Análise Arkade – Uncharted: Legacy of Thieves Collection leva os ladrões para o PC

18 de outubro de 2022
Análise Arkade – Uncharted: Legacy of Thieves Collection leva os ladrões para o PC

A coletânea dos dois games da franquia Uncharted lançados na era do PlayStation 4, que foi remasterizada para o PS5 está oficialmente chegando aos PCs. Com isso, uma nova leva de jogadores poderão ter acesso pela primeira vez aos dois últimos capítulos da franquia: Uncharted 4 A Thief’s End e o spin-off The Lost Legacy.

Tendo basicamente as mesmas melhorias vistas na versão de PlayStation 5, Uncharted: Legacy of Thieves Collection não é uma remasterização pensada exclusivamente para os PCs. Mas segue a leva de relançamentos da Sony para fora dos consoles de mesa, assim como foi feito com Marvel’s Spider-Man Remastered e God of War. Vamos dar uma olhadinha em como é jogar Uncharted nos PCs nessa análise!

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Começando pelo fim

Antes de mais nada, é importante dizer que talvez a escolha de lançar no PC somente os dois últimos games de Uncharted seja um tanto questionável. Isso porque não temos o início de um novo capítulo da franquia, ou um reboot, como foi o caso do God of War de 2018. Nem muito menos é uma franquia isolada como foram os lançamentos de Death Stranding e Days Gone.

Em Uncharted, principalmente falando do quarto game da franquia, um jogador de primeira viagem pode ficar um tanto perdido quanto aos personagens, plot twists e referências que o game faz a momentos anteriores da franquia. É uma história independente, mas boa parte daqueles personagens foram apresentados ao longo de três jogos anteriores. Já Uncharted: The Lost Legacy funciona um pouco melhor nesse quesito, por se tratar de uma história paralela, que transforma coadjuvantes em protagonistas.

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Entretanto, fica um gostinho meio insoso uma vez que no próprio PlayStation 4 temos a coletânea Uncharted: The Nathan Drake Collection, que reúne justamente os três primeiros games da franquia, que brilharam bastante na geração PlayStation 3. Talvez eles sejam disponibilizados em algum momento (ou não), mas por enquanto, os PC gamers recebem uma experiência um tanto desfalcada.

No que tange a escolha dos dois últimos capítulos de Uncharted para serem lançados para o PC, talvez um bom motivo para serem eles os primeiros seja justamente o visual. A Thief’s End e Lost Legacy são títulos incrivelmente exuberantes e que possuem cacife para brilhar muito nas máquinas mais potentes. Já a trilogia original, mesmo que remasterizada para o PS4, entrega bem mais a sua idade (afinal, o primeiro jogo é de 2007). Talvez um trabalho de atualização visual, como o feito no recente The Last of Us Part 1 possa vir a calhar para um futuro relançamento.

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Aventuras de peso

Entretanto, para além das questões relacionadas a escolha dos títulos de estreia da franquia Uncharted no PC, temos dois excelentes games com histórias estupendas. O primeiro deles, Uncharted 4: A Thief’s End, como o próprio título sugere, é o fim da história de Nathan Drake como aventureiro e caçador de relíquias.

Começando a história já em um momento após o encontro de Nathan Drake com seu irmão, Sam, ambos estão em busca de mais um tesouro lendário, dessa vez, uma herança de piratas perdido no Caribe, onde eles precisam se infiltrar em uma prisão para encontrar mais pistas.

Porém, a história se mostra muito mais complexa do que aparenta, o que coloca Nate numa sequência de ação frenética, com fugas mirabolantes, perseguições insanas e momentos cinematográficos ao lado de personagens marcantes da franquia como Sully Elena.

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Já em Uncharted: The Lost Legacy a antiga parceira de Drake. Choe Frazer, precisa unir forças com Nadine Ross (que era uma “vilã” em Uncharted 4) para buscar uma cidade perdida nos confins da Índia. Essa cidade guarda outro tesouro lendário: a Presa de Ganesha, um artefato místico que, segundo profecias, pode colocar o mundo em risco se cair em mãos erradas.

Porém, assim como acontece em Thief’s End, isso é só o plot inicial de Lost Legacy, uma vez que a trama vai se complicando cada vez mais. Ambos os enredos não são “dignos de Oscar”, mas têm muitos momentos épicos, reviravoltas e momentos de tensão.

Acho muito legal a comparação que o nosso amigo Rodrigo Pscheidt faz em sua análise da versão PS5, quando diz que a franquia Uncharted é como se fosse um grande (e bom) filme de Sessão da Tarde. Isso, pra mim, é justamente o que faz Uncharted ser tão bom: seu jeito cativante e despretensioso de contar histórias.

