RetroArkade: 25 razões pela qual amamos o Mega Drive, que completou 25 anos de vida
Sonic. Michael Jackson. Streets of Rage. Sonic de novo. Mortal Kombat com sangue. Super Monaco GP. O Mega Drive, um dos videogames mais queridos dos brasileiros completou 25 anos e temos 25 razões para comemorar sua rica história, vem com a gente!
Se você é como eu e abre um sorriso quando ouve um sonoro SEEEEEEEGAAAAA, você está na matéria certa! Tenho certeza que tendo você um Mega Drive (até hoje, como no meu caso) ou não, sendo você Nintendista ou Sonysta, o respeito ao 16-bit da Sega é eterno. São jogos, ideias e muita guerra com o Super Nintendo que marcaram a vida de todos aqueles que viveram os anos 1990.
E já que a casa que viu Sonic nascer comemorou 25 anos de vida no último dia 14 de agosto, nada mais justo que comemorarmos juntos lembrando de 25 razões pelo quais amamos o Mega Drive.
SEEEEEEEEEEEGAAAAAA!!!
Você foi um dos que compraram Sonic no dia do lançamento. Aí colocou o cartucho no console, ligou o Mega Drive e ouviu o eterno SEEEEEGAAAAA!!! Precisa de mais? Nem aberturas de consoles legais como a do primeiro Playstation ou do GameCube conseguiram ser tão legais como esta simples mas genial abertura dos jogos do Sonic. Com certeza tem grandes chances de ser o som do seu celular para chegada de torpedos.
Os divertidos logos da Sega
Quando o Mega Drive era iniciado, o logo da Sega aparecia na tela. Mas os desenvolvedores tinham liberdade e alguns brincavam com a logo. Ou você esqueceu Earthworm Jim andando pelo logo, O T-Rex de Jurassic Park gritando ou o Demônio da Tasmânia comendo o S?
Sim, jogar Mega Drive já podia ser legal logo ao apertar o power do console.
As propagandas que provocavam
Na guerra eterna dos anos 1990 entre Sega e Nintendo, nos Estados Unidos a Sega preferiu deixar o conservadorismo de lado, colocou os dentes pra fora e foi literalmente pra porrada. Começando com o “Welcome to the Next Level”, levando o consumidor a acreditar que seu produto estava sempre a frente até o provocador “Genesis does what Nintendon’t” (trocadilho com Mega Drive faz o que a Nintendo não faz) a Sega sempre provocava a sua rival em uma época em que a chatice não imperava e tudo era levado na esportiva. Pena da Nintendo e seu conservadorismo eterno que nunca conseguiu responder a altura estas provocações.
O Blast Processing
E já que os comerciais da Sega eram mais legais, uma de suas campanhas foi para gritar a todo canto o seu “Blast Processing”. Tecnicamente falando, esse negócio não significava nada, pois sabemos que o Mega Drive era apenas mais rápido que seu rival e isso não é mérito de nenhuma “fórmula secreta”, apenas foram decisões de desenvolvimento que deram certo.
Mas dane-se, a Sega falava que seu “processamento de explosão” era mais legal colocando o Sonic como um possante e o Mario com seu Kart simbolizado por um calhambeque e isso era o suficiente para convencer milhares de pessoas de que o sistema da Sega era mais radical (em uma época onde a palavra radical vendia muito).
Jogar melhor os jogos de luta com o controle de seis botões
Não. Você provavelmente não tinha dinheiro para comprar um controle arcade para jogar Street Fighter na sua casa (e sua mãe não te deixava ir ao bar jogar no fliperama pois ‘lá só tinha vagabundo’). A solução? Ter um Mega Drive e um controle de seis botões que chegou em plena febre “Street Fighter”. Sim, o Super Nintendo já foi lançado com os seis botões, mas convenhamos que usar o L e o R para alguns golpes em específico era estranho, não é mesmo?
Mortal Kombat com sangue! E sem frescura (ABACABB)
Mortal Kombat veio, chocou e venceu. E a óbvia conversão aos consoles aconteceu em 1993. Enquanto o Super Nintendo recebeu uma versão conservadora com muitos fatalities censurados e com uma “aguinha” substituindo o sangue do jogo, no Mega Drive a história foi diferente. Era apenas entrar com ABACABB e toda a frescura ia embora: nossos fatalities preferidos e sangue a jorrar apareciam na TV de casa. Felizmente a Nintendo aprendeu e a partir da segunda versão a frescura foi embora.
Ouvir o Sonic Spin Dash
O meu Sonic preferido é o 2. Sei que bastante gente gosta do primeiro mas uma das razões a qual prefiro o segundo jogo (além da trilha sonora animal), é o Spin Dash que além de trazer uma funcionalidade nova na jogabilidade, servindo de escudo temporário ou pré-arrancada para algum local do cenário, tinha um som icônico. E somava para a aura “ultra rápida” que o Mega Drive carregou em sua vida.
Guardar seus jogos nas melhores embalagens
Era só ir na locadora do seu bairro: enquanto os jogos de Mega Drive estavam elegantemente protegidos em seus estojos bonitos e elegantes, os cartuchos do Super Nintendo tinham que ficar naquelas caixas de papelão tortas, rasgadas e estragadas. Isso quando o dono do comércio não pegava aquelas caixas de fitas de vídeo, recortava a embalagem e embora conseguia proteger o jogo, deixava tudo mais tosco ainda. E ainda hoje, caso seja um colecionador de jogos exigente, vai confirmar que manter seus jogos de Mega Drive é bem mais fácil e elegante.
