Tudo o que já sabemos sobre Horizon: Forbidden West
Está chegando a hora! Em alguns dias, chegará às lojas (em formato físico e digital) Horizon: Forbidden West, a sequência do aclamado e surpreendente Horizon: Zero Dawn, game lançado em fevereiro de 2017 criado pela Guerrilla Games (da franquia Killzone) exclusivamente para Playstation 4 e que em 2020 ganhou uma versão refinada para computadores.
Sim, Horizon: Forbidden West chega ao Playstation 4 e ao Playstation 5 em 18 de fevereiro de 2022, praticamente cinco anos após o título original, prometendo dar continuidade à saga da guerreira Aloy em um mundo devastado por um evento apocalíptico e tomado por máquinas sencientes e outros perigos. Para aquecer e alimentar nossa expectativa, resolvemos reunir aqui tudo o que já sabemos sobre este que é um dos jogos mais aguardados do ano. Mas antes…
A história até aqui
Jogos com a temática pós-apocalíptica não são lá dos mais raros desde sempre. Horizon: Zero Dawn, contudo, é daqueles que se enquadram em um momento seguinte, o pós-pós-apocalíptico, se assim podemos dizer. Ao descobrir o mundo pelos olhos de Aloy, já nos deparamos com uma sociedade em estado de reorganização tribal diante um mundo antigo devastado. Uma das marcas do game foi mesclar um universo tomado pela tecnologia em seu ápice e uma estrutura social quase primitiva, com valores, arquétipos e comportamentos que nos remetem ao início da nossa civilização.
Ambientado cerca de mil anos no futuro, mais especificamente em 3021 d.C., Horizon: Zero Dawn nos apresenta algumas tribos que habitam uma região que outrora foi o que hoje são os EUA. Cada povo tem seus próprios costumes e há uma linha bastante instável de coexistência. Somos apresentados com mais ênfase aos Banuk, aos Oseram, aos Carja e aos Nora, povos que conseguiram encontrar uma forma de prosperar em um mundo onde a humanidade está bem longe de ser a espécie dominante.
Isso porque máquinas conscientes que se parecem com criaturas selvagens estão espalhadas por todos os cantos, com algumas mais perigosas do que outras, mas cada qual respondendo a um equilíbrio ambiental, uma nova ordem mundial. Um evento que precede o período no qual o jogo se passa, no entanto, está causando uma ruptura inesperada, corrompendo os robôs e os tornando mais agressivos e imprevisíveis, algo que reacende antigas rusgas e que coloca tensão na já frágil e relativa paz da região.
Acompanhamos então a jornada de Aloy, uma jovem exilada com um passado misterioso que fora encontrada recém-nascida pelas altas sacerdotisas da tribo matriarcal dos Nora e considerada uma ameaça amaldiçoada. Na busca por respeito, reconhecimento e pela auto-descoberta, Aloy torna-se uma grande guerreira e mesmo sendo mal tratada e passando por perdas significativas no processo, ela se prova digna de ser reintegrada ao grupo, o que se mostra só o começo de algo que a leva para o centro de revelações que há muito se perderam.
Cultistas, traidores, templos tecnológicos, dispositivos dos mais diversos, revelações de novos aliados e inimigos e muitas coisas se passam até que nossa heroína começa a desvendar seu passado e, junto com ele, verdades incômodas sobre o que teria sido o fim do “povo antigo”. Desenvolvido mil anos antes e cuja mente idealizadora se chamava Elisabet Sobeck, (alguém que parece ter uma relação muito próxima da própria Aloy), houve um programa privado que buscava promover a criação de máquinas inteligentes, baseadas na natureza, com o propósito de auxiliar no reequilíbrio ambiental.
Não precisa ser nenhum gênio para concluir que algo saiu bastante errado quando o conceito, como qualquer coisa inovadora, foi distorcido para fins militares, e quando saiu do controle, se virou contra a própria existência orgânica de forma irreversível. O protocolo Zero Dawn se tornou então a última esperança da humanidade, não para sobreviver ao futuro inevitável, mas para ressurgir novamente séculos após sua extinção. Em um sistema de colaboração mundial, foi então criada Gaia, a mais avançada IA do mundo até então e claramente inspirada pela mitologia grega, para desencadear o processo quando a Terra reunisse novamente condições para tal, bem como administrá-lo para que funcionasse corretamente. Gaia iria repovoar a Terra, tornando-a habitável uma vez mais pelos humanos.
Dentre as mais diversas funções de Gaia, uma delas era conhecida como Hades, uma trava de segurança que garantiria que o procedimento fosse reiniciado tantas vezes quantas fossem necessárias até que funcionasse. Em meio a uma dessas iterações — não se sabe quantas foram necessárias até então — de repovoamento do mundo, a qual estava em curso, Gaia sofreu um desarranjo, um sinal de interferência, que desencadeou distorções na sua programação e acabou por tornar Hades uma consciência independente e, como resposta de contenção, a IA acabou disparando um processo de clonagem de sua criadora, Elisabet. Esta é Aloy.
