Primeiras Impressões: o Playstation 5 e o incrível DualSense
Hoje faz 3 dias que estou com meu Playstation 5. Embora ainda esteja cedo para analisar a fundo o console, já brinquei com ele o suficiente para compartilhar minhas primeiras impressões com você.
O console
O Playstation 5 é um “trambolho” enorme, mas isso você já sabe. Eu não acho ele particularmente bonito, mas sei que isso é questão e gosto. É provável que, independente de como seja o seu quarto/sala/game room, e especialmente a sua bancada/estante, você vai ter que dar um jeito de arrumar “um cantinho” para o PS5.
No meu caso, meus videogames atuais ficam em uma prateleira vertical dividida em nichos, ao lado da TV. Não tive nenhum problema em colocar os consoles anteriores nela. Mas o PS5 é tão grande que não cabia, nem de pé, nem deitado. O jeito foi colocar ele no topo do móvel, e agora minha estante ficou parecendo aquela torre de O Senhor dos Anéis com o olho de Sauron no topo. XD
Console devidamente instalado, é hora de ligá-lo, e aí veio a primeira surpresa: o PS5 é muito silencioso. Muito mesmo. A gente sabe que ele é um console enorme para comportar um dissipador enorme, e que lá dentro tem uma ventoinha também enorme para controlar a temperatura… mas ela praticamente não faz barulho com o console ligado, nem com ele em stand by.
E digo mais: mesmo rodando jogos que estavam fazendo meu PS4 Pro quase levantar voo (como Spider-Man: Miles Morales), o PS5 praticamente não emite nenhum som, zumbido, nada. É surpreendente e maravilhoso. Claro que o fato do console ser novinho e sem pó acumulado no interior ajuda, mas eu não lembro dos consoles “antigos” serem tão silenciosos já de cara — a exceção é o Xbox One X, que segue sendo extremamente silencioso, mesmo com quase 3 anos de uso.
A interface
A nova dashboard/interface que a Sony colocou no Playstation 5 é uma versão mais moderna e minimalista do que tínhamos no PS4. O menu principal (que aparece quando apertamos o botão PS do console), agora popa discretamente no rodapé, e não ocupa a tela toda. Certos hábitos criados no PS4 — tipo manter o botão PS apertado para acessar o quick menu de meia tela — não funcionam aqui, e teremos que nos acostumar com isso.
Um detalhe interessante é que agora o hub de cada jogo exibe as suas estatísticas de progresso para conquistar os troféus daquele jogo, e você também pode ver o tempo que passou jogando (até que enfim!). Então se há um troféu para coletar 100 coisinhas em um jogo, e você já coletou 90, ali vai constar 90% do objetivo concluído para conseguir aquele troféu.
Em alguns casos, você pode inclusive apertar quadrado em um troféu quase alcançado, que o jogo abre automaticamente e leva você para a área onde ficou faltando fazer algo para ganhar um troféu — testei isso na prática em Astro’s Playroom e funciona em questão de segundos. O mais louco é que o jogo não está carregando um save, está literalmente sendo inicializado em um lugar específico, pulando o menu inicial, o hub e te colocando direto onde você quer estar. Presumo que nem todo jogo poderá ter esse tipo de recurso, mas é bem impressionante.
Uma coisa que eu já não gosto na interface é que ela é dividida em “Games” e “Mídia“, e aparentemente não há como mudar isso. Na aba Mídia estão apps de entretenimento e streaming, como Netflix, Prime Video, Hulu, Apple TV e o recém-chegado Disney+. Spotify, Twitch e Youtube também ficam por ali. Sei que muita gente usa o videogame como “central de entretenimento”, mas quem tem uma Smart TV (meu caso) não faz questão de ficar vendo propaganda de serviço de streaming nos seus consoles. Videogame eu uso para jogar.
O que nos leva a outro ponto questionável: as intrusivas recomendações de conteúdo. Na aba principal do menu agora existe um campo “Explorar” que não pode ser removido dali, e serve basicamente para mostrar notificações recentes e te sugerir conteúdos “relevantes”.
Porém, até o momento ele só fica me sugerindo trailers e lives de jogos que não me interessam –mas que, supostamente, eu “sigo” –, como Fortnite, For Honor e Destiny 2. Nada ali parece minimamente alinhado com o que tenho jogado, mas espero que, conforme eu rode jogos no console, o algoritmo fique mais esperto e as sugestões mudem. Até porque, confesso que nem sei quando foi que “segui” Fortnite, para começo de conversa.
Eu lembro que, tal qual o Google Stadia, este recurso foi vendido como algo inovador, que permitiria ao jogador tirar dúvidas e acessar walkthroughs enquanto joga, tudo em tempo real, de forma dinâmica. Bom, até o momento não é o que vem acontecendo. Valeu Sony, mas eu realmente não estou interessado em eventos de Fortnite e For Honor. E o pior é que essas informações aparecem como “notícias oficiais” no menu, como se fossem coisas importantes.
Para não ficar só reclamando, vamos trazer um lado positivo: a velocidade do sistema. Inicializar o console, navegar pelos menus e inicializar os jogos, tudo é muito rápido. Devil May Cry V Special Edition até te dá a opção de apertar um botão após o loading (ou não) para começar a fase. Estranho, mas faz sentido: o jogo sabe que enquanto a tela de loading está rolando, a gente fica mexendo no celular, se distrai e tira os olhos da TV. Os loadings desta nova versão do DMC V mal duram 3 segundos, então talvez você acabe apanhando se não estiver de olho!
No geral, tirando certas intrusões, a interface do Playstation 5 é muito mais clean, e o sistema está muito mais veloz e responsivo. Sei que existe o recurso de alternar rapidamente entre jogos que ficam rodando “em segundo plano”, mas ainda não deu tempo para testar isso com mais atenção.