Fazer a gente pensar que o 32X era a próxima geração
Ao mesmo tempo que a Sega acertava na propaganda e na comunicação com o consumidor, ela errava (e errava…) com add-ons e conceitos. Um dos grandes erros — e que ajudou a criar a desconfiança necessária que ajudou a afundar Saturn e Dreamcast no futuro — foi o 32X, que era uma “opção” para quem queria algo da “próxima geração” mas não queria um Saturn.
Mas quem iria pagar para ter um console que era necessário encaixar em outro console, precisava de uma outra fonte (das grandes) de alimentação, tinha poucos jogos (apesar de ter o lindo Kolibri e o Knuckles Chaotix) e se apresentava inferior a o Saturn, legítimo 32 bit?
Se assustar a ver Virtua Racing rodando no console
Na época 16-bit, vários desafios cercavam os desenvolvedores. Um deles era a de levar jogos de Arcade, sempre superiores e imponentes, a cartuchos com média de 16 megabit. Mas eles tentavam e nos mesmos moldes do tecnicamente excelente Star Fox do Super Nintendo, o Mega Drive recebeu Virtua Racing, um dos primeiros sucessos de corrida poligonal da empresa. O cartucho precisou de uns chips de melhorias aqui e ali e conseguiu rodar de maneira impressionante no console.
Possuir o melhor Aladdin de todos (na opinião da maioria)
Qual é o melhor Aladdin? O de Super Nintendo ou o de Mega Drive? Já falei dos dois jogos na RetroArkade especial Disney, mas tenho tendências a ir pro lado da Sega pois, mesmo com problemas técnicos que o console já oferecia, ele tinha mais atitude que a versão “genérica” da Capcom.
O próprio Shinji Mikami que ajudou a desenvolver o jogo para o Super Nintendo assumiu que a versão de Mega Drive é superior e isso coloca fim a questão. Ou não, já que na década de 1990 ser ista era legal e não a chatice dos Sony x Xbox que temos hoje.
Poder jogar excelentes jogos da Disney
E não só o Aladdin. A Disney encontrou um lugar para chamar de lar no Mega Drive. Nem precisamos falar muito, vamos apenas mencionar as lendas: Quackshot, Castle of Illusion, Rei Leão, Toy Story… talvez a única falta séria do console da Sega era o Goof Troop.
Jogar seus Sonic antigos em Sonic & Knuckles
Em uma época onde DLC não tinha signficado nenhum, Sonic & Knuckles oferecia algo nesse sentido: depois de terminar o bom jogo (ou antes, caso fosse um apressadinho), bastava encaixar Sonic 2 ou 3 no cartucho e Knuckles poderia ser jogável adicionando novos recursos na jogabilidade e transformando os jogos. O Lock-On era compatível com os três jogos, mas no caso do primeiro Sonic, o jogo tinha algumas ressalvas: uma mensagem No Way aparecia na tela, mas ao fazer um ABC rapidamente, um mini-game era desbloqueado.
Jogar jogos em vídeo (FMV) no Sega CD
Os jogos de hoje buscam gráficos que sejam o mais realista possível. Seja em Heavy Rain ou em Project Cars, a busca pelo realismo gráfico é gigante. Mas nos anos 90 essa busca era outra, já que os próprios seres humanos eram quem brilhavam nos jogos. Além dos gráficos feitos em cima de personagens como no caso de Mortal Kombat, o Sega CD ajudou e muito a popularizar os jogos em FMV, onde vídeos com atores reais e decisões em Quick Time Events faziam a história acontecer.
Mas jogos sem graça e atuações dignas de filme B da Sessão da Tarde fez os projetos irem para a gaveta e não sairem mais.
Jogos que abusavam do chip de som do Mega Drive
Sim, o chip de som do Mega Drive era inferior ao do Super Nintendo. Mas tivemos Sonic 3 (com trilha assinada pelo Michael Jackson) que provou que com um pouco de esforço e boa vontade, muita coisa boa podia sair da saída de áudio do aparelho.
Basta lembrar de uma trilha inesquecível do seu jogo preferido que vai saber do que estou falando.
Ter as melhores versões de alguns dos melhores jogos de esporte
Madden, NBA Live, NHL e FIFA apareceram primeiro — e melhores — no Mega Drive. O SNES tem o simulador supremo de futebol em seu melhor estado, o International Superstar Soccer, porém o catálogo e a qualidade dos jogos de esporte estavam sempre ao lado do console da Sega.
Proporcionar a discussão eterna (até a década de 2000) Mario x Sonic
Em 1990 você não era um chato ao ser “seguista” ou “nintendista”. Pelo contrário: donos de Mega Drive e de Super Nintendo promoviam (na medida do possível) discussões sadias e até trocavam consoles por um período para aproveitar jogos exclusivos das duas plataformas (ou com condições, compravam os dois).
E entre tantas discussões, uma das maiores eram: Sonic ou Mario? É injusto querer dizer quem é o melhor, já que ambos tem contribuição imensa para o nosso universo gamer, então me arrisco a dizer que um pode agradar mais que o outro. E me desculpe Mario, mas nesse caso, sempre preferi o Sonic mesmo.
Poder continuar jogando Master System no aparelho
Hoje é comum encontrar na PSN/Xbox Live os clássicos, mas a grande reclamação desta geração é a falta de compatibilidade com versões anteriores (apenas o WiiU aceita jogos de seu antecessor). No Mega Drive, era possível jogar jogos de Master System e de maneira oficial, graças a um adaptador que encaixado na entrada de fitas fazia o console voltar aos tempos 8-bit e com direito a aceitar o controle e até os óculos 3D.
Ter os consoles redesenhados mais legais
O primeiro Mega Drive era estiloso. O segundo, embora parecendo mais frágil também era legal. E a Sega sempre fez designs legais para o aparelho, incluindo o