Análise Arkade: O reencontro de Jill e Nemesis em Resident Evil 3 Remake

30 de março de 2020
Análise Arkade: O reencontro de Jill e Nemesis em Resident Evil 3 Remake

O retorno à Raccoon City está muito próximo. E o capítulo final da cidade está prestes a ser recontado! Se o remake da história de Claire e Leon já tinha sido muito esperado, então a fuga de Jill Valentine da cidade com certeza era algo que todos os fãs de Resident Evil sonhavam!

E enfim chegou a hora! Nós já jogamos Resident Evil 3 Remake do começo ao fim e contaremos a vocês tudo o que achamos! Mas antes de seguirmos adiante, aqui vão algumas informações importantes: Essa análise será totalmente livre de spoilers, mas haverá comparações entre o remake e o game original de 1999.

Análise Arkade: O reencontro de Jill e Nemesis em Resident Evil 3 Remake

Essa análise cobrirá somente a aventura single player de Resident Evil 3. O modo multiplayer, Resident Evil: Resistance, é um game separado (mas que vem junto no pacote), este nós lançaremos uma análise completa e dedicada nos próximos dias.

E agora, sem mais delongas, vamos direto para as ruas de Raccoon City para um novo encontro cara a cara com Jill, Carlos, Nicholai e é claro, o aterrorizante Nemesis!

September 28th, Daylight…

Análise Arkade: O reencontro de Jill e Nemesis em Resident Evil 3 Remake

Se perguntarmos a alguém que viveu os primórdios de Resident Evil qual é o melhor título da trilogia do Playstation 1, o páreo é duro entre o segundo e o terceiro game da série. E para muitos, incluindo este que vos escreve, Resident Evil 3 tem um lugar muito especial (e sombrio) na memória.

Os últimos momentos de Raccoon City e da fuga cheia de perigos e mortos de Jill Valentine, uma das poucas sobreviventes do esquadrão da S.T.A.R.S., que agora luta não só por sua vida, mas para fazer com que a Umbrella pague por tudo o que fez, é enfim recontado neste remake completo.

Análise Arkade: O reencontro de Jill e Nemesis em Resident Evil 3 Remake

Mas é claro que ela não terá nenhuma facilidade na jornada pois não são apenas zumbis e monstros que estarão em seu caminho. Mas sim o poderoso Nemesis, a arma biológica suprema, que não descansa, não morre e principalmente, não irá parar até ter matado o último integrante vivo da S.T.A.R.S.!

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E assim, os jogadores poderão reviver esse capítulo da série em uma nova perspectiva, com novos eventos e certas mudanças em relação ao game original, mas que, ainda assim, é um genuíno Resident Evil!

O clássico de 1999 recriado por completo

Análise Arkade: O reencontro de Jill e Nemesis em Resident Evil 3 Remake

Assim como no remake de Resident Evil 2, aqui tudo foi recriado. As ruas da cidade, os locais icônicos do passado, bem como a própria história passou por grandes mudanças. Mas a principal mudança está no andamento da aventura.

Em Resident Evil 3 os jogadores seguirão os mesmos eventos do game original, mas alguns deles ocorrem de forma diferente, ou se misturam entre si. Infelizmente com isso certas cenas do clássico foram deixadas de fora, o que é realmente uma pena. Mas muitas das novas cenas ficaram realmente incríveis.

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Diferente do último game, que possuía duas campanhas interconectadas (apesar de não no nível do original), aqui temos apenas uma única campanha. Com isso, o lore geral foi expandido, bem como cada um dos personagens principais foi retrabalhado, com personalidades próprias e diferentes interações entre si.

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Lembra desse desenho no chão?

Mas o fator nostalgia ainda continua muito forte. Os mais atenciosos vão conseguir notar lugares emblemáticos enquanto atravessa as ruas de Raccoon City, como o desenho de giz no chão em um beco, a estação de energia, o hospital, a torre do relógio e etc. Infelizmente alguns lugares vistos brevemente no original, mas que mesmo assim são muito emblemáticos acabaram ficando de fora nesse remake.

Uma leve guinada para a ação

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O Hunter Gamma, uma fera grotesca e muito perigosa!

