Duas semanas depois, como ficou o Koo no Brasil?
Cerca de duas semanas atrás, foi decretado uma espécie de “apocalipse” no Twitter, devido a mais uma polêmica ocorrida desde a compra da rede por Elon Musk. Como forma de buscar uma nova rede com características semelhantes, com todos dispostos a “xingar muito”, uma rede lá da Índia foi encontrada: o Koo.
Sendo uma rede social recente, com cerca de dois anos de vida, já é o segundo maior microblog do mundo, contando com uma grande presença de indianos, um povo que, assim como o brasileiro, adoram uma rede social. Os brasileiros encontraram a rede social, abriram mais de dois milhões de contas novas, ENCHERAM as redes sociais de piadas óbvias por causa do nome da rede, e colocaram os funcionários do Koo para trabalhar, para atenderem novas demandas e até traduzirem o aplicativo para o português.
Ainda criaram perfis direcionados ao público brasileiro, com interação e conexão a influenciadores que, como bem sabemos, são quem trazem os usuários para a rede. Felipe Neto, por exemplo, que teve seu perfil invadido, corrigido, invadido de novo e corrigido outra vez, arrebatou 650 mil seguidores por lá em apenas 5 dias de “conta nova”.
Agora, passados duas semanas desta história toda, o Koo já conta com uma presença maior no Brasil, o que inclui uma assessoria de imprensa. E dados sobre a plataforma foram divulgados. Desde 18 de novembro, quando o aplicativo foi lançado oficialmente em nosso país, os brasileiros registraram mais de 4 milhões de Koos (como se chamam os “tweets” por lá), 40 milhões de seguidores, 20 milhões de koortidas (sim, traduziram as curtidas desse jeito), e 8 mil verificações (que por lá não é azul e sim amarelo).
Mas, passado o “fogo no hype”, que é quando as pessoas aderem a algo sem nem saberem o que estão fazendo direito, o desafio do Koo é se manter relevante e construir uma comunidade de usuários no Brasil. Aprameya Radhakrishna, Co-Fundador e CEO do Koo, comentou sobre a presença de Ronaldinho Gaúcho, uma das figuras mais famosas do Brasil no exterior, na plataforma:
“Nossa missão é unir o mundo, apesar das barreiras linguísticas, assim como num mundial de futebol. Os seguidores de Ronaldinho espalhados pelo mundo agora poderão interagir com ele no idioma de sua escolha – usando nossos recursos exclusivos. Koo como uma plataforma que permite que personalidades se comuniquem com seus seguidores em sua língua materna usando nossos recursos exclusivos, incluindo Multi Lingual Kooing”
O Koo também deixou claro que agora irá adicionar mais idiomas, para atender mais países. E seu CEO vê a adesão de famosos em sua plataforma como uma boa oportunidade para expandir o alcance, construindo a comunidade citada anteriormente:
“É emocionante ver uma das maiores lendas do futebol se juntar a Koo sabendo da paixão que os brasileiros têm por esse esporte. O calor e o amor com que o Brasil nos recebeu é gratificante. Centenas de celebridades e milhões de usuários se juntaram a nós em poucas horas após o lançamento. Conectar pessoas em sua língua nativa é uma coisa muito poderosa e estamos entusiasmados em seguir em frente para cumprir nossa missão de unir o mundo, apesar de todas as barreiras linguísticas.”
Eu estou no Koo há cerca de duas semanas. Se você tiver conta no app e quiser me seguir por lá, é só seguir este link. O que senti, nos primeiros dias, foi um ar de “novidade”, com muitos tentando desbravar os recursos do aplicativo, que até são interessantes. Por lá, por exemplo, dá pra incorporar um vídeo do Youtube de forma direta, assistindo ao conteúdo direto no aplicativo. Também há um botão onde se compartilha direto pelo WhatsApp.
Seu uso é simples e a rede, aparentemente, não se conecta por assuntos, mas sim por pessoas. Pois na linha do tempo se aparece tudo o que as pessoas que você segue curtem, mas não há, pelo menos por hora, uma curadoria por assuntos. Tanto que logo de cara, você não tem nenhuma interação com indianos, usuários máximos da plataforma, como se estivessem em “outra dimensão”.
Também senti um ar de construção de comunidade. É fato que muitos usuários que abriram conta por lá não vão produzir tanto conteúdo, enquanto já existem diversos perfis dedicados apenas ao “sigo de volta”, mas os que ficaram, percebo que estão focados em interagir com pessoas com assuntos em comum, transformando a rede em um espaço alternativo, como se fosse uma casa no interior quando o usuário quiser fugir do caos das grandes metrópoles das grandes redes sociais.