Programa das Nações Unidas e Países Nórdicos anunciam vencedor do Concurso de games contra a corrupção
Após a PNUD, o Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas, lançar seu concurso em setembro, que procurava um game para tratar do tema de combate da corrupção, o projeto vencedor foi anunciado no último dia 12. O concurso contou com a parceria do CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público), e o CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
O projeto também contou com parceria e apoio dos Diálogos Nórdicos, grupo composto pelas Embaixadas de Suécia, Dinamarca, Finlândia e Noruega), mais o Instituto Cultural da Dinamarca. A ideia, com o concurso, é a de produzir um game de interesse público que fale sobre o tema de Combate à Corrupção. O dia 12 de dezembro é uma data simbólica para o anúncio. Pois esta é a data do Dia de Combate à Corrupção.
De 14 candidaturas, a escolhida foi o projeto Cidade do Amanhã. O game foi idealizado por uma equipe de cinco jovens do Rio de Janeiro. O jogo já está sendo desenvolvido, com data de lançamento e apresentação agendado para fevereiro de 2020. O tema do concurso, de acordo com a PNUD, era o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 16, “focado em promover sociedades pacíficas e inclusivas, proporcionar o acesso à justiça e construir instituições eficazes”.
Tomando decisões no game para uma sociedade mais justa
Paulo Eduardo Aragon, um dos representantes do game, foi receber o certificado em Brasília, e apresentar o projeto, com maiores detalhes, para a PNUD e seus parceiros. O game Cidade do Amanhã será um jogo virtual de cartas e estratégias para estimular os jovens a pensarem sobre os valores propostos, e incentivar a participação dos mesmos.
O game colocará o jogador na pele de um personagem, que pode fazer parte de um dos três poderes de nosso sistema político, um membro da sociedade civil, ou um empresário ou empresária. Jogando como o personagem escolhido, você terá que tomar decisões para levar a cidade a um modelo de desenvolvimento sustentável.
Aragon acredita que o mercado de games ainda se dedica pouco com os games educativos. “Nós, jovens, olhamos a educação e vemos potencial. Nossa maior preocupação é usar técnicas de jogos de sucesso, que engajam, tornando a fantasia do jogo um elemento educativo”, explicou, durante a entrega do certificado em Brasília.
A força dos games para uma sociedade melhor
“Os jovens são o presente, não o futuro”, afirmou a Representante Residente do PNUD, Katyna Argueta, no encontro para a certificação. “Se consideramos verdadeiramente que a juventude é a maior parte da população mundial e que ela está mais concentrada nos países em desenvolvimento, compreenderemos que precisamos focar em políticas públicas destinadas a eles”, disse. Para ela, a busca por sociedades mais justas é uma das responsabilidades da comunidade internacional, que deve facilitar o diálogo e promover parcerias.
Raíssa Teixeira, a gerente de projetos da PNUD, acredita também que o tema é bem pertinente para um game. “É um tema que diz respeito ao fortalecimento das instituições, via transparência ativa, bem como de aumento das capacidades da sociedade para apropriação do que é coletivo”, afirmou. Como público alvo do concurso é de adolescentes, a ferramenta criada pretende também ser parte de uma estratégia de advocacy e de engajamento cívico.
Já a promotora de Justiça do CNMP, Luciana Asper y Valdés, acredita que as pessoas precisam se aproximar deste tipo de debate, desenvolvendo, assim, engajamento na luta contra à corrupção. “Unir tecnologia, jovens e gamificação nos pareceu uma forma de iniciar essa parceria. Os jovens só precisam ser fomentados, estimulados: se a gente dá um pouco, devolvem um universo para nós”.
De acordo com o edital publicado pela PNUD mais o Diálogos Nórdicos, o vencedor do concurso recebeu US$ 5 mil, para desenvolver seu projeto.