Heróis do Mundo Nerd – George R.R. Martin, o homem que criou A Guerra dos Tronos
Atualmente, a série Game of Thrones é um dos seriados mais bem sucedidos no mundo. Mas, engana-se quem pensa que seu autor George R.R. Martin cuida somente disso. Ele já semeou seu talento ao longo de várias décadas na literatura, no TV e no cinema, o que faz dele não só um legítimo herói do mundo nerd, mas também um dos gênios que melhor representa a cultura pop atual!
George Raymond Richard Martin nasceu em 20 de setembro de 1948 na cidade de Bayonne, New Jersey. Filho de Raymond Collins e Margaret Brady, ele ainda tem duas irmãs, Darleen e Janet. Sua família era pobre; eles viviam em uma casa cedida por um programa federal, que ficava perto das docas.
George Martin já escreve desde muito cedo. Suas primeiras obras vem dos tempos de criança: pequenas tramas em que os personagens além de lidarem com seus dramas pessoais, ainda tinham que sobreviver a monstros dignos de filmes de terror. Estas histórias lhe rendiam alguns trocados, pois ele vendia seus contos para as outras crianças da vizinhança.
Ele também escrevia sobre um reino mágico onde os habitantes eram as tartarugas de estimação que tinha. Quando as bichinhas eventualmente morriam na sua casa de brinquedo, George misturava realidade com ficção, alegando que elas foram vítimas de “conspirações sinistras”, em seu mundo imaginário.
Durante seu ensino primário, George Martin estudou na Mary Jane Donohoe School. Mas foi no secundário, enquanto estudava na Marist High School, que ele se descobriu como um grande fã dos quadrinhos de super heróis da Marvel. Esta aliás é uma das prováveis influências de George Martin, pois, assim como os heróis Marvel, seus personagens também possuem personalidades marcantes e um lado pessoal complexo e intrincado.
A edição número 20 da HQ dos Fantastic Four publicou uma carta que George Martin mandou. Depois disso, ele acabou virando freguês das sessões de cartas dos quadrinhos, e neste meio ficou amigo de muitos outros fãs das revistas, passando a escrever histórias fictícias para os principais fã-clubes da época.
Uma das histórias de super-herói que ele escreveu foi Powerman vs. The Blue Barrier. Esta trama deu a George Martin o primeiro prêmio de sua carreira, o Alley Award, que é dado para histórias fictícias escritas para clubes de fãs.
Quando tinha 21 anos, ele escreveu The Hero, sua primeira história comercial. Esta história foi publicada na edição de fevereiro de 1971 da revista Galaxy. Nesta época ele também ganhou seu B.S. e um ano depois seu M.S. em jornalismo pela Northwestern University, de Evanston, Illinois.
Um ano depois, George Martin foi selecionado para servir ao exército americano na Guerra do Vietnã, mas ele não aceitou. Ao invés de lutar na guerra, ele prestou serviços até 1974 em um voluntariado da entidade VISTA, relacionada ao Cook County Legal Assistance Foundation.
Durante seu voluntariado, mais precisamente em 1973, George Martin dirigiu torneios de xadrez na Continental Chess Association. Ele ficou três anos na função, e quando terminou em 1976, passou a ensinar inglês e jornalismo na Clarke University. Em 1973 ele ainda viu ser publicada sua história With Morning Comes Mistfall pela revista Analog, que foi homenageadas nas premiações Hugo Award e pela Nebula Award.
Em 1975, George Martin se casou com Gale Burnick. No entanto, o relacionamento não deu certo e eles se divorciaram em 1979, sem filhos.
Em 1976, duas histórias escritas por George Martin foram indicadas para o Hugo Award: o livro The Storms of Windhaven (co-escrito com Lisa Tuttle) e o conto Seven Times Never Kill Man. Ele acabou não ganhando nenhum dos dois,os dois prêmios, o que o fez inaugurar – junto com o amigo Gardner Dozois – a Hugo Losers Party, uma festa-paródia para todos os escritores que não ganham o Hugo Award. O evento acabou crescendo tanto (via os perdedores!) que se tornou uma comemoração anual da Worldcon.
Essa época marca também a publicação de algumas histórias de ficção cientifica criadas por Martin. The Thousand Worlds, história que falava de um futuro instável foi lançada quase junto com Night of the Vampyres, trama que fazia alusão ao militarismo político. No entanto, a história mais famosa foi The Armageddon Rag, cujo fracasso comercial quase acabou com sua carreira de escritor, mas fez nascer sua jornada na televisão.
O trabalho na emissora CBS fez com que Martin realizasse um dos maiores sonhos de sua infância e adolescência: ele se tornou consultor executivo da retomada da série Twilight Zone, clássico seriado de ficção científica (que não tem nada a ver com o fenômeno Twilight atual e seus vampiros purpurinados). Quando ela já estava bem encaminhada, ele se tornou produtor da série A Bela e a Fera.
No ano de 1987, Martin teve seu livro Nightflyers adaptado para o cinema. Ele, porém, não gostou do resultado. A história teve muitas partes cortadas por conta do baixo orçamento, o que deixou boa parte de sua obra irreconhecível.
Dois anos depois, Martin começou a trabalhar como editor e supervisionou o desenvolvimento da série Wild Cards, cuja história falava de um universo compartilhado. Neste universo, parte das pessoas que haviam sobrevivido à segunda guerra recebeu poderes sobrenaturais por conta de um vírus alienígena (?!).