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As melhorias já conhecidas da coletânea

Antes de falarmos das melhorias exclusivas da versão de PC de Uncharted: Legacy of Thieves Collection, acho importante citarmos aqui as melhorias que a coletânea já possuía em sua versão de PS5. Isso porque esse combo foi lançado originalmente no início do ano, já com a pretensão de chegar aos PCs, o que fez a versão de PS5 ter vários elementos que, mais tarde, seriam relevantes nessa nova plataforma.

O game possui compatibilidade com a resolução 4K nativa, com taxa de quadros em 30 fps (chamado no PS5 de modo desempenho), com a possibilidade de configurações mais focadas no desempenho, dando uma resolução dinâmica ao game para alcançar os 60 fps, além de poder oferecer 120 fps em um monitor compatível.

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Além disso, o áudio também recebeu melhorias na versão de PlayStation 5 que chegam aos PCs de forma bem semelhante. A tecnologia de áudio 3D que fora novidade no PS5 também está inclusa na versão de PC — desde que por meio de headphones ou equipamentos compatíveis. Além disso, todos os sistemas e sensores do Dualsense são compatíveis com essa versão de PC também, para quem tiver o controle do PS5 para jogar em casa. Por que alguém teria um controle de PS5 sem ter um PS5? Sei lá, mas vai que, né?

O potencial de Uncharted nos PCs

Agora vamos ver o que a versão de PC traz para além dos consoles. Bom, a começar pela otimização gráfica, temos melhorias na qualidade de vida com foco exclusivo no PC. A interface de usuário foi refeita, possui controles deslizantes de escala, detecção automática de GPU e VRAM e velocidade de carregamento variável. 

Além do 4K nativo que já estava presente na versão de PS5, a versão PC chega com compatibilidade total para monitores ultrawide, além de diversos recursos de ajuste gráfico projetados para PC e bem mais especificados do que os dos consoles. Elementos já conhecidos para jogadores de PC — como ajustar manualmente texturas, qualidade do modelo, filtragem ansiotrópica, sombras, reflexos, oclusão de ambiente, entre várias outras coisas.

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A jogabilidade também foi repensada, com controles adaptados para teclado e mouse, além da possibilidade já citada de jogarmos usando o Dualsense e a compatibilidade com a maior parte dos controles disponíveis no mercado que sejam compatíveis com Windows. Mas o mais interessante nesse quesito talvez seja a possibilidade de remapear os controles, o que possibilita configurações personalizadas juntamente com o bloqueio de ícones de controle e opções de ignorar entrada.

Por último mas não menos importante, temos a possibilidade de aumento na taxa de quadros através da AMD Fidelity FX Super Resolution 2, tecnologia de upscaling temporal que já é carta marcada nos games de maior potencial no PC. Isso porque essa tecnologia usa algoritmos justamente par aumentar a taxa de quadros e oferecer experiências de jogo de altíssima qualidade. Mas claro que isso só fará diferença em computadores com as maiores configurações possíveis compatíveis com a tecnologia da AMD.

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Mais duas ótimas empreitadas da Sony nos PCs

Por fim, na conta final temos dois excelentes jogos da franquia Uncharted que já estavam deslumbrantes no PS5 e conseguem ficar ainda ainda melhores nos PCs — dependendo da sua máquina, claro. A franquia Uncharted como um todo é excelente para uma gama bem ampla de público: agrada amantes de histórias, amantes de jogos de tiro em terceira pessoa, amantes de puzzles, ou de aventuras e jogos de ação. Além é claro dos mais ávidos por experiências cinematográficas nos games.

A chegada de Uncharted nos PCs pode não estar começando do jeito que seria o mais lógico, pois traz o herói no fim da sua jornada para só depois (quem sabe) nos mostrar o início tudo. Porém, como um bom filme de Sessão da Tarde, você não precisa necessariamente ver tudo em ordem para gostar da experiência.

A qualidade dos jogos em si, individualmente, compensa. No fim das contas, a chegada de Uncharted: Legacy of Thieves Collection aos PCs é uma ótima pedida para novos jogadores conhecerem/experimentarem esta grande franquia.

Uncharted: Legacy of Thieves Collection foi lançado inicialmente para PS5 em janeiro desse ano, e chega aos PCs amanhã, dia 19 de outubro de 2022 tanto pela Steam quanto pela Epic Games. Para esta análise rodamos o game em um notebook gamer com processador i5-9300, 24GB de memória, placa de vídeo GTX 1650 (4GB) e SSD M2-2280 de 512gb.

Gilson Peres

Gilson Peres é Psicólogo, Mestre em Comunicação e aqui no Arkade fala principalmente sobre Realidade Virtual, jogos de PC e novas tecnologias desde 2019.

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