Power Rangers: Agora e Sempre é um “episódio dos anos 90”, e por isso é bem legal!

25 de abril de 2023
Power Rangers: Agora e Sempre é um "episódio dos anos 90", e por isso é bem legal!

A Netflix foi a responsável por disponibilizar a reunião dos Power Rangers, que celebra os 30 anos da primeira exibição, da primeira formação. E, no final, o que foi entregue me agradou muito pois, em dias onde tudo tem que ser “épico”, a escolha da direção foi bem simples: fazer do especial “um episódio a mais”. Ou seja, seguir a história assim como eram nos anos 90.

Mesmo os elementos considerados mais “pesados” por aqui são tratados com leveza e serenidade. Até porque tal assunto só foi tratado no especial para se encaixar na merecida homenagem à Thuy Trang, a eterna Trini, que faleceu em 2001. Muito foi falado sobre a falta de homenagem à Jason David Frank, o Ranger Verde / Branco que faleceu no ano passado, porém o especial havia sido gravado antes de sua passagem. De qualquer forma, ele é sim lembrado no final, junto de Thuy.

Power Rangers: Agora e Sempre é um "episódio dos anos 90", e por isso é bem legal!

Mas, de alguma forma, todos os personagens originais foram citados, incluindo Jason (vivido por Austin St. John, mas que no momento se encontra preso por ser acusado de fraude nos EUA), o próprio Tommy e Kimberly (vivida por Amy Jo Johnson, mas que não participou do especial por não chegar a um acordo com a produção, embora apareça em uma homenagem ao final).

No quesito homenagem, a série até que se esforçou, mas não entregou tudo o que o fã queria. Por exemplo, temos a famosa lanchonete de Alameda dos Anjos, os elementos clássicos como os comunicadores ou os morfadores, temos os patrulheiros de barro ou a própria Rita Repulsa, que cumprem bem o papel e matam muita saudade. Também temos o clássico tema, explosões por trás dos personagens e até a famosa sequência da “hora de morfar”.

Power Rangers: Agora e Sempre é um "episódio dos anos 90", e por isso é bem legal!

Mas senti falta de Bulk e Skull (que foram brevemente homenageados por uma pequena referência) e até de Goldar, o braço-direito da vilã que é um dos maiores vilões da franquia. Dar nota nunca foi o meu forte, mas para facilitar o entendimento por aqui, diria que neste quesito, o especial merece uma nota 6,5.

Já na história, quem esperava algo mais “épico”, com certeza se decepcionou. Mas eu gostei, afinal este especial é “mais um episódio” como todos os outros. Ou seja: dane-se o roteiro, a continuidade e os “elementos canônicos”, uma vez que a série original também nunca se preocupou muito com isso. O protagonismo está com Billy (David Yost) e Zack (Walter Emanuel Jones), que fazem uma espécie de elo com o presente com a filha de TriniMihn (Charlie Kersh), que como era esperado, não sabemos quem é o pai.

Power Rangers: Agora e Sempre é um "episódio dos anos 90", e por isso é bem legal!

E nem precisamos do DNA do Ratinho para saber, afinal de contas o enredo nem faz questão de falar sobre isso. Assim como nos anos 90. O que temos de saber é que Mihn vive a sua própria jornada, sob a guarda dos amigos de sua mãe, e que isso faz um elo entre o hoje e o ontem.

Junto com algumas homenagens e este roteiro deliciosamente noventista, que se desenvolve com o dane-se ligado para conexões e “ligas de roteiro” tão discutidas nas produções envolvendo heróis atualmente (e que na boa, em alguns momentos até enchem o saco), temos o que um episódio dos anos 90 dos Power Rangers teria para oferecer: momentos de pancadaria, ação, reviravoltas totalmente previsíveis, todos os clichês imaginados em uma história com lição de moral em que os envolvidos aprendem uma lição e o final feliz.

Power Rangers: Agora e Sempre é um "episódio dos anos 90", e por isso é bem legal!

Já se passaram 30 anos, e é natural que o público hoje quisesse ver algo mais “atualizado” em um especial dos Power Rangers, o que poderia significar um roteiro mais robusto, elementos mais amadurecidos e até alguns pontos da trama mais “adultos”. Mas apesar de achar que o trabalho de fan-service (essencial em um especial desta natureza) tenha sido bem limitado, o especial de Power Rangers consegue sim ser algo bem legal.

Não para ser assistido como algo “épico”, cuja palavra já usei aqui três vezes, e que reflete bem as expectativas de muitos em produções desta natureza. Mas para ser assistido como mais um episódio dos Power Rangers, e relembrar um pouco da época em que apenas queríamos ver ação na TV, com nosso achocolatado, e relembrar como era bom os dias em que nós pegávamos qualquer coisa em casa para fingir que havia chegado a Hora de Morfar!

Mas, se você ainda quer um pouco mais de profundidade no universo dos Rangers, aí eu recomendo os quadrinhos da Boom! Studios. Estes sim se aprofundam muito mais na mitologia dos Power Rangers, trazendo muitas questões interessantes e até explicando coisas que o seriado original nunca se importou em esclarecer.

Power Rangers: Agora e Sempre já está disponível na Netflix.

E se quiser algo que tenha a alma dos anos 90, aproveite este mini-game da Hasbro dos Power Rangers, e salve o mundo várias vezes, como nos velhos tempos.

Junior Candido

Conto a história dos videogames e da velocidade de ontem e de hoje por aqui! Siga-me em instagram.com/juniorcandido ou x.com/junior_candido

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