Dez jogos que fazem dez anos em 2023
2023 chegou e, com ele, a certeza de que estamos ficando velhos. Uma grande prova disso é que games que jogávamos “ainda ontem”, estão completando uma década de vida. Sabe o The Last of Us original? Pois ele foi lançado para o PS3 há exatos dez anos atrás. Assim como o PS4 e o Xbox One, que iniciariam neste ano a nova geração de consoles, enquanto o Wii U já “sambava” após um lançamento esquisito.
Também foi em 2013 que a Telltale dava grandes passos com seus games de The Walking Dead e The Wolf Among Us. Isso sem falar em GTA V, que completa uma década de vida, enquanto os fãs estão cada dia mais ansiosos por novidades de um GTA VI que, até agora, não tem grandes informações.
Dito isso, vamos relembrar dez games que completam dez anos em 2023, para lembrarmos, juntos, o quanto estamos ficando velhos, e como o tempo passou, literalmente, voando. Só lembrando, para garantir que começaremos o ano sem comentários do tipo “faltou jogo A” ou “jogo B”: isso não é um Top 10. Só estamos lembrando de jogos de dez anos de vida. Se tiver outro jogo que ache legal comentar, a área de comentários pode “continuar” nosso conteúdo. Diga lá qual o seu jogo preferido de 2013!
The Last of Us
Até 2013, a Naughty Dog era uma parceira importante da Sony, com a franquia Uncharted, que rendeu três games para o PS3. Mas a “casa de Crash Bandicoot” resolveu dar um passo a mais e lançar um game que levaria o console para o seu máximo, além de criar uma franquia que lidava com temas mais sérios e trazia mais profundidade em relação ao ambiente “Sessão da Tarde” das aventuras de Nathan Drake: era The Last of Us.
A história de Joel e Ellie agradou pela beleza de detalhes, mas também por “criar” o conceito de “jogos de pai triste”, algo que a indústria (especialmente a própria Sony) exploraria nos próximos anos, além de ampliar o potencial de jogos de narrativa, outra iniciativa que a Sony exploraria ao máximo em seus exclusivos pelos próximos dez anos.
Relembre o game com a nossa review daquela época!
Splinter Cell: Blacklist
Sim, Sam Fisher está “desaparecido” há dez anos. Blacklist foi lançado em 2013, e foi a última aparição do agente em um game Splinter Cell, embora um remake do primeiro jogo esteja em desenvolvimento. Blacklist continua a história onde Conviction parou. Mas aquela aura mais “crua” do game de 2010 trouxe uma ação mais “seriado de ação” para o game, embora o gameplay seja o mesmo, com algumas melhorias.
O principal, que é o gameplay, continua bacana, até hoje. E é uma pena que a Ubisoft, nestes dez anos, não soube o que fazer com seu agente secreto, em uma época na qual a publisher francesa investiu sem dó nem piedade em jogos de mundo aberto, com Assassin’s Creed, Watch Dogs ou Far Cry. Até o jogo de corrida da empresa, o The Crew, ou o jogo de esportes radicais, de Steep a Riders Republic, são “mundo aberto”. Um mundo onde Sam Fisher não poderia “viver”.
Mas, quem sabe, nos próximos dez anos a Ubisoft enfim encontre lugar para o Sam, com este remake servindo de termômetro para demonstrar o interesse dos fãs no personagem.
Relembre com a gente o game com o review de 2013.
BioShock Infinite
Uma das histórias mais esquisitas (e interessantes) da história dos videogames completa dez anos também. Bioshock Infinite tira a série das águas de Rapture para os céus de Columbia, em um game extremamente interessante, bem feito e que merece ser jogado até hoje. Ken Levine e sua Irrational Games conseguiram exponenciar o potencial de Bioshock, com uma aventura grandiosa.
Mas, assim como Sam Fisher, Bioshock passou uma geração inteira sem um jogo novo. As expectativas estão no próximo game, mas que ainda conta com pouquíssimas informações.
Relembre o game aqui, na review de dez anos atrás!
Tomb Raider
Você lembra quando viu a carinha de uma jovem Lara se olhando no espelho de um navio? A qualidade visual da época chocou muita gente, assim como o reboot, que resolveu transformar a “mulherona confiante exploradora de aventuras” em uma jovem que apesar de inexperiente, precisa se mostrar como uma casca-grossa enquanto explora antiguidades e lida com inimigos mortais.
O reboot de Tomb Raider agradou demais, ao levar os conceitos do game para um novo patamar, trazendo uma “nova” Lara Croft que conseguiu se identificar com os jogadores mais do que a personagem original, e ainda rendeu uma brilhante trilogia, com jogos muito bonitos e divertidos.
Relembre a volta da Lara aqui com a gente!
Batman: Arkham Origins
Em 2013, a série Batman Arkham era uma das mais importantes do mundo dos games. Origins dá sequência para este sucesso, mas sem a excelente mão da Rocksteady. Querendo “explorar” mais o universo, a Warner não quis esperar Arkham Knight, que chegaria em 2015, e acabou fazendo ela mesma uma aventura que contaria mais sobre os primeiros dias do Morcego no universo Arkham, para mostrar a ligação original do herói com inimigos como Bane e, principalmente, o Coringa.
Na base do “olha pro caderno do amigo do lado e copia a lição”, a WB Montreal não comprometeu, entregando um jogo com o mesmo gameplay e conceitos dos Arkham originais, mas ainda assim ficou faltando “sal”, sabe? O sal em questão, era o talento da Rocksteady, que conseguiu criar a melhor série de jogos de herói de todos os tempos. Ainda assim, é um game divertido, porém esquecido, já que nunca saiu do PS3 e Xbox 360 (além do PC), não ganhando remaster nem nada do tipo posteriormente.