Quando foi anunciado que Resident Evil 3 Remake teria mais ação do que seu antecessor, muita gente ficou apreensiva. Afinal, foi essa mesma mentalidade que, após Resident Evil 4, fez a série decair muito e abandonar seu estilo original.

Porém, lá em 1999 o game original também teve essa mudança. Ainda era um Survivor Horror, mas havia mais zumbis nas ruas, mais monstros diferentes e é claro, o Nemesis te perseguindo. O mesmo acontece aqui, com o game recebendo alguns upgrades para que haja mais ação, sem comprometer o medo. Existem zumbis, os nojentos Drain Deimos e os assustadores Hunters. E se você achava os Lickers ruins, então já se prepare para muito sofrimento!

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Surpresa!

Na prática, o que isso significa é que há mais monstros para enfrentar, e é mais fácil achar munição, mas não é uma festa como em Resident Evil 4 em diante. Se você não souber usar bem suas armas, vai ficar sem munição em instantes e sofrer bastante! O lado sobrevivência ainda é bem forte, saia distribuindo tiros adoidado por aí e você vai se dar muito mal!

O game implementa um novo recurso muito legal. Seja nos games originais na década de 90 ou seja hoje, quando um zumbi agarra o jogador o instinto automático é apertar todos os botões do controle achando que isso ajudaria a se livrar mais rápido. Pois bem, aqui isso é verdade! Quando você for agarrado, basta martelar o botão que aparecer na tela, você receberá dano, mas muito menos do que um mordida completa!

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Se algum inimigo te agarrar, martele o botão que aparecer na tela!

Com essa atualização de gameplay, os itens defensivos foram removidos do game. Em Resident Evil 2, as granadas e facas podiam ser usadas para se livrar de inimigos ao ser agarrado, mas com o recurso de se livrar martelando o controle, esses agora são itens de ataque normais. Inclusive a faca não possui mais durabilidade, sendo uma arma extremamente útil para dar cabo de zumbis caídos sem desperdiçar minução.

E é claro, há o maior recurso de gameplay inserido: As esquivas! No original, Jill podia se esquivar de ataques, mas o sistema de esquivas era muito complicado e difícil de dominar. Aqui, basta apertar um botão e apontar seu analógico para alguma direção e você dará uma guinada, esquivando-se de ataques. E se seu timing for perfeito, ao esquivar ativará um curto bullet time, que permite acertar alguns tiros com dano crítico em inimigos.

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Carlos Oliveira, o icônico mercenário brasileiro da série!

Fora isso, o que temos aqui é exatamente o mesmo gameplay de Resident Evil 2 Remake. Mesma movimentação, sistema de mira, inventário e etc. Aliás, algo interessante que merece ser mencionado é que as combinações de pólvoras também estão aqui, assim como no original e no remake do 2. Por isso é muito importante que você saiba manejar seu inventário (que pode ser expandido com pochetes encontradas pelo mapa) para poder carregar e produzir itens de cura e munição.

O todo poderoso Nemesis

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Ó o bicho vindo!

Falamos brevemente da história, brevemente das novidades desse remake e de seu gameplay. Logo, nada mais justo que dedicar um trecho inteiro para falar da grande estrela do game, o incansável Nemesis. E deixe-me falar desde já, se você achava ele terrível em 1999, saiba que ele está 100 vezes pior!

Mas antes de falarmos dele, vamos relembrar do Mr. X. Em Resident Evil 2 Remake. Ele era um inimigo terrível, sempre perseguindo o jogador, sendo impossível de matar, podendo apenas ser atordoado por alguns segundos, e sempre estava caçando o jogador, andando lentamente. Ele já era um grande pesadelo, pois ao encontrá-lo a melhor estratégia era tentar fugir e despistá-lo. Isso não vai funcionar com o Nemesis.

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O Nemesis ainda é capaz de infectar zumbis, deixando-os ainda mais perigosos!

A primeira diferença fundamental entre Nemesis e Mr. X é que o Nemesis não persegue o jogador por todas as áreas do game, ou seja, assim como no game original, os encontros com o monstro são scriptados, porém imprevisíveis.

