Hamilton encara ida para a Ferrari como um “novo desafio”
O mundo (e não só o da Fórmula 1) recebeu uma notícia histórica. Após mais de 10 anos na Mercedes, Lewis Hamilton surpreendeu ao anunciar sua saída da equipe pela qual venceu seis de seus sete títulos mundiais ao término da temporada de 2024 e anunciou sua mudança para a Ferrari a partir de 2025. O heptacampeão mundial comunicou sua decisão no final da tarde por meio de um comunicado conjunto com sua atual equipe.
Na breve declaração, Hamilton destacou a importância da equipe onde competiu em mais de 200 corridas, venceu em 82 ocasiões e conquistou seis títulos da Fórmula 1. O piloto inglês também ressaltou sua longa associação com a Mercedes, desde os primeiros anos de sua carreira no automobilismo, quando ele corria na McLaren com motores da Mercedes, com apoio da montadora alemã em sua carreira desde o início e lhe proporcionou a primeira oportunidade no grid da Fórmula 1.
“Foram 11 anos incríveis com esta equipe, e estou orgulhoso do que alcançamos juntos. A Mercedes tem sido parte integrante da minha vida desde os 13 anos. Foi o lugar onde cresci, tornando esta uma das decisões mais difíceis que já precisei tomar. No entanto, sinto que é o momento certo para essa decisão, e estou ansioso para enfrentar esse novo desafio”, afirmou Hamilton.
“Sou eternamente grato pelo incrível apoio da família Mercedes, especialmente de Toto Wolff, por sua amizade e liderança. Quero encerrar essa parceria em alta. Estou 100% comprometido em oferecer o melhor desempenho possível nesta temporada para tornar meu último ano na Mercedes inesquecível”, completou o piloto.
A saída de Hamilton já vinha sendo cogitada há algum tempo. Em 2023, surgiram rumores (fracos, na ocasião) sobre uma possível mudança para a Ferrari, que foram ganhando força na temporada de transferências, mas inicialmente ambas as partes negaram qualquer contato. No entanto, Hamilton posteriormente admitiu ter tido “conversas casuais” com os italianos, sem contrato oferecido, justificando que “não se sentia pronto para se mudar para a Itália”.
Também em 2023, o piloto inglês renovou seu contrato com a Mercedes por mais duas temporadas, o que o manteria, se fosse sua vontade, dentro da equipe até o final de 2025. No entanto, ele optou por abrir mão do último ano do acordo para buscar novos desafios na Ferrari e seguir um novo rumo no grid da F1.
Curiosamente, a carreira de Hamilton seguiu passos semelhantes (embora não idênticos) aos de outro heptacampeão mundial: Michael Schumacher. Ambos iniciaram suas jornadas na F1 através da Mercedes e anos depois, eram reconhecidos como os pilotos mais vitoriosos na categoria. Schumacher foi multicampeão na Ferrari e retornou de aposentadoria para apoiar a Mercedes em seus primeiros anos de equipe própria, pavimentando o caminho para Hamilton, inclusive.
E agora é a vez de Hamilton, multicampeão na Mercedes, buscar novos ares na Ferrari, onde terá a companhia de Charles Leclerc, piloto formato “na casa de Maranello” e que representa uma geração mais jovem na categoria.
Já a Mercedes vê o seu futuro como uma incógnita. Enquanto a equipe mantém outro piloto formado em casa, George Russell, há incertezas sobre quem assumiria o segundo carro da equipe. Entre as opções, existe a possibilidade de promoção de pilotos como Frederik Vesti, o atual vice-campeão da F2, a opção de pilotos mais experientes como o próprio Carlos Sainz, que sairá da Ferrari com esta mudança. Ou ainda a volta de um velho conhecido: Valteri Bottas, que atualmente está na Stake F1 Team, mas que competiu várias temporadas na equipe alemã. Obviamente são apenas especulações, e teremos de aguardar para saber a decisão oficial da equipe.
A Fórmula 1 retorna às pistas nos dias 21 a 23 de fevereiro, com os testes coletivos de pré-temporada no Bahrein, no circuito de Sakhir. Com a largada do primeiro GP do ano programada, na mesma pista, em 2 de março.