Veja nossa resenha do filme Capitão América: o Primeiro Vingador

27 de julho de 2011

Veja nossa resenha do filme Capitão América: o Primeiro Vingador

O ciclo que a Marvel criou para introduzir o  filme dos Vingadores está quase fechado: já vimos os filmes do Homem de Ferro, do Hulk e do Thor. Nesta sexta-feira, chega aos cinemas Capitão América: O Primeiro Vingador, filme que é bem divertido, mas apresenta alguns elementos que realmente só ficam bem em quadrinhos ou games.

A trama do filme se passa quase toda na década de 40, onde a origem do icônico personagem acontece. Steve Rogers (Chris Evans) é um garoto mirrado que sonha em ser um soldado. Ele não quer fama ou dinheiro, quer apenas servir seu país, mas seu físico e seu histórico médico não ajudam.

Após tentar diversas vezes sem sucesso ingressar nas forças armadas, Rogers é “descoberto” pelo Dr. Erskine, cientista que está trabalhando em um projeto que promete virar a mesa na Segunda Guerra Mundial: o projeto supersoldado.

Como você deve imaginar, Rogers é o escolhido para ser o cobaia do projeto. Não por seu físico ou suas habilidades, mas por seu caráter. Após passar pelo processo, o anêmico rapaz de 40 quilos vira um enorme brucutu musculoso.

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Enquanto isso, do outro lado da guerra, a Hydra, uma corporação nazista que tem uma queda por ocultismo está atrás de artefatos místicos para criar a arma definitiva. A Hydra é comandada pelo Caveira Vermelha, vilão clássico do personagem  que possui projetos megalomaníacos muito além dos planos de Hitler.

Por se passar na década de 40, o filme possui um visual bem interessante. Certas cenas com os nazistas desbravando catacumbas em busca de artefatos místicos até lembram um pouco a épica série Indiana Jones. Não por acaso, o diretor – o veterano Joe Johnston – ganhou um Oscar de melhores efeitos visuais pelo clássico Os Caçadores da Arca Perdida.

O elenco cumpre bem seu papel,com destaque para Tommy Lee Jones no papel do Coronel Philips e Hugo Weaving (o eterno Agente Smith) como Caveira Vermelha. O mais bizarro é vermos Chris Evans – que já foi o Tocha-Humana nos filmes do Quarteto Fantástico – no papel de Capitão América. Será que estão faltando atores em Hollywood para as empresas precisarem “reciclar” o elenco deste jeito?

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Como nos demais filmes Marvel, a ação (que é bem menos explosiva do que nos filmes de super-herói da atualidade) é intercalada com momentos de humor e uma pitadinha de romance (o affair do bandeiroso é a bela Peggy Carter, interpretada por Hayley Atwell). O tom de humor do filme é ótimo, com diálogos bem sacados e a impagável – e importante – participação de Howard Stark (Dominic Cooper), tão canastrão quanto seu filho, Tony Stark (que no futuro será um tal de Homem de Ferro, conhece?)

A evolução de Rogers do garoto magrelo ao herói é divertidíssima: como o exército não precisa de apenas UM supersoldado, acabam arranjando outras formas para ele contribuir com a causa, e neste ponto vemos o personagem (com uma roupa bem parecida com a dos quadrinhos) protagonizando musicais,  fazendo filmes de TV e dando palestas motivacionais para os soldados. Impagável!

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O que mais incomoda em Capitão América é simplesmente a ideia de que este é um personagem que funciona melhor nas histórias em quadrinhos. Acreditar no que é visto na tela é meio difícil, dado o absurdo da coisa: como um cara que usa uma roupa super colorida e carrega um enorme escudo nada discreto consegue se infiltrar em uma base inimiga sem ser visto?

Aliás, o escudo em si é algo totalmente nonsense: sabemos que ele é como um bumerangue e sempre volta para a mão do herói após ser lançado. Nos quadrinhos e nos games isso é ótimo, mas em um filme é algo que desafia as leis da física (e do bom senso). Ele ricocheteia nas paredes, acerta um ou dois soldados, e ainda assim volta para a mão do Capitão! WTF?!

É realmente esquisito ver um cara vistoso desses liderando um exército. Em determinado momento, o herói faz pose para tacar seu escudo em um soldado inimigo que está escondido em uma árvore. Isso no meio de 50 homens armados! Não seria bem mais simples (e mais coerente) alguém simplesmente sacar uma arma e dar um tiro no sujeito?

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É lógico que todo filme de super-herói foge da realidade, mas cada vez mais eles estão inseridos no nosso mundo real, vide os últimos filmes do Batman, por exemplo. Neste caso, eu sinceramente fiquei com a impressão que o personagem é fantástico demais para se encaixar na vida real. Tanto é que os nazistas “de verdade” não aparecem em nenhum momento e o foco do lado negro permanece na (fictícia) Hydra.

Capitão América é sem dúvida um filme divertido, e como entretenimento cumpre bem o seu papel. Talvez seja eu quem esteja ficando velho e fique reparando em detalhes que nem ligaria há alguns anos atrás. Mas se você é um fã da Marvel e do bandeiroso, certamente vai curtir o filme sem se importar com essas coisas.

http://www.youtube.com/watch?v=E5mU8D94xaQ

Capitão América: O Primeiro Vingador estreia nesta sexta, dia 29 de julho, com cópias em 2D e 3D. Dica: fique até o final dos créditos, ou vai perder uma ceninha secreta!

Nota: 7,0

Rodrigo Pscheidt

Jornalista, baterista, gamer, trilheiro e fotógrafo digital (não necessariamente nesta ordem). Apaixonado por videogames desde os tempos do Atari 2600.

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