Diferente de Resident Evil 2, este é um game mais linear, que coloca o jogador de diferentes áreas grandes com vários caminhos para o jogador explorar até seguir para a próxima área. Assim, quando o Nemesis aparece em uma área, ele não vai parar de perseguir o jogador por nem um segundo. Ah, e apenas para informação, nem tudo o que foi dito sobre Nemesis na internet é real, pelo menos em minha jogatina ele nunca invadiu uma save room. Mas isso não diminui o pesadelo que é encontrá-lo!

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Sim, o Nemesis pode usar armas!

E quando ele estiver se perseguindo, tenha medo. Tenha muito medo! Ele é muito forte, muito inteligente e cheio de truques sujos. Ele pode correr, ele vai pular na sua frente impedindo seu caminho, vai te atacar com combos de socos, puxar você para perto dele com seu tentáculo da mão ao melhor estilo Scorpion, vai te esmagar no chão, de jogar longe e tudo o que ele puder. Inclusive usar armas de fogo contra você!

Você pode escolher tentar enfrentá-lo. E pode até conseguir derrubá-lo por alguns segundos. Aliás, aqui vai uma pequena dica, se você tiver poder de fogo suficiente, tente enfrentá-lo! Além das batalhas serem incríveis, pode ser que haja certas vantagens em derrotá-lo (se você jogou o original de 99, já entendeu onde eu quero chegar). Porém, lembre-se, ele é muito inteligente e consegue se defender e até esquivar de ataques!

Ah, e se você derrubá-lo, não conte vitória muito cedo. Pois ele vai levantar novamente e ficara com muita, muita raiva!

O outro lado de Raccoon City

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Enquanto Resident Evil 2 teve grande parte de sua campanha confinada na delegacia de polícia de Raccoon City, em Resident Evil 3 nós passamos a maior parte do tempo nas ruas da cidade. Como já mencionado, todo o game foi recriado do zero, sendo assim, o mapa é completamente diferente do original. Mas os jogadores ainda exploram ruas repletas de destruição e morte, becos estreitos que escondem muitos perigos e etc.

O game foi construído na RE Engine, usando o game anterior como base, sendo assim, muita coisa familiar está aqui, como certas ruas e a delegacia. Mas na maior parte do tempo exploramos lugares totalmente novos, repaginados do original. E relembrando, infelizmente não são todos os locais do game original que foram recriados, mas os locais principais estão aqui.

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A RE Engine mais uma vez mostra todo o seu potencial, com uma imensa riqueza de detalhes em tudo, em cada rua, em cada escombro e entulho, carro destruído, rachadura e é claro, em sangue derramado. Como o game anterior tinha a tarefa de impressionar os jogadores visualmente, o seu nível de gore era altíssimo. Aqui, há sim muito gore, mas já não é mais necessário chocar os olhos do jogador, pois todo o terror está concentrado no Nemesis e nas novas versões de Hunters que o jogador encontrará.

Os zumbis são os mesmos do remake de RE2, então você reconhecerá seus rostos rapidamente se jogou o remake. Já Nemesis, esse sim recebeu uma completa repaginada. Inicialmente, ao ganhar um nariz torto, seu visual parecia bem estranho, mas não se preocupe, em 5 segundos de jogo isso não vai mais te incomodar.

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Sua tradicional roupa preta agora se tornou um conjunto de faixas que envolvem todo o seu corpo, deixando exposto somente uma espécie de dispositivo mecânico em seu peito, mas ainda estando bem semelhante a seu visual original. O mais legal de tudo é que ao longo de todo o game, ele acumula todo o dano que você o causar. Suas roupas irão se rasgar quanto mais ele for atacado. E sua pele retorcida e ensanguentada vai ficando mais e mais exposta. Acho que posso dizer com propriedade que seu visual está realmente assustador, ainda que o original continue sendo o visual definitivo do monstro.

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Já os personagens humanos, Jill, Carlos Oliveira, Mikhail e Nicholai possuem visuais fotorrealistas incrivelmente bem feitos, com excelentes expressões e atuações. Jill principalmente, pois ela sofre muito ao longo de todo o game, ficando cada vez mais machucada. Mas uma coisa não mudou, Jill Valentine continua sendo a mulher mais badass da série, e uma das mais fortes de toda a história dos video games! Inicialmente ela até parece ser frágil, sendo pega de surpresa na infestação de zumbis, mas rapidamente ela nos relembra quem é, uma mulher que não tem medo do perigo e que atira para acertar. Ah, e alguns dos clássicos bordões dela estão no game, o que fará qualquer nostálgico esboçar um largo sorriso!

