Análise Arkade — Granblue Fantasy: Relink representa toda a evolução da franquia
A franquia Granblue Fantasy chega a um novo patamar com o tão aguardado Granblue Fantasy: Relink, um JRPG com mecânicas de hack n’ slash que leva, pela primeira vez no formato de RPG, a franquia aos consoles. Para quem não conhece, Granblue Fantasy seurgiu como um jogo de RPG com mecânicas de gatcha desenvolvido pela Cygames para dispositivos mobile.
A verdade é que o jogo fez um baita sucesso, tanto que rendeu um anime, um jogo de luta chamado Granblue Fantasy: Versus (o qual recebeu uma versão nova no fim do ano passado com o título Rising) e, agora, um JRPG single player completo com mecânicas multiplayer bem interessantes. Com um visual belíssimo, mecânicas de hack ‘n slash básicas e uma tradução interessante de mecânicas de gatcha para o single player, Granblue Fantasy: Relink pode já ser um dos melhores JRPGs do ano.
Um grupo de amigos ao resgate
Antes de mais nada, não vou bancar o especialista por aqui não. Sinceramente, eu não sabia muito sobre a franquia Granblue Fantasy até pegar Granblue Fantasy: Relink para jogar. E isso me fez ficar inicialmente um tanto quanto perdido na história. Na história do jogo, nosso protagonista (que pode ser um homem ou uma mulher) é o capitão de um navio voador repleto de aliados aparentemente fortes.
Para quem já conhece a franquia, aqui terão diversos rostos já conhecidos. Seja do game mobile seja do jogo de luta. Agora se você, assim como eu, não conhece a franquia, pode se sentir um pouco perdido de início, já que presenciamos um grupo já coeso e muito forte de aliado e amigos que aparentemente viveram inúmeras aventuras juntos. Entretanto, tudo começa a dar errado quando Bahamut, uma invocação de uma de nossas aliadas sai do controle misteriosamente.
A batalha épica que serve de tutorial de combate do jogo resulta numa separação parcial do grupo, fazendo com que nosso protagonista acabe se separando dos demais temporariamente. O ataque resultou na destruição de parte da nossa embarcação, o que fez com que ficássemos presos em uma região de ilhas flutuantes cheia de perigos. Mas é só quando uma ceita religiosa misteriosa dá as caras que vemos realmente a história tomando forma.
Por fim, Granblue Fantasy: Relink tem uma história que inicialmente é confusa, mas que se prova interessante no decorres das horas de gameplay. Mesmo que tenha diálogos estáticos e nada naturais, o enredo principal serve de gancho para uma história que, mesmo sendo previsível em diversos pontos, serve de desculpa para correr mundo a fora e enfrentar as hordas de inimigos por diversas ilhas diferentes.
Combates cheios de ação
Granblue Fantasy: Relink não é em sua totalidade um exímio exemplo de um jogo criativo, mas digamos que ele bebeu das fontes certas para construir a sua estrutura de gameplay. Afinal, se você experimentou a demo do jogo disponibilizada no início do ano, não é surpresa compará-lo com Tales of Arise ou até um pouquinho do combate de Final Fantasy XVI aqui e ali.
Tal qual a franquia Tales of, Granblue Fantasy: Relink traz combates baseado em ação com mecânicas de hack ‘n slash que tornam a jogatina viciante. Os combates são rápidos e cheios de habilidades poderosíssimas tanto dos seus personagens quanto dos inimigos. Como todo bom JRPG, você joga com um time de quatro personagens, controlando apenas um deles e deixando os demais a cargo da IA. Claro que existe a opção multiplayer online para até quatro pessoas, substituindo seu time.
Porém, cada persoangem possui até quatro habilidades ativadas que podem ser tanto buffs para o time como ataques devastadores contra inimigos em área. Além disso tudo, existem também esquivas em tempo certo, possibilitando uma lentidão momentânea ao inimigo e também mecânicas de cinergia entre os personagens do seu time, que podem fazer combos durante a porradaria e inclusive lançar especiais em conjunto.
