BGS 2022 – A união entre entretenimento e eSports da Team Liquid

16 de outubro de 2022
BGS 2022 - A união entre entretenimento e eSports da Team Liquid

Em 2019, existiam cerca de 20 milhões de brasileiros que se declaravam torcedores de alguma organização de eSports. E, embora não tenham informações suficientes atualmente, não é erro nenhum dizer que tais números aumentaram ainda mais. Organizações já passam da casa do milhão de seguidores, e diversos games cresceram nesse tempo, ampliando ainda mais as possibilidades. Mas, ainda há espaço para expandir ainda mais este mercado, que segue em crescente.

Dentro deste contexto, temos a Team Liquid, uma das primeiras organizações de eSports, fundada no já distante ano de 2000, na Holanda, e que atualmente é uma organização global, com operações no Brasil. Mas como atingir não apenas novos torcedores, como também atrair pessoas que poderiam ser potenciais consumidores de eSports, e que precisam talvez apenas de um “empurrão” para entrar nesse universo?

Além disso, como trazer novos fãs para a organização, que não serão fãs fiéis, talvez nem entendam muito dos games disputados, mas que terão algum interesse em comum, através do entretenimento, e se conectarão à marca, seus jogadores ou streamers? Foi para entender isso que conversamos, na Brasil Game Show 2022, com o CEO da Team Liquid, Rafael Queiroz.

BGS 2022 - A união entre entretenimento e eSports da Team Liquid

Começamos a conversa falando sobre os dias de pandemia, onde praticamente todas as empresas envolvidas com eSports tiveram que se adaptar para um mundo mais online, que rendeu uma maior atenção de conteúdo por parte das organizações. Rafa disse que “quanto mais você tem conteúdo, e quanto mais você cria, mais você cresce exponencialmente”. Ele citou o crescimento das plataformas online, e disse que a Liquid, por não saber lá no início de 2020, quando que as atividades presenciais poderiam retornar, focou em dar uma atenção especial para seu conteúdo.

Tal visão, inclusive, pode ser encontrada em forma de Liquid+, um serviço por streaming da companhia, onde pontos são oferecidos aos consumidores do serviço, e que está disponível no Brasil, em português. A organização também tem intenções de fortalecer seu espaço de entretenimento, seja em sua própria plataforma, ou com o trabalho que já faz com streamers e influenciadores.

BGS 2022 - A união entre entretenimento e eSports da Team Liquid

Um outro ponto que a Liquid observa bem é o comportamento do brasileiro, enquanto torcedor. Ele é mais apaixonado que a maioria dos torcedores de outros países. “Ele quer estar perto, ele quer ver seu ídolo, ele quer participar do ambiente”, disse Rafa. Que também explica que tem autonomia, a nível de Brasil, para criar ativações que atinjam fãs e atletas. A organização entende isso bem, e permite que a Liquid, mesmo com “cara de global”, possa operar no Brasil de forma mais “brasileira”.

Um bom exemplo são as redes sociais da organização, que “conversa” com seus torcedores de maneira bem funcional:

Perguntei também sobre as ideias que a Liquid tem para o futuro. Rafa nos contou que atualmente a equipe conta com 80 pessoas trabalhando regularmente, quatro equipes, além de seus influenciadores e streamers. Este crescimento fez com que a organização se unisse com a Dell e viu que tal operação justificava uma presença maior na BGS, para melhorar a experiência do fã, mas também para apresentar a organização para mais pessoas. E há a intenção de mais eventos presenciais, dos mais variados formatos, para 2023.

Uma boa isca para “se apresentar” para um público que não conhece direito nem a Liquid e muito menos os eSports: o Homem de Ferro, o Homem-Aranha e o Capitão América. Fruto da parceria entre as duas marcas, os uniformes da Liquid com temas de heróis da Marvel estavam à venda, em edição limitada, dentro da BGS 2022. Inclusive, a Liquid era “vizinha” da Marvel no local, para facilitar a comunicação com potenciais novos torcedores.

BGS 2022 - A união entre entretenimento e eSports da Team Liquid

Sobre isso, Rafa disse que todas as ativações foram pensadas e acabam servindo para fazer com que, realmente, novas pessoas possam iniciar um relacionamento de simpatia com a Liquid. A apresentação física como uma feira como essa, segundo o CEO, é uma oportunidade de explorar o que o brasileiro já tem, que é a necessidade de torcer. Assim, ao conhecer uma organização, e iniciar este relacionamento, ele pode conhecer mais sobre o time, as equipes, os games, e no médio prazo, se tornar mais um torcedor.

Por isso, a Liquid, de acordo com o seu CEO, diz que o entretenimento, seja ele em forma de conteúdo online, em parcerias com gigantes do ramo (a equipe também tem parceria com Naruto), ou em ativações online, é uma forma de furar esta bolha, e se apresentar não apenas para seus torcedores, mas para pessoas que talvez sejam fãs de eSports, mas apenas não sabem disso. Rafa disse que eSports ainda é algo muito novo no Brasil, e que apenas a partir de 2016, quando chegaram os primeiros grandes investimentos, que se começou a ter uma ideia melhor do que é todo este universo.

Assim, as organizações iniciaram seu processo de expansão de horizontes. “Assim, quando nós falamos de nossas collabs, a gente sabe que vamos atingir mais do que o fã de eSports. Vamos extrapolar, e através destas marcas, podemos angariar novos fãs, que vão conhecer o nosso ecossistema, conhecer a Team Liquid“.

Junior Candido

Conto a história dos videogames e da velocidade de ontem e de hoje por aqui! Siga-me em instagram.com/juniorcandido ou x.com/junior_candido

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