No Twitter, Hideo Kojima reflete sobre como certas previsões de MGS2 e MGS4 viraram realidade
A série Metal Gear Solid, criada por Hideo Kojima, é conhecida mundialmente por muitos motivos diferentes: de como definiu o gênero de stealth action, seus enredos altamente complexos, cutscenes cinematográficas e, nos últimos anos, em como certas previsões feitas nesses games viraram realidade.
Metal Gear Solid 2, por exemplo, mostra como a influência do mundo digital, inteligências artificiais e, acima de tudo, controle de informações e contextos molda o mundo. Uma realidade que vivemos cara a cara hoje em dia, com fake news e desinformações sendo produzidas diariamente, tecnologias de IA que levantam mais e mais discussões sobre ética e “humanidade”, e o próprio controle dos meios digitais.
Metal Gear Solid 4, por outro lado, mostra um mundo diferente, mostrando como esse controle digital acabou sendo expandido para o campo de batalha. No game, vemos um mundo engolido em “guerras por procuração”, em que a guerra deixou de ser sobre conflitos entre países ou grupos, virando uma economia por si só, em que o campo de batalha dita a economia mundial, através de guerras “contratadas”.
O game mostra a proliferação de exércitos privados (as PMCs) e tecnologias de controle do campo de batalha utilizando o meio digital, de drones a veículos não tripulados; o sistema SOP – que controla tudo nas guerras, de IDs, localizações, táticas e equipamentos de soldados, até mesmo suprimindo ou estimulando emoções; e também controlando armas de fogo bloqueadas via ID.
MGS2 was a wake-up call to the digital society, but MGS4 is about the digitalization of the battlefield. Drones, SOPs, personal identification of weapons, weapon laundering, etc. From "humint" to "sigint" to "osint. It is no longer science fiction. https://t.co/KWU8q8xHa4
— HIDEO_KOJIMA (@HIDEO_KOJIMA_EN) April 23, 2023
Kojima refletiu sobre como muitas dessas coisas deixaram de ser ficção e tornaram-se realidade no nosso mundo. Obviamente não a questão de um mundo em que a guerra é o principal motor econômico mundial, mas como a tecnologia digital, controle, manipulação e tratamento de dados realmente se expandiu para além de computadores, e sim, dando vida a armamentos como drones e veículos não tripulados que participam de “guerras encomendadas”. Além, é claro em como a informação hoje em dia possui valor político, monetário e até mesmo bélico.
Ele ainda menciona alguns jargões militares para exemplificar isso, mostrando como o mundo saiu da Humint (Inteligência Humana), para Sigint (Inteligência de Sinais – Coleta de informações via interceptação, além de ser o codinome de um importante personagem de MGS3, responsável pela criação das IAs dos Patriots), chegando finalmente em Osint (Open-Source Inteligente), que é a coleta e acúmulo de informações de meios públicos, como a própria internet.
Os games da série Metal Gear Solid sempre foram bem enfáticos em como o controle é empregado, mantido e expandido, de grupos secretos que controlam governos a IAs de controle a nível global. E não há como negar como elementos imaginados em um game de 2001 e outro de 2008 são impressionantemente tão atuais hoje em dia.
Ah, e só pra não esquecer, Kojima ainda acabou prevendo “sem querer querendo” o isolamento do mundo durante a pandemia da COVID-19 em Death Stranding, lá em 2019!
(Via: PC Gamer)