Análise Arkade: Mable and the Wood, um MetroidVania para você jogar do seu jeito

24 de agosto de 2019
Análise Arkade: Mable and the Wood, um MetroidVania para você jogar do seu jeito

MetroidVania é um dos gêneros mais difundidos ultimamente. E embora todos eles dividam algumas características — que fazem deles MetroidVanias –, alguns conseguem “pensar fora da caixa” e entregar algo diferente. É o caso de Mable and the Wood, game que está sendo lançado hoje, e cuja análise você confere agora!

Uma heroína mutante

Mable and the Wood nos coloca no papel de uma garotinha que foi “summonada” por um culto para ajudar a salvar o reino… o problema é que ela mal consegue erguer uma espada, o que definitivamente não faz dela uma grande guerreira.

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Felizmente, ela possui outro talento, podendo se transformar em diversas criaturas, o que lhe concede habilidades únicas. É munida destas habilidades que ela vai explorar o mundo, e decidir se quer (ou não) aderir ao culto.

Mable and the Wood é um MetroidVania 2D, mas traz elementos de alguns grandes jogos de RPG: é possível, por exemplo, chegar até o final do jogo sem matar nenhum inimigo! A aventura possui múltiplos finais, e a maneira como você joga e explora o mundo definem os rumos que sua jornada vai tomar.

Locomoção ou ataque?

Confesso que eu nem tentei jogar sem matar ninguém, mas entendi como isso é possível: o engenhoso sistema de evolução nos dá basicamente ferramentas de locomoção, que podem (ou não) ser utilizadas como ataques. Assim sendo, quem tiver o empenho pode simplesmente evitar os inimigos ao invés de enfrentá-los.

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Por exemplo, a primeira transformação é a de Fada, que permite à garotinha voar brevemente . Para fazer isso ela larga a espada, mas depois chama-a para perto, como se fosse um bumerangue. Se um inimigo for atingido pela espada neste trajeto, ele morre/ toma dano. Mas o jogador pode evitar que isso aconteça — há uma linha pontilhada que demonstra o trajeto da espada, como o trajeto das bolas em Side Pocket.

A segunda transformação é em Aranha, e permite que a garota atire um fio de teia, muito útil na locomoção. Ela faz isso lançando sua espada com a teia presa nela e — novamente — isso só vai causar dano se atingir um inimigo. Do contrário, nem chega a ser um ataque, mas uma ferramenta de locomoção.

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Deu para sacar? Todas as habilidades que adquirimos em Mable and the Wood são basicamente para locomoção… mas também podem servir para atacar. Cabe ao jogador decidir se quer descer a lenha em todo mundo, ou vai partir para uma abordagem mais pacifista.

Sendo bem sincero, eu já achei o jogo bastante desafiador dando cabo da maioria dos inimigos. Mal posso imaginar quão mais difícil ele fica se, além de tudo, eu ainda tiver que “evitar” os inimigos!

Falando nisso, só fiquei com uma dúvida: considerando que todas as transformações são recebidas dos chefões, — no melhor estilo Mega Man –, será que existe um meio de consegui-las sem matá-los ? Alguns, como o Golem da Montanha, meio que causam dano em si mesmos, mas e os demais?

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No mais, ele é um MetroidVania bastante tradicional: você vai encontrar barreiras pelas quais não poderá passar (pedras, espinhos) antes de ter a habilidade certa, e seu mapa é enorme, expansivo e interligado é cheio de segredos.

Audiovisual

Mable and the Wood traz uma pixel art que não parece ter nada de mais em uma primeira olhada, mas sem dúvida é produzida com capricho. As animações são bacanas, e há uma boa variedade de ambientes (tradicionais de fantasia), como florestas, vilarejos e castelos.

Uma coisa que me incomodou enquanto jogava é que há um botão dedicado para mostrar o mapa, mas ele nunca mostra em que ponto do mapa nós estamos. E ele não faz tipo Hollow Knight, que nos permite comprar coisas para marcar o mapa. Aqui o mapa é sempre uma incógnita.

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A trilha sonora é muito boa e variada, e casa perfeitamente com a identidade visual do game.Vale ressaltar que o game possui legendas em português brasileiro, e o trabalho de localização é de excelente qualidade!

Conclusão

Mable and the Wood é mais um indie game a engrossar a lista dos bons MetroidVanias disponíveis atualmente. Se o core da experiência permanece fiel ao que se espera do gênero, é nas nuances do gameplay — especialmente no sistema de transformações — que o jogo brilha e consegue ser diferente.

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Eu sinceramente não sei se vou ter o empenho de tentar uma segunda campanha “pacifista” — sem matar ninguém –, mas acho louvável que exista essa possibilidade em um gênero que não costuma se preocupar com isso. E, não deixa de ser um adendo interessante para alongar a vida útil do game. Mesmo sem isso, o jogo já seria facilmente recomendável, pois é caprichado, divertido e possui um bom nível de desafio.

Mable and the Wood foi lançado ontem — 23/08 — na Steam. Futuramente, o game deve chegar também ao Xbox One e ao Nintendo Switch.

Rodrigo Pscheidt

Jornalista, baterista, gamer, trilheiro e fotógrafo digital (não necessariamente nesta ordem). Apaixonado por videogames desde os tempos do Atari 2600.

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