Análise Arkade – Voice of Cards: The Forsaken Maiden, uma nova aventura no mundo das cartas
Chegando meio que de repente, Voice of Cards: The Forsaken Maiden foi anunciado apenas 4 meses após o lançamento de Voice of Cards: The Isle Dragon Roars. Curiosamente, o jogo não é uma continuação direta, mas uma nova entrada na franquia criada por Yoko Taro. Confira o que achamos deste novo passeio pelo mundo das cartas!
Desenvolvido pela Alim e publicado pela Square Enix para PlayStation 4 e 5, Nintendo Switch e PC, Voice of Cards: The Forsaken Maiden é um JRPG que utiliza a mesma estética e linguagem visual que o primeiro game, mas desta vez coloca o jogador para acompanhar a história de uma donzela que precisa recuperar os poderes para salvar sua terra natal.
A equipe de produção se manteve essencialmente a mesma, e é composta pelos veteranos das séries Drakengard e Nier, que inclui o diretor criativo Yoko Taro, o produtor executivo Yosuke Saito, o compositor Keiichi Okabe e o artista Kimihiko Fujisaka.
História
Como em Voice of Cards: The Isle Dragon Roars aqui também somos apresentados ao Game Master que é o narrador dessa história — e não é o mesmo Game Master da história anterior, o que fortalece a ideia de que esta é uma nova história, e não uma sequência.
Voice of Cards: The Forsaken Maiden ainda se passa em um mundo de fantasia, mas tem uma temática diferente do jogo anterior: aqui vamos explorar um arquipélago de ilhas e um vasto oceano, ou seja, temos aqui um tema mais náutico, com boa parte da exploração sendo feita em uma embarcação.
De tempos em tempos, uma donzela que vive em cada ilha deve realizar um ritual para agradar ao espírito local e garantir a prosperidade da ilha. Assumimos o controle de Barren, um navegante esperançoso que pertence à Omega Village. Por alguma razão, a donzela que deveria residir lá nunca chegou, e a ilha está, portanto, à beira da destruição.
É revelado desde o início que a amiga de Barren, Laty — uma garota misteriosa de cabelos verdes que não tem voz — é a donzela da ilha, mas ela não tem o poder de realizar o ritual para o qual foi predestinada. Então, os dois se lançam ao mar para buscar a ajuda das donzelas das outras ilhas e, com sorte, chegar ao fundo do passado oculto de Laty e salvar a Omega Village.
Mundo novo, mesmas cartas.
Em Voice of Cards: The Forsaken Maiden você passará muito tempo explorando um vasto oceano. Nele, temos a mesma mecânica que foi apresentada no jogo anterior: o mundo do jogo é composto por cartas viradas para baixo — conforme avançamos, as cartas vão sendo viradas, revelando o mapa e a paisagem.
O curioso aqui é que cada área tem uma temática diferente e isso influencia até mesmo nos monstros que teremos de enfrentar. Por exemplo, em uma ilha mais tropical, encontraremos monstros mais aquáticos. Já em uma olha com terreno montanhoso e solo mais árido, teremos monstros mais condizentes àquele tipo de terreno.
As cidades se mantiveram mais ou menos como no primeiro jogo da série Voice of Cards: temos a estalagem, o apotecário, bem como as lojas de itens, armas e acessórios.
E, as cidades também têm arquiteturas e características próprias, de acordo com a ilha em que se encontram.
Como era de se esperar — dado o curto intervalo entre o lançamento dos dois jogos –, o que temos aqui é uma aventura que reaproveita muitos recursos de Voice of Cards: The Isle Dragon Roars, em termos de estética e até mesmo de mecânicas. Claro que aqui temos novos heróis e uma nova história, mas é fato que o cerne do jogo foi meio que “requentado”, embora haja espaço para novidades, como veremos a seguir.
Combate e Audiovisual
A primeira novidade nos combates é que agora o grupo pode ter até 4 integrantes. Outra novidade são habilidades que podem ser feitas em conjunto. Por exemplo: Barren e Laty podem atacar juntos um inimigo para desferir um golpe mais poderoso. A última e mais bem-vinda adição foi o aumento da quantidade de itens que podemos carregar (o primeiro game era bastante limitado nesse quesito).
Gostaria de poder falar sobre mais novidades, mas no caso, não há muito mais o que ser dito. Como já dito, muita coisa foi reaproveitada, de modo que muito do jogo se mantém igual ao primeiro. A jogabilidade continua simples e intuitiva, e as mecânicas continuam as mesmas.
A trilha sonora, composta por Keiichi Okabe — que também produziu a trilha do primeiro jogo e de Nier, Nier Automata e Drakengard 3 –segue um estilo diferente do primeiro, aproveitando a vibe aquática do game para construir uma sensação de que estamos de fato “navegando” pelas composições.
O artista responsável pela arte do game é o Kimihiko Fujisaka, responsável por vários outros jogos como Terra Battle, Drakengard, The Last History e Fire Emblem: Awakening. Seu traço delicado e caprichoso combina perfeitamente com a estética do game, sendo mais um acerto do time criativo.
Conclusão
Voice of cards: The Forsaken Maiden é um game que continua o legado do seu antecessor atualizando certas mecânicas, mas mantendo-se em uma zona de conforto que reutiliza muito do que foi apresentado anteriormente. É uma nova jornada, com novos heróis em um novo mundo, mas tudo parece bem familiar para quem jogou Voice of Cards: The Isle Dragon Roars — o que não é necessariamente um problema.
Talvez o maior pecado do jogo ainda seja sua curta duração. Assim como o seu antecessor, sua campanha dura pouco mais de 10 horas, o que é pouco, quando comparado a outros grandes JRPGs que temos hoje. O tempo que passamos com o jogo é satisfatório, mas, de novo, fica a impressão de que ele poderia render mais, ser mais robusto.
Voice of Cards: The Forsaken Maiden foi lançado em 17 de fevereiro para Playstation 4 e 5, Nintendo Switch (versão analisada) e PC. Infelizmente o jogo não foi localizado para o nosso idioma — menus e legendas estão em inglês.