Análise Arkade: Mighty Goose é tipo Metal Slug, mas com um ganso (e isso é ótimo)

4 de junho de 2021
Análise Arkade: Mighty Goose é tipo Metal Slug, mas com um ganso (e isso é ótimo)

Depois de passar anos apostando em ouriços, dragões, bandicoots e outros animais, parece que o mundo dos games descobriu o charme dos gansos! Depois do divertido e sem noção Untitled Goose Game, agora temos um ganso cibernético caçador de recompensas espacial destruindo tudo em Mighty Goose, confira nossa análise!

O ganso caçador de recompensas

Mighty Goose nos apresenta ao ganso que é o “caçador de recompensas nº 1 da galáxia” (?!) que leva uma vida pra lá de agitada, cumprindo missões variadas em troca de dinheiro. Resgatar criaturas em perigo, invadir bases, destruir máquinas de guerra… esse ganso é pau para toda obra.

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Tem credibilidade?

Quando suas ações heroicas começam a frustrar os planos do temível Void King, nosso ganso cibernético começa a ser caçado pelas tropas do vilão. E é isso. O foco de Mighty Goose não é a história, mas a ação. E nisso, ele manda muito bem!

Por trazer um animal como protagonista — que resgata outros animais, e tem um outro bicho (acho que é uma toupeira) como seu operador/braço direito, passando instruções via comunicador — Mighty Goose tem uma vibe que lembra Starfox. Mas, é só pela questão dos animais, mesmo. Em termos de gameplay, sua maior referência é bastante evidente: Metal Slug.

Metal Slug de ganso

Sim, meu caro: Mighty Goose é, basicamente, um Metal Slug com um ganso como protagonista! E isso é um baita elogio, afinal, Metal Slug é um dos melhores jogos estilo “run and gun” que existem, e o fato da SNK ter deixado a franquia na geladeira nos últimos anos abre espaço para jogos semelhantes surgirem, tal qual títulos como 20XX homenageiam Mega Man.

Análise Arkade: Mighty Goose é tipo Metal Slug, mas com um ganso (e isso é ótimo)
Mighty Goose = Metal Slug com animais

O gameplay é simples, mas muito funcional: temos basicamente um botão de tiro e outro de pulo, que são as ações mais básicas. Também há uma arma secundária, que pode ser equipada com diferentes equipamentos — começamos com o grasnar equipado como arma secundária. Ele não serve para nada, mas sempre é engraçado vermos um ganso granando, né? XD

O grande diferencial em relação a Metal Slug é que aqui também temos um botão de dash, muito útil para escapar de projéteis e inimigos. Além disso, conforme derrotamos inimigos e explodimos coisas, um medidor no canto superior esquerdo da tela vai se enchendo. Quando ela está cheia, podemos acionar o modo “Mighty Goose“, que deixa nosso ganso invulnerável por alguns segundos e turbina o poder de qualquer arma que esteja equipada.

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O pato fica realmente invocado quando ativa seu “ki”

E é isso, basicamente: o lance aqui é seguir em frente, sentando o dedo no gatilho para explodir tudo o que estiver no seu caminho. Entre robôs, soldados, tanques, alienígenas e necromantes (?!) há muito o que matar e destruir ao longo da campanha.

Confira abaixo um pouco de gameplay, de uma fase que é uma “arena espacial” para entender como o rolê é frenético por aqui.

Fala sério, é impossível não lembrar de Metal Slug vendo esse jogo em ação, né? Essa fase especificamente é fechada nesta arena, mas a maior parte do jogo rola daquele jeitão side scroller: seguimos em frente por um cenário linear em 2D até chegar ao final da fase — onde pode (ou não) ter um chefão nos esperando.

Armas, Veículos & Aliados

Como em Metal Slug, aqui começamos cada fase com a arma mais básica (que é o braço Blaster do personagem, no melhor estilo Mega Man), mas podemos coletar diferentes tipos de armas — com munição limitada — pelos cenários. Não há tanta variedade de armas malucas como no jogo da SNK: aqui temos basicamente metralhadora, escopeta, lança-foguetes e uma arma de raios. Mas, sendo justo, todas elas são bem úteis, e fazem muito estrago nos inimigos.

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Não parece o tanque do Metal Slug?