O DualSense
Talvez a coisa mais impressionante do Playstation 5 (até agora) seja seu novo controle, o DualSense. Ou melhor, a tecnologia que há dentro dele. Muito foi falado sobre o tal “feedback háptico”, e como já te falei aqui, isso era o que estava me deixando mais curioso.
Agora, com o controle em mãos, posso te dizer: o DualSense é realmente incrível. A combinação de vibração + som + gatilhos adaptativos consegue transformar a experiência de jogar videogame em algo diferente, ainda mais imersivo.
O jogo que vem pré-instalado no Playstation 5, Astro’s Playroom, é uma ótima “cartilha” para demonstrar tudo o que o controle pode fazer: é possível sentir se o personagem está caminhando na terra, na areia, na água, ou sobre uma placa de metal. É difícil explicar em palavras, mas acredite: é diferente de tudo o que os controles de videogame já fizeram em termos de vibração e feedback.
O mais legal é que Astro’s Playroom faz isso sendo um joguinho de plataforma muito legal: não é só uma “tech demo”, é um jogo completinho, com troféus e tudo, que não só esbanja carisma, como também te leva por uma viagem “por dentro” do seu console, com direito a ótimos easter eggs e pitadas de nostalgia que relembram todas as plataformas e acessórios da família Playstation.
E ele ainda faz tudo isso abusando do famoso “ray tracing” e entregando plataformas reflexivas caprichadas!
Vou deixar aí embaixo um vídeo gravado (de forma um tanto amadora) por mim, usando o celular para filmar o gameplay e o controle em minhas mãos. Atenção para um detalhe importante: a TV está SEM SOM (repare que o jogo está rolando sem música), ou seja, todos os sons que você ouve, estão saindo diretamente pelo alto falante do DualSense:
Naquele trecho da tempestade de areia, por exemplo, a mistura do som com um padrão de vibração muito específico faz com que o controle pareça “áspero” na mão. O gatilho adaptativo é especialmente bem utilizado quando o personagem vira um boneco de mola: o botão resiste ao seu aperto, e o som emitido pelo controle faz parecer que é uma mola resistindo à pressão. Você sabe que ainda está com um controle de videogame na mão, mas o “feeling” dele muda a todo instante.
A galera que curte uns tiroteios já deve estar sabendo que os gatilhos adaptativos promete mudar a experiência de disparar com diferentes armas. O próprio Astro’s Playroom te dá uma minigun em determinado momento, mas o mais recente Call of Duty também usa muito bem este recurso. Aqui tem um vídeo (bem menos amador que o meu) que demonstra na prática, como isso funciona:
Sinceramente, eu estou muito empolgado com o potencial do DualSense. Porém, tenho receio de que ele simplesmente não seja bem aproveitado. Lembra como Uncharted usava o giroscópio do DualShock 3 para equilíbrio? Como Infamous Second Son nos fazia pichar muros segurando o DualShock 4 como se fosse uma lata de spray? Esse tipo de gimmick foi simplesmente ignorado ao longo da geração, e torço para que o DualSense não sofra desse mal.
Imagino que produtoras third parties talvez não vão querer investir tempo de desenvolvimento para utilizar um recurso que NÃO está disponível em todas as plataformas — afinal, o controle do Xbox não tem isso, o mouse e teclado do PC não tem isso. Vai caber à Sony a missão de aproveitar — e incentivar — o uso dos recursos do DualSense.
É até engraçado como, nos últimos anos, as empresas tentaram inovar com controles por movimentos, tipo o Kinect, realidade virtual e tudo mais… mas no fim das contas, a inovação mais relevante talvez esteja mesmo no bom e velho controle. A Sony criou algo muito especial aqui, que merece ser explorado e aproveitado.
Minha única queixa: a “magia” do DualSense depende muito do som que sai do alto falante do controle. Jogar com headphone me pareceu subtrair um pouco da experiência que o controle oferece. Quem joga videogame de madrugada ou tem crianças em casa deve estar super habituado a jogar utilizando fones de ouvido — eu mesmo jogo de headphone 95% do tempo. Pode ser só impressão minha, mas especialmente no caso do Astro’s Playroom, o áudio que sai do controle (e que você pode ouvir no vídeo que gravei) faz uma grande diferença.
E os jogos?
Isso, por enquanto, vou ficar devendo. Ainda não estamos com Demon’s Souls, Godfall é outro membro da equipe que vai jogar (no PS5!), e o que pude jogar até o momento foram basicamente títulos cross-gen (Spider-Man: Miles Morales, The Pathless, Sackboy, Bugsnax) ou relançamentos — caso de Devil May Cry V Special Edition.
Prometo que vou falar sobre todos eles em breve aqui no site, mas até o momento ainda não joguei nenhum “exclusivo de peso” do PS5 — até porque, não têm muitos, né? Essa geração começou bem fraca em termos de novos exclusivos, fazer o quê? ¯\_(ツ)_/¯
A ideia desse texto era ser um hands on de impressões iniciais, não um review completo. Eu estou no hype da nova geração, se você gosta de games deve estar também, então a ideia era mais contar como foram esses meus primeiros dias na “next gen”.
O Playstation 5 é um “brinquedo” caro, e sei que nem todo mundo vai ter acesso a ele tão cedo. Mas, caso você esteja pensando em adquirir o seu em breve — ou só quer saber mais sobre os recursos dele — espero que este artigo tenha sido útil. 🙂
Fique de olho aqui na Arkade, pois já estamos com tudo na nova geração! Em breve, começaremos a trazer reviews completos de jogos rodando nos novos consoles!