Relembre aqui essa aventura do Morcegão.
God of War: Ascension
Antes de Kratos se tornar pai de família, tomar conta de criança enquanto fatia criaturas e lutar com Thor, ele ainda tinha que resolver assuntos com os deuses gregos. Nesta aventura, a Sony Santa Monica quis acrescentar certa profundidade ao personagem. Para isso, ela revisitou o conturbado passado de Kratos, pouco depois do fato que determinou todo seu futuro rancoroso: a morte (pelas suas próprias mãos) de sua família.
Ascension marcaria o fim das aventuras de Kratos pela Grécia, uma vez que, em 2018, o Deus da Guerra faria sua estreia em um novo mundo, no conhecido reboot que levaria o personagem para o mundo nórdico, com história, personagens e mitologias conectadas com este local.
Relembre este clássico com Kratos aqui
Beyond: Two Souls
A Quantic Dream, naqueles dias, já tinha impressionado com Heavy Rain, garantindo sucesso em um nicho de pessoas que curtem jogos narrativos, mas ainda era uma incógnita, quando o assunto era saber o que eles poderiam fazer com mais recursos. Detroit ainda demoraria mais para chegar, mas Beyond: Two Souls, garantiu ao mundo que o estúdio francês não era um estúdio de “um jogo só”.
Beyond tinha cara de cinema, com Ellen Page e Williem Dafoe “estrelando” a história de Jodie, uma garota com poderes paranormais que, como todos os jogos do estúdio, tem sua narrativa desenrolando a partir de ações e decisões do jogador. A história era “espalhada”, com partes da vida de Jodie, da infância à vida adulta, sendo apresentados dia após dia, algo que foi “corrigido” na versão de PS4, mas ainda assim agradou os fãs do gênero.
Uma coisa legal, inclusive, remete aos tempos que o pessoal queria usar os celulares como “controles complementares” dos games, algo que já não existe mais. Neste caso, o celular servia para controlar a “segunda personagem” do game, e funcionava bem, até. Vem relembrar o jogo com a gente!
Metal Gear Rising: Revengeance
Em 2013, a Konami já queria explorar um pouco mais Metal Gear Solid, indo para caminhos bem diferentes dos escolhidos por Kojima. Já sabíamos que Metal Gear Solid V estava a caminho, embora sem ter ideia direito do que viria, e sem saber que este seria o último jogo da “parceria” Kojima/Konami, já que o designer, após uma saída extremamente conturbada, fundaria seu estúdio independente para tocar Death Stranding.
Voltando para Raiden, a Konami resolveu dar uma “segunda chance” ao protagonista de Metal Gear Solid 2, explorando suas características cibernéticas pós-MGS4 para “aproveitar” a ascensão do hack n’ slash e trazer um jogo frenético, o oposto completo do que Metal Gear representa. Mas, felizmente, ignorando toda a tentativa de continuar a série após Metal Gear Solid 4, o game conta com a competência da Platinum, que entregou um game muito bom, dentro do que propõe.
Relembre o açougue de Rainden com a gente.
The Wolf Among Us
Lembra quando avaliávamos jogos como uma série de TV? Era culpa da Telltale, que entregava seus games em episódios assim como sucessos da época como Breaking Bad ou Game of Thrones. Inclusive, era uma época “pré-Netflix“, onde os fãs ainda esperavam o “episódio da semana”, ao invés do formato de “tudo duma vez” que a plataforma implementou depois.
Entre vários bons games que a companhia lançou, The Wolf Among Us é mais um deles. Era uma adaptação dos quadrinhos de Bill Willingham, que funcionava como prequela. Foram cinco episódios que representam bem os bons dias em que se esperava também por episódios de games.
Relembre a série, quer dizer, game, aqui com a gente.
GTA V
Por fim, um dos games mais importantes da história completa dez anos de vida em 2023. GTA V chegou prometendo amplificar tudo o que a série já havia começado em 2008, com GTA V. Assim como seu antecessor, o game também contou três histórias, mas ao invés de lidar com elas com uma história principal e duas DLCs, desta vez três protagonistas foram incorporados, vivendo uma aventura conjunta.
O game chegou primeiro para PS3 e Xbox 360, mas logo em seguida recebeu versão para a “nova geração” da época, o PS4 e Xbox One (além do PC), com algumas melhorias. E ainda receberia, nove anos depois, uma nova versão aproveitando os recursos de PS5 e Xbox Series X|S. Mas o que fez com que GTA V realmente se tornasse um fenômeno, se tornasse em um dos games mais vendidos de todos os tempos, e se tornasse “imortal” em uma indústria desesperada por lançamentos e novidades, foi o seu modo online.
O modo online condensou, com maestria, o que 90% dos jogadores de GTA mais gostam de fazer: tocar o terror nas ruas dos games, sem nenhum compromisso com histórias ou realismos. Era possível, enfim, fazer o que desse na telha, junto com amigos e desconhecidos. Tal sucesso fez com que a Rockstar mudasse toda a sua estratégia. Pois, nos anos 2000, tivemos cinco games da série na “geração PS2“, enquanto GTA IV, embora seja um jogo isolado, ainda contou com duas boas DLCs, além do Chinatown Wars, para consoles portáteis. Mas o quinto game, funcionou bem sozinho, por toda essa década.
Hoje, 170 milhões de cópias vendidas depois, GTA V é, além de um sucesso atemporal, um exemplo raríssimo de game que se mantém relevante, atualizado e é comprado por jogadores dez anos depois, em uma indústria (e mídia também, vamos confessar) totalmente ansiosa, desesperada por novidades e que trata jogo de dois meses como algo velho.
Enquanto não sabemos muito de GTA VI, vem relembrar o GTA V com a gente!