A pouca variedade de armas é compensada por um bom número de veículos e mechs que podemos encontrar e utilizar. O visual do tanque é MUITO IGUAL ao de Metal Slug, e ele também possui uma arma giratória e pode pular. Além do tanque, também temos uma espécie de motocicleta de uma roda só, um mecha que realiza ataques melee e uma aeronave.

Além de tudo isso, podemos recrutar alguns aliados, que nos ajudam nos combates. Há animais e robôs, que são liberados ao longo da campanha e podem ser “equipados” pelo menu inicial do jogo. Considerando que este é um jogo 100% single player, ter um aliado controlado pela IA é uma boa adição — mas eu realmente gostaria que tivéssemos outro ganso, para jogatina cooperativas.

Análise Arkade: Mighty Goose é tipo Metal Slug, mas com um ganso (e isso é ótimo)
Não esqueça de “equipar” um aliado em seu arsenal

Um detalhe importante — e que o jogo nunca explica diretamente — é que podemos comprar munição e até solicitar um tipo de veículo (a moto) a qualquer momento, desde que tenhamos dinheiro para isso. O dinheiro acumulamos simplesmente jogando. Aí, pelo menu de pause, podemos selecionar o serviço de entrega pelo celular do personagem (?!). Selecione o item, pague, e um entregador vai passar voando para despachar sua encomenda!

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Fique ligado: você pode comprar armas consumíveis pelo menu de pause!

Ah, e mais um detalhe: conforme jogamos, podemos habilitar perks, que são equipados pelo Arsenal do menu inicial. Temos 100 pontos de energia para gastar, e cada perk consome um pouco desse total. Há coisas bem úteis, como pulo duplo, maior tempo de duração para a habilidade Mighty Goose e mais munição para as armas coletáveis.

Audiovisual

Mighty Goose é um jogo deslumbrante. Sua pixel art tem aquela “crocância” que os retrogamers adoram, embora o jogo não tente emular a estética dos anos 90. Muito pelo contrário, aliás: o visual é muito rico, detalhado e colorido — e não por acaso, lembra muito Metal Slug, especialmente nas máquinas e veículos.

Análise Arkade: Mighty Goose é tipo Metal Slug, mas com um ganso (e isso é ótimo)

É interessante como os desenvolvedores conseguiram dar um ar cinematográfico para a ação, mesmo em um jogo frenético como esse: ocasionalmente o jogo aplica efeitos de câmera lenta para fins dramáticos, com direito a uma cabeça enorme de ganso aparecendo na tela, e o resultado é muito legal! Tipo assim, ó:

Praticamente não há vozes no jogo: os animais conversam fazendo barulhinhos característicos, e o máximo que ouvimos é um narrador, anunciando as armas que coletamos — sabe o que isso lembra, né? Pois é, Metal Slug.

A trilha sonora acompanha a qualidade do pacote: é agitada, sem ser invasiva, afinal, queremos ouvir os tiros e explosões — que por sua vez, são ótimos, e não devem nada para os grandes títulos de ação.

Conclusão

Mighty Goose é um jogo muito divertido e gostoso de jogar. Ele também é um jogo meio curto, daqueles que, com um pouco de empenho, é possível zerar em “uma sentada”. Depois do último chefe (e de ver os créditos subirem), podemos continuar jogando e encarar o “modo espelho”, que traz todas as fases invertidas. Aumenta a duração do jogo, mas não esconde que ele é uma experiência “compacta”.

Análise Arkade: Mighty Goose é tipo Metal Slug, mas com um ganso (e isso é ótimo)
Não podem faltar chefes gigantes nesse jogo, não é mesmo?

Apesar de sua curta duração, Mighty Goose oferece altas doses de adrenalina e diversão, sendo especialmente recomendável para os fãs de Metal Slug que estão com saudade de jogos com essa pegada. Sem exagero, ele é o Metal Slug (com ganso) que a gente não sabia que queria!

Mighty Goose é intenso, explosivo e viciante. Desde já espero que seja o pontapé inicial de uma franquia igualmente intensa, explosiva e viciante!

Mighty Goose será lançado amanhã (05/06), com versões para PC, Playstation 4, Playstation 5 (versão analisada), Xbox One, Xbox Series X|S e Nintendo Switch. O jogo possui menus e legendas em português brasileiro.

Rodrigo Pscheidt

Jornalista, baterista, gamer, trilheiro e fotógrafo digital (não necessariamente nesta ordem). Apaixonado por videogames desde os tempos do Atari 2600.

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