O que aconteceria se Pokémon fosse um game da SEGA?
O Game Boy já era um sucesso tremendo quando, em 1996, 150 monstrinhos (e depois, 151) chegaram para ampliar ainda mais as vendas do portátil da Nintendo. Nascia ali Pokémon, uma das franquias mais rentáveis da história dos games, e que traz, até hoje, diversos games que cativam seus fãs por todo o mundo.
Mas, e se Pokémon fosse um produto da SEGA? Como seria um universo onde Pikachu e companhia dividissem espaço com Sonic como armas da companhia em sua luta contra a Nintendo? É o que iremos pensar juntos hoje em mais um “o que aconteceria se”, nosso espaço dedicado ao “multiverso gamer”, no qual imaginamos juntos situações de hipóteses que poderiam ter acontecido no mundo dos games.
Pikachu “azul” no Mega Drive
Vamos partir do princípio que a Game Freak, até então um estúdio independente, tivesse chamado atenção da SEGA em 1994, quando foi publicado Pulseman, um jogo de plataforma lançado dois anos antes de Pokémon. A gigante japonesa, assim, incorporaria o estúdio, que já poderia desenvolver os seus pequenos monstrinhos para o universo SEGA.
A diferença é que, no contexto da SEGA, o console que deveria receber o máximo de esforço era o Mega Drive. Assim, a aventura dos Pocket Monsters deveria ser lançada nos 16-bits, com um port simplificado para o Game Gear, e consequentemente para o Master System, console descontinuado nos EUA e Japão, mas ainda popular na Europa e Brasil. A Tec Toy ajudaria na adaptação para que o game pudesse chegar aos 8-bits.
Mas, por estar do “lado azul” da guerra, isso significa que os bichinhos poderiam ser um pouco diferentes. Se por um lado, o conceito essencial de captura, treinamento e combate dos Pokémons fossem basicamente os mesmos, por outro a aura “fofinha” dos personagens daria lugar para monstros mais “radicais”, seguindo a cartilha teen descolada da companhia nos EUA.
E isso significaria também que o Pokémon preferido de muita gente, o Pikachu, poderia ter outra cor. Assim como Sonic, que é azul por causa do logo da companhia da qual foi concebido, o Pokémon elétrico poderia, tranquilamente, ser da mesma cor, mandando raios azuis no inimigo e reforçando ainda mais as cores da companhia que mais queria a atenção dos jovens naquela época.
Uma chance na guerra dos portáteis
Se o Game Gear, embora tenha tido um relevante sucesso, jamais chegou perto do Game Boy no que diz respeito a vendas, com Pokémon a situação poderia ter sido bem diferente. Embora na nossa visão o game oficial não fosse um jogo portátil, e sim para um console de mesa, nada impediria a SEGA de explorar os seus monstrinhos no mundo portátil.
Inclusive, a SEGA poderia investir, antes mesmo do Dreamcast e seu VMU, em uma forma de fazer Mega Drive e Game Gear conversarem, usando mais uma daquelas tranquilharias que a companhia adorava lançar durante os anos 90. Poderia ser desde um simples cabo link entre os dois sistemas, até cartuchos especiais, no melhor estilo Sonic & Knuckles, para transferir os monstrinhos.
Vá saber se, no auge das “boas ideias”, até o próprio Sonic & Knuckles não ofereceria algum tipo de suporte para o Pokémon da SEGA?
E, como estamos falando de SEGA e de anos 90, a Tec Toy também aproveitaria o momento e faria seus movimentos para garantir o game para o Master System. Talvez sem as parafernálias de conexão, mas ainda assim permitiria que os brasileiros pudessem ter acesso direto ao game, em ambos os consoles.
Nem Pikachu salvaria a SEGA, e hoje Pokémon seria multiplataforma
Mesmo assim, infelizmente, nem Pokémon salvaria a SEGA de seu destino. Sabe-se que um dos maiores problemas que a companhia viveu nos anos 90 era sobre a relação estremecida entre a matriz japonesa e seu escritório dos EUA. Várias questões envolvendo ambas as duas divisões ajudaram, e muito, a prejudicar as próprias operações da SEGA. Decisões erradas envolvendo criação de consoles, timing de lançamento e uma observação equivocada do mercado também contribuíram. Por mais que o Sonic ainda fosse um personagem relevante.
A SEGA, embora fornecedora de vários bons jogos, era problemática em vários aspectos. É só lembrar que o Saturn, console que poderia ter tido uma sorte melhor, não teve um jogo Sonic, apenas spin-offs sem o mesmo impacto dos games da geração anterior, e também da seguinte.
Com Pokémon sendo um game SEGA, a situação seria a mesma. Talvez um jogo no Saturn, uns dois jogos no Dreamcast e, após o final da produção de consoles da companhia, os monstrinhos começariam a aparecer em outros consoles, incluindo o Playstation 2, o Xbox e, quem diria, o GameCube. Assim, com alguns anos de “atraso”, Pokémon estrearia em um console Nintendo, anos depois.
Inclusive, a Nintendo seria o melhor lugar para esta nova fase, por motivos óbvios: o domínio portátil da empresa, além da conectividade entre GameCube e GBA, que seria uma evolução da ideia anterior entre Mega Drive e Game Gear. O que nos faz concluir que, mesmo um jogo SEGA, Pokémon estaria hoje no mesmo lugar: no Nintendo Switch.