Todas essas mecânicas eu diria que são a alma de Granblue Fantasy: Relink, já que a maior parte da jogatina você passará nesses combates cheios de ação e adrenalina. Entretanto, é na luta contra chefões que nós vemos todo o real potencial do jogo. Até os bosses iniciais que enfrentamos durante a aventura já nos garantem lutas épicas cheias de mecânicas diferenciadas, habilidades únicas por parte dos chefes e um nível de dificuldade gratificante e bem equilibrado.
Qual personagem escolher?
Mas o que seria dos combates sem uma boa variedade de personagens para escolhermos, não é mesmo? E é aqui que Granblue Fantasy: Relink encontra suas origens do mobile. Isso porque, para além dos quatro personagens os quais podemos utilizar e trocar durante a jogatina, nosso grupo possui muitos outros tanto já disponíveis durante a história quanto também alguns que são liberados no decorrer da jogatina.
Além dos personagens da história principal, temos também uma mecânica de contrato a qual nos permite chamar para o nosso time personagens conhecidos da franquia Granblue Fantasy mas que não necessariamente fazem parte da história principal. Essa mecânica é bastante interessante pois consegue traduzir um pouco da parte “boa” dos gatchas de celulares para um jogo singleplayer.
Afinal, precisamos dos contratos (um item difícil de se conseguir) para ir liberando personagens extras. Esses personagens possuem árvores de habilidade próprias, equipamentos e características únicas que podem ou não ter sinergia com outros personagens que já utilizamos em nosso time. Isso é bacana pois dá a sensação de colecionismo ao administrarmos nada menos que até vinte personagens na aventura báscia do game.
Porém, é importante ressaltar que nem tudo são flores nessa tradução de uma mecânica tão conhecida dos games mobile para um jogo single player. Isso se dá por conta de um certo desbalanceamento entre os personagens básicos da aventura e aqueles que liberamos por contrato. Sendo esses últimos muito mais poderosos e até mais esteticamente chamativos do que os personagens principais da trama. O que pode causar um desinteresse pela trama e por seus protagonistas.
Um show de luzes, cores e som
Importante ressaltar também que Granblue Fantasy: Relink não é um jogo de RPG em mundo aberto, como vemos por exemplo em Tales of Arise. Na verdade, o game em seu modo história é bastante linear. Mas isso não o impede de ser belíssimo e cheio de detalhes em um mundo chamativo e repleto de cores.
Seus combates, como eu comentei antes, são cheios de efeitos de luzes e literalmente uma explosão de cores em tela. É admirável o trabalhos que o pessoal da Cygames quanto a otimização, já que o jogo também está disponível para PS4.
Mas a otimização é somente a cereja do bolo aqui, já que com cores muito vivas, um espetáculo de luzes, taxas de quadro bem elevadas no PS5 e músicas orquestradas belíssimas, Granblue Fantasy: Relink definitivamente é um game para se jogar na maior tela possível.
Como se não bastasse, falando especificamente do PlayStation 5, ainda temos uma integração bem competente do jogo com a tecnologia disponível no Dualsense, usando tanto os gatilhos adaptáveis quanto os sensores detalhistas do controle.
Um JRPG pra jogar e jogar
Granblue Fantasy: Relink é um JRPG moderno com mecânicas mescladas de outros gêneros que cabem muito bem na aventura que o jogo proporciona. Sua campanha de cerca de 20h de duração nem de longe é proporcional ao que vemos em outros games do gênero, mas a própria Cygames garante que tem planos de dar continuidade ao conteúdo do título por bastante tempo, garantindo um conteúdo pós-game atualizado e até novos personagens com o tempo.
Na prática, temos em mãos um JRPG que não foge do básico que o gênero proporciona. Na verdade, em suas mecânicas mais comuns como crafting de itens e árvores de habilidades, é um título bastante básico. Entretanto, é na sua gameplay que ele mais agrada, trazendo combates estupendos e uma excelente variedade de personagens que tornam a aventura durante as dezenas de horas de conteúdos já disponíveis valerem a pena.
Granblue Fantasy: Relink será lançado oficialmente no dia 01 de fevereiro de 2024, e estará disponível para PlayStation 4, PlayStation 5 e PC (via Steam). O game se encontra totalmente legendado em pt-br, com áudios em inglês ou japonês.