Você sabia que o Superman, depois da tragédia do N64, quase tentou a sorte no PlayStation?
Em um universo cheios de opiniões e as mais diversas opiniões como o dos games, há sim espaços para consensos. E um deles é óbvio: a de que o Superman de Nintendo 64 é um dos piores games de todos os tempos, senão o pior jogo já feito. O game tinha praticamente tudo o que um jogo não poderia ter e oferecia uma experiência bizarra ao viver o herói em sua aventura 64-bits.
O jogo era tão bizarro que além de seus bugs e falhas que já naquela época não eram comuns, ainda contava com um design de fases duvidoso, com missões que fizeram Superman voar por argolas, no melhor estilo Star Fox, com a diferença de que na aventura espacial da Nintendo, tal recurso funciona.
O game foi desenvolvido pela Titus Software e foi bombardeado pela crítica da época. E olha que nos anos 90, a mídia gamer era extremamente empolgada com os lançamentos, não tendo o mesmo “rigor” que temos atualmente. Ou seja, se “tudo era bom” naquela época, menos o game do Superman, é porque ele era realmente ruim.
Entretanto, o que nem todo mundo sabe, embora já apareceram boas informações a respeito, é que a Titus não estava satisfeita em bombardear o Nintendo 64, e queria também bombardear o primeiro PlayStation, em uma versão do jogo que, felizmente (ou infelizmente, dependendo do ponto de vista), nunca foi lançado.
O game, que seria lançado em 2000, foi cancelado, e pelo o que parece, seria o mesmo game do Nintendo 64, com as devidas mudanças para rodar no console da Sony. Algo que outros games contemporâneos fizeram, quando disponibilizavam versões para os dois consoles.
Mas, por incrível que pareça, o jogo está disponível. Mas não por meios oficiais, é óbvio. Na verdade, quem tem “culpa no cartório” é Richard Evan Mandel, que divulgou um pouco desta história DevianArt, explicando um pouco da situação, quando publicou o game em meados de 2020.
Frank Cifaldi, fundador e co-diretor da Video Game History Foundation, uma organização dedicada a preservar a história dos videogames, também ajudou a esclarecer esta situação. Cifaldi explicou, na época da chegada do game, que tal versão foi feita pela BlueSky Software, uma subsidiária da Titus.
Ainda de acordo com Cifaldi, o game não foi lançado por causa do fim da licença que a Warner Bros. havia concedido à Titus. Podemos imaginar que o processo problemático da versão de Nintendo 64 tenha atrasado todo o processo, o que inclui o port de PlayStation. O tempo passou, a licença expirou, e o game nunca viu a luz do dia.
Mandel, que disponibilizou o game, explicou que conseguiu a cópia do game em 2013, quando também conseguiu adquirir uma build 40% pronta do famoso Resident Evil 1.5, a versão cancelada do que seria o Resident Evil 2. Na época, ele não tinha muita ideia da importância histórica do game, achando apenas que era “um jogo muito ruim”.
Mas, ao descobrir a importância e o interesse de muitos pelo jogo, muito por causa de seu resultado desastroso no Nintendo 64, ele até tentou trocar esta cópia por uma build mais completa de Resident Evil 1.5. Como não conseguiu, disponibilizou a ROM gratuitamente para quem quiser baixar e testar.
Se tiver interesse, basta visitar o Internet Archive e baixar a ROM do game, com o protótipo datado de junho de 2000. A ISO roda em qualquer emulador de PlayStation disponível, ou se você quiser ir “mais longe”, pode gravar um CD e rodar o game no videogame original.