RetroArkade: Turok – Dinosaur Hunter e a evolução do FPS para os consoles
Os dinossauros contam com boas participações nos videogames. Seja com os games Jurassic Park, ou com Dino Crisis, que inclusive conta com muita torcida para entrar na onda de remakes da Capcom, jogos com as criaturas sempre foram bem aceitos entre os jogadores. Turok apareceu em 1997, em uma boa época para os dinossauros nos games.
No controle de Tal Set, um índio da raça Turok, ele precisa cumprir a missão de sua raça, de garantir a segurança da Terra Perdida. Assim, você, controlando o personagem, precisa impedir o vilão The Campaigner, de cumprir seu objetivo de conquistar todo o universo. A trama vai evoluindo durante o game, lidando com temas como o espaço tempo, nas diferentes terras do reino da Terra Perdida.
Índios e dinossauros no “lar do FPS” da geração 32-64 bits
Turok foi mais um de muitos games, que praticamente deram ao Nintendo 64 o título de console campeão de FPS na geração 32-64 bits. Com o botão Z funcionando de gatilho e o formato de seu controle, somado a sucessos como Goldeneye 007 e Doom 64, não havia lugar melhor para um game no estilo, com a temática de Turok.
O controle em si, apesar das críticas atuais, devido a qualidade de seu analógico, por exemplo, era um elemento importante para o gênero. Era simples andar, mirar e atirar, e foi a partir do Nintendo 64, que os FPSs, antes quase que exclusivos nos PCs, foram ganhando força nos consoles, pelos próximos anos.
Voltando a Turok, temos aqui um game sobre um típico personagem dos anos 90. Brucutu e do tipo que atira antes pra perguntar depois, Turok tem a capacidade de viajar no tempo. Além, é claro, de dominar a arte do combate, e utilizar diversas armas. No game você pode lutar com facas, até as famosas shotguns.
Devido a este contexto de linhas temporais, o game oferece, para a sua época, uma variedade interessante de cenários. E também com muita coisa para explorar. Outro ponto a se mencionar era a ação, sempre frenética, ampliada por muitos inimigos. Esta mistura de ação com exploração, trouxeram dificuldade acima da média para o game. Mas também cativou os jogadores de sua época.
Em tempos de games sem apoios de localização, mesmo com um mapa à disposição, era muito fácil se perder em Turok. Decorar bem o mapa da fase é fundamental para evitar andar em círculos por muito tempo. E, para piorar o senso de localização, os inimigos aparecem e atrapalham a todo momento. E, falando em inimigos, quem jogou o game sabe como são os chefes por aqui.
Um interessante legado
Turok chegou com críticas positivas da imprensa da época. A Super Game Power #38, de maio de 1997, por exemplo, destacou que o personagem fazia coisas até então novas para games do gênero. Como nadar, pular, escalar e olhar para o redor. O que hoje é comum, em 1997, era novidade. Inimigos e a violência do game também foram citados na crítica.
Não à toa, o game ganhou uma continuação, e gerou uma franquia com vários games. E, recentemente, os dois games ganharam remakes, para a atual geração. É um dos games preferidos de todos os que tiveram um Nintendo 64. Especialmente os que apreciam mais os jogos de ação. Não é raro vê-lo em listas dos melhores games do console.
Seu legado, entretanto, é mais interessante ainda. Turok trouxe, como mencionado, elementos novos para o FPS nos consoles. Em um console amigável para o gênero. Assim, com o passar dos anos, não só o Nintendo 64, que teria mais um game Turok, mas também teria Quake e Perferct Dark, entre tantos outros, mas o FPS como um todo, evoluiu de maneira interessante.
O Playstation, por exemplo, teria Medal of Honor. Mas, foi na geração 128-bits, com Call of Duty, mais games Medal of Honor, e uma bela de um fim com chave de ouro com Black, que o gênero cresceu cada vez mais. Até, assim, chegar aos games que gostamos tanto, hoje em dia. Sejam eles Single-player, multiplayer, ou feitos focados no eSport, não tem como negar a importância de Turok e seus contemporâneos.