Rock in Rio 2022 – Coldplay brilha com sua experiência visual e faz show histórico na Cidade do Rock
Desde que o Coldplay foi anunciado como atração deste Rock in Rio, fiquei curioso. Sei que a banda é uma das melhores, se não a melhor na atualidade, quando o assunto é experiência de entretenimento. Suas tecnologias e ideias, sempre muito coloridas, enchem os olhos de fãs e espetáculos.
Não à toa, que o grupo tem nove shows marcados no Brasil nesta visita, com cerca de meio milhão de pessoas interessadas em ver de perto a música e a experiência visual dos britânicos.
Porém, toda essa experiência é milimetricamente preparada para estádios, daí minhas dúvidas sobre como o grupo britânico conseguiria levar tudo isso, ou boa parte de sua experiência, para o Rock in Rio. Felizmente eles fizeram tudo do jeito certo.
Falando apenas do quesito visual, a banda conseguiu sim manter a mesma experiência, usando muito do próprio evento pra isso. A iluminação do local combinou perfeitamente com as famosas pulseiras que brilham de acordo com as músicas, enquanto até o “sistema” de fogos de artifício do Palco Mundo foi usado sem dó e nem piedade.
Era possível sentir a harmonia do projeto de show do Coldplay com a estrutura do Rock in Rio em vários detalhes. O palco, por exemplo, foi modificado para receber pontos de luz e um painel de led, e até as luzes do palco faziam harmonia com as pulseiras do público.
Mesmo a chuva, que caiu na Cidade do Rock durante praticamente todo o show, não atrapalhou em nada o espetáculo. A setlist, como esperada, estava repleta de clássicos, como Yellow, Viva La Vida ou Paradise. O grupo chegou até a repetir músicas, tocando Viva La Vida e A Sky Full of Stars duas vezes.
A chuva foi parte importante do show, por render momentos únicos, como Chris Martin tentando tocar um teclado debaixo d’água até o aparelho pifar, além da sensação de “alma lavada” que muitos fãs demonstravam ao agitar suas pulseiras em todo momento.
Até música em português a banda executou, como uma versão de Magic, que mostrou todo o esforço de Chris Martin e companhia para aprender uma música em um idioma que não é o usual para eles. Mas assim como Bruce Springsteen fez em 2013, cantando em português Sociedade Alternativa do Raul Seixas, o público aprovou a iniciativa de cantarem algo em nosso idioma.
Meio espetáculo visual, meio show de rock, o Coldplay apresentou, no Rock in Rio, o seu cartão de visitas para o início desta séries de shows no país. Quem tinha ainda alguma dúvida sobre o que a banda poderia entregar, já viu do que eles são capazes: uma parte musical impecável, uma lista cheia de sucessos, a já conhecida (e desejada pelo público) experiência visual, e o festival de luzes, que só quem presencia ao vivo, consegue entender perfeitamente a maestria do que é, hoje, o melhor show do mundo.
E o melhor show do mundo, também entrou para o seleto rol dos melhores shows da história do Rock in Rio.
O Rock in Rio termina hoje (11) com Dua Lipa, sensação do pop, cantando no Palco Mundo. Em 2023, o evento “retorna”, mas de forma diferente: como The Town, um festival que terá a essência do Rock in Rio, mas que terá, segundo a organização, “a cara de São Paulo”, onde as atividades acontecerão.