Com a ajuda de um humano, Sylens, que vendeu informações por conhecimento sobre o passado perdido, Hades se preparou o suficiente com dados sobre os diversos povos existentes com o intuito de conhecê-los e se preparar para o último ataque contra aquilo que considerava um erro — a existência da vida orgânica. Este sujeito, ao ser traído pelo aliado artificial, encontrou em Aloy uma importante aliada em sua plano de vingança. Com os povos unificados sob o símbolo da heroína, agora vista como uma benção, os povos se unem para enfim superar as forças adversárias e destruir Hades, reestabelecendo a paz e o equilíbrio.
Contudo, um enfraquecido fragmento de Hades parece ter resistido à destruição e foi aprisionado, em segredo, por Sylens, que parece ter interesse em descobrir não só qual foi a origem do defeito em Gaia que desencadeou a revolta de Hades, como também encontrar uma forma de controlá-lo e reclamar para si o seu poder. Este é o gancho que deverá ser o plot principal da nova aventura, que levará nossa protagonista a explorar o tal oeste perdido do título.
Um mundo em expansão
As quatro tribos que conhecemos em Zero Dawn estão muito longe de sintetizarem o momento atual do mundo. Ao mover a narrativa para uma nova região, o litoral oeste dos antigos Estados Unidos, a heroína encontrará velhos conhecidos, dentre eles obviamente Sylens (uma vez mais interpretado pelo inconfundível Lance Reddick) como um potencial vilão da trama, e novos rostos, como os de Regalla (Angela Bassett) e Tilda (Carrie-Ann Moss), personagens dos quais falamos na ocasião de sua revelação.
Dentre as novas tribos que ganharão destaque na continuação, estão os pacíficos (e quase) oníricos Utaru, os bélicos Tenakth, além da presença dos já conhecidos Carjas e de uma outra tribo misteriosa, esta sob a liderança da tal Regalla. Ainda são poucas as informações que temos sobre o papel que cada um desses povos irá desempenhar na trama, mas a julgar pelo que o primeiro jogo já estabeleceu, é bem provável que tenhamos algumas reviravoltas e que nem tudo será o que parece no princípio.
Mas nenhuma continuação de Horizon passaria ser a ampliação das grandes estrelas da companhia, as máquinas. Já tivemos vislumbres de algumas delas nos materiais promocionais, e se destacam a serpente gigante Slitherfang, o grande escavador Rollerback, e o obviamente inspirado em pterossauros Sunwing, cada qual com suas próprias habilidades que demandarão estratégias ainda mais elaboradas que os grandes predadores que já conhecemos antes.
A expectativa, portanto, é que tenhamos um mundo ainda maior para exploração, com mais liberdade de locomoção, novos tipos de inimigos, variedade maior de equipamentos, armas e estratégias na abordagem furtiva. Obviamente que esperamos também ter mais respostas sobre o que desencadeou a corrupção vista desde o jogo anterior, bem como uma relação ainda mais complexa entre os diferentes grupos sociais presentes no game, agora com níveis distintos de interação e domesticação dos robôs que, uma vez, foram diretamente responsáveis pelo fim da vida como é hoje.
Um (quase) salto de geração
Ainda que seja um dos maiores destaques (e a maior aposta do semestre em termos de exclusividade ao lado de Gran Turismo 7) do Playstation 5, o jogo ainda é considerado um produto de transição, com versão também para o bom e velho Playstation 4. Havia o receio de das duas, uma: ou o jogo avançaria tecnicamente pouco em relação ao seu antecessor para garantir que fosse possível rodar em um hardware inferior ao PS5; ou seria algo muito mais sofisticado, o que poderia significar a impossibilidade de funcionar satisfatoriamente na geração passada.
Se algumas destas alternativas está correta ou se houve sucesso em equilibrar ambos os aspectos, só saberemos daqui uma semana, quando o jogo for lançado. Por enquanto, a grande maioria dos materiais de divulgação foca na expansão da árvore de habilidades de Aloy, algo que se mostrava bastante simplória para os padrões do gênero em Zero Dawn, e na ampliação do universo do jogo não só pela região nova com biomas mais diversificados, mas também pela maior amplitude em relação à ação tanto submersa quanto aérea.
Se o primeiro jogo já era bastante vertical com direito a muitas escaladas, esperamos algo ainda mais livre e ágil em termos de combate e movimentação em Forbidden West com a inclusão de ferramentas que parecem muito inspiradas em outros jogos, como Zelda Breath of the Wild e Monster Hunter Rise. Em termos de jogabilidade ainda, a fluidez de combate corpo-a-corpo é outra melhoria esperada depois de alguns ótimos e promissores vídeos mostrando um pouco dessa mecânica reformulada. Falamos bastante sobre essas novidades, além das questões técnicas em nossas impressões da apresentação da State of Play de maio do ano passado.
Lembrando uma vez mais, Horizon: Forbidden West finalmente chega no dia 18 de fevereiro de 2022, exclusivamente para o Playstation 4 e Playstation 5. O game estará totalmente localizado para o nosso português brasileiro. Já estamos explorando o Oeste Proibido e em breve você confere nossa análise completa! 😉