusão

Final Fantasy XV Pocket Edition HD é meio que uma versão “lite” do FF XV original: a história é a mesma, mas mecanicamente tudo é simplificado, da árvore de habilidades à exploração. É uma boa forma de revisitarmos a história de Final Fantasy XV — que está praticamente intacta –, mas sem a imersão e o deslumbramento da experiência open world original.

Análise Arkade: Final Fantasy XV Pocket Edition HD é uma pequena grande aventura

É um jogo que consegue manter o feeling de seu “irmão mais velho”, ao mesmo tempo que torna a jornada muito mais acessível e direta ao ponto. De maneira nenhuma acho que jogar Final Fantasy XV Pocket Edition HD substitui a experiência de curtir o game original, mas para quem já fez isso, o jogo é uma ótima maneira de matarmos a saudade de Noctis e sua turma.

Não sei você, mas eu revisitaria vários outros episódios da série desse jeito! Será que rola, SquareEnix? Um FF X assim? Ou quem sabe um FF VI?

Final Fantasy XV Pocket Edition HD chegou aos consoles em setembro. A versão que recebemos para análise foi a de Nintendo Switch.

Rodrigo Pscheidt

Jornalista, baterista, gamer, trilheiro e fotógrafo digital (não necessariamente nesta ordem). Apaixonado por videogames desde os tempos do Atari 2600.

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