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Vale lembrar que os visuais dos personagens foram atualizados para serem mais práticos. Jill agora usa roupas mais confortáveis e que não limitam seus movimentos. Carlos perdeu seu cabelo liso lambido e agora tem uma grande cabeleira encaracolada, de alguém que não se preocupa com visual no campo de batalha. E Mikhail e Nicholai estão vestidos mais a caráter, como verdadeiros veteranos militares.

E no departamento sonoro o game continua mandando muito bem. Os sons ambientes são bem atmosféricos e as músicas criam os climas corretos para cada momento. Infelizmente o game não possui as músicas do game original, com o melancólico tema das ruas de Raccoon City ou o inesquecível tema de Nemesis, mas ao menos a clássica música das Save Rooms do original de 1999 estão aqui.

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A atuação dos personagens é incrível e bem realista, porém, o game possui somente dublagem em inglês. Felizmente o game conta com menus e legendas em português brasileiro, com mais um impecável trabalho de localização!

As ausências do game

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Se vir um Hunter, se prepare para sofrer

Algo um tanto triste no game é que ele não possui mais o modo Mercenaries, existente do game original. Esse era um modo em que o jogador controlava Carlos, Mikhail ou Nicholai e jogava contra o tempo tentando salvar sobreviventes de Raccoon City. Infelizmente esse modo não está presente no remake, tendo sido substituído pelo modo online Resident Evil: Resistance.

Como já mencionado, há certos trechos e locais do game original que não estão presentes no remake. Porém ainda contando com alguns puzzles do passado, que aparecem mais como easter eggs, com soluções e funções diferentes.

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Quem jogou o original vai se lembrar desse painel!

Essa foi uma decisão arriscada da Capcom, pois enquanto Resident Evil 2 se manteve bem fiel ao original, Resident Evil 3 foi por um caminho mais independente, ainda honrando o legado original, mas fazendo algumas mudanças aqui e ali, conectando novos e antigos eventos de uma maneira diferente, mas que acontecem de forma bem orgânica. Apesar disso, meu lado nostálgico sentiu um pouco essas mudanças.

Isso se deve principalmente por eu ter uma conexão especial com Resident Evil 3, já que este foi o primeiro game de terror que joguei na vida. Por isso, tudo do original está permanentemente gravado em minha memória. Não posso, porém, deixar que meu lado saudosista me cegue ao escrever essa análise, pois esse game é realmente excelente, e acho que posso dizer que esse título conseguiu superar seu antecessor!

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Ao longo da aventura, o game pega o jogador de surpresa com essas mudanças, conseguindo gerar um sentimento de novidade, pois mesmo que o jogador lembre tudo do original, ainda assim se surpreenderá, pois este é um território familiar, mas completamente novo.

Mas ainda assim, há coisas que eu gostaria de ter revivido e lugares que eu gostaria de ter revisitado, pois aí, esse seria realmente o melhor remake já feito na história!

Conclusão

Análise Arkade: O reencontro de Jill e Nemesis em Resident Evil 3 Remake

Resident Evil 3 Remake é mais uma obra de arte da Capcom, mais uma grande homenagem a um de seus mais populares títulos do passado, recriados na geração atual com grande primor e qualidade.

Transformando um dos monstros mais clássicos dos video games em uma criatura dezenas de vezes mais assustadora e perigosa, em uma aventura que possui bastante ação, mas não sacrifica seus elementos de terror, pois a todo momento há tensão e jumpscares.

Análise Arkade: O reencontro de Jill e Nemesis em Resident Evil 3 Remake

Infelizmente o remake corta muitos momentos memoráveis do original, um em particular que eu gostaria muito de ter revivido. Não aconteceu, o que é uma pena, mas ainda assim, este é um game obrigatório para qualquer fã de Resident Evil!

Resident Evil 3 Remake será lançado no dia 3 de abril — próxima sexta –, com versões para PC, Playstation 4 e Xbox One. Este review foi feito com base na versão Playstation 4 do game, que nos foi gentilmente cedida pelo pessoal da Capcom.

Renan do Prado

Amante de Metal Gear, platinador de Soulsborne e exímio jogador online (quando o lag não atrapalha).

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