Foi aí que ele descobriu seu fanatismo por RPGs, o que o ajudou muito a criar as histórias e características que compunham a mitologia deste universo alternativo. Na época, George Martin já era supervisor de produção da série A Bela e a Fera, e colaborou com Thomas Tudbury na produção da série The Great and Powerful Turtle, que falava de uma tartaruga que tinha um casco voador parecido com um Fusca (?!?!).
O ano de 1991 foi um grande reinício para Martin, pois foi quando ele iniciou sua volta ao mercado literário. Enquanto continuava trabalhando nos bastidores de Hollywood, ele começou a escrever o primeiro livro da série A Song of Ice and Fire, obra que se tornou um dos maiores fenômenos da cultura pop contemporânea.
O primeiro livro, A Game of Thrones (A Guerra dos Tronos) lançado em agosto de 1996, introduz a história que é contada por diversos pontos de vista diferentes e acompanha diversos personagens que têm que lidar com questões políticas, sociais e até sobrenaturais do continente de Westeros. O primeiro livro fica bastante focado nos Stark de Winterfell, mas Daenerys Targaryen e Tyrion Lannister também se destacam.
A Game of Thrones ganhou o prêmio Locus Award em 1997 e foi nomeado para os prêmios Nebula Award e World Fantasy Award em 1998.
Quase três anos depois, em fevereiro de 1999, George lançou o segundo livro, A Clash of Kings (A Fúria dos Reis). Ele continua exatamente de onde o primeiro terminou, aprofundando os trâmites políticos dos sete reinos de Westeros (muitos dos quais estão em guerra entre si) e o drama da Patrulha da Noite, que enfrenta perigos inimagináveis na Muralha.
O terceiro livro da série, A Storm of Swords (A Tormenta de Espadas), publicado em novembro de 2000, segue a partir do que seria um pouco antes do final do segundo livro. Westeros continua em guerra, pois diversos reis diferentes lutam pelo trono de ferro. No norte, os selvagens marcham rumo aos sete reinos, tendo apenas a Patrulha da Noite como resistência. Enquanto isso, Daenerys se aventura pelas terras do sul com seus dragões para entrar na briga pelo trono.
Por problemas na publicação, o quarto livro da série, A Feast for Crows (O Festim dos Covos), foi lançado somente cinco anos depois do terceiro livro, para desespero dos fãs. A intenção do era lançar primeiro o A Dance With Dragons (A Dança dos Dragões), que veio a ser o quinto título, pois a ideia inicial era que houvesse um intervalo de cinco anos entre o terceiro e o quarto livros, para que as pessoas pudessem envelhecer e os dragões pudessem crescer.
No entanto, seria impossível afirmar que simplesmente nada aconteceu durante este intervalo. Por conta disso, A Feast For Crows foi lançado em novembro de 2005 para cobrir os cinco anos inicialmente ignorados. Neste episódio, os conflitos entre os parentes do Rei Robert já estão praticamente acabados, mas novos perrengues políticos e sobrenaturais emergem para manter os personagens ocupados.
Dois anos depois disso, a HBO comprou os direitos dos livros para exibi-los em seu canal como um seriado. Em homenagem ao primeiro livro, a série ganhou o nome de Game of Thrones, e começou a passar em 17 de abril de 2011. George Martin também participa, creditado como produtor executivo. Em sua primeira temporada, Game of Thrones foi indicada para 13 prêmios Emmy, e faturou dois, um pela melhor abertura e outro de melhor ator para Peter Dinklage, que interpreta Tyrion Lannister.
Em 15 de fevereiro de 2011, George Martin se casou com Parris McBride, com quem ele já tinha um relacionamento antigo. A cerimônia foi bem pequena, organizada com a ajuda de amigos íntimos e com alianças inspiradas em jóias celtas feitas por artesões.
No dia 19 de agosto do mesmo ano, os dois fizeram uma celebração maior de seu casamento no evento Renovation, a sexagésima nona convenção de ficção cientifica comemorada em Reno. Desta vez contando com a presença de amigos e conhecidos do casal que também eram artistas de fantasia e ficção cientifica.
Neste meio tempo, em julho de 2011, foi lançado o quinto livro da série A Song of Ice and Fire. A Dance With Dragons continua esta grande saga que ainda está longe de ter um fim, pois ainda teremos mais dois livros pela frente, The Winds of Winter e A Dream of Spring.
Diante a tantas obras lançadas, seria interminável citar aproximadamente todos os prêmios que Martin ganhou. Locus Award, Nebula Award, Hugo Award… São muitos. No entanto, é indispensável citar sua presença na lista das 100 pessoas mais influentes do mundo, publicada anualmente pela tradicional revista Time.
George Martin vive atualmente em Santa Fé, no novo México, junto com sua esposa Parris e sua coleção gigantesca de quadrinhos de super heróis. Além de se dedicar a série da HBO e os dois próximos livros, ele também escreve frequentes postagens para seu blog, o Not a Blog, onde manifesta suas opiniões políticas, religiosas e etc.
George Martin é um homem que além de ter um talento incontestável e uma imaginação absurda para construir histórias, também aplica na prática a teoria de que se o livro é bom, não queremos que ele acabe. Ele é um escritor que entra para a grande seleção de artistas que inspiram gerações. Por conta das grandes obras que criou, não seria fantasia nenhuma o selecionar como um dos grandes heróis do mundo nerd.
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