Treta: THQ volta para assombrar judicialmente a EA e o UFC
Nove meses após sua “morte”, a THQ volta a chamar atenção ao processar a EA e o próprio UFC pela aquisição da franquia de jogos de MMA. Entenda essa treta!
Em janeiro desse ano, após meses sofrendo uma terrível crise financeira, a THQ entrou em falência, tendo seus estúdios dissolvidos e suas franquias vendidas para outras produtoras, como por exemplo o game South Park: The Stick of Truth, que passou para as mãos da Ubisoft.
Antes da derradeira falência, outra empresa, a EA, conseguiu obter os direitos de produção dos jogos da franquia UFC, que eram da THQ. O próximo título da série, EA Sports UFC, já estava em produção e seria lançado para consoles next-gen. No entanto, a THQ, que produziu os games do UFC entre 2009 e 2011, não está nem um pouco feliz com isso.
Mesmo após ter declarado falência e se desfazer de seus estúdios e franquias, a THQ ainda não foi totalmente fechada. A empresa reergueu-se para entrar com processo contra a EA e a Zuffa, empresa que comanda o UFC. O motivo da ação judicial é a forma como a primeira obteve os direitos de produzir a franquia de MMA.
Segundo a própria THQ, em 2011, dada sua péssima situação financeira, a empresa passou a considerar a possibilidade de ser vendida para outra companhia maior e assim tentar evitar a falência. Ela entrou em contato com a EA para estudar um possível acordo. A THQ afirmou que, durante o mês de dezembro de 2011, ambas as empresas fizeram várias reuniões discutindo uma possível compra, até que a EA terminou qualquer tipo de contato com a THQ, ainda naquele mês.
Durante as reuniões, a THQ apresentou para a EA várias informações sobre sua situação financeira, incluindo vendas detalhadas e as receitas da franquia UFC, e até mesmo o projeto de gastos do próximo game da série. Ainda em dezembro, a Zuffa enviou uma carta para a THQ dizendo que queria encerrar o contrato de produção dos jogos do UFC por conta da crise que a empresa estava passando.
E aí é que tudo se encaixa: A THQ alega que a EA, em posse das informações financeiras confidenciais da THQ, entrou em contato com a Zuffa e entregou todas as informações. Usando estas informações privilegiadas, a EA expressou o desejo de comprar a franquia UFC diretamente da Zuffa, atropelando as relações com a THQ e motivando a Zuffa a terminar seu contrato com a dona original dos direitos, o que seria uma interferência ilícita.
Em junho de 2012, a licença da franquia foi transferida para a EA. A Zuffa pagou 10 milhões de dólares para a THQ para encerrar o contrato, mas extinta empresa alega que, na época, o contrato valeria 20 milhões e que a EA certamente teria pago ainda mais do que isso.
Por conta disso, neste mês a THQ entrou em processo judicial contra as duas empresas, pedindo a anulação da transferência da franquia UFC para a EA e a devolução da propriedade intelectual ou do valor da franquia. A THQ também pede compensação por dados de no mínimo 10 milhões de dólares. E, além disso, a THQ quer que a EA entregue todos os lucros que obteve com a franquia, e que a corte americana desaprove o pedido de falência que a Zuffa fez sobre a THQ no valor de 1,96 milhão de dólares.
A EA declarou ao site Polygon: “Acreditamos que essas acusações não tem mérito”. A THQ está evitando falar mais sobre o caso por conta do processo judicial.
Em sua opinião, quem está com a razão nessa briga? Acha que a jogada da EA foi válida? Ou que a THQ não tinha muitas opções devido a sua situação? A EA já foi considerada duas vezes como a pior empresa dos Estados Unidos, tendo uma imagem polêmica entre os fãs apesar das inúmeras franquias bem sucedidas comercialmente que lança todos os anos.
(Via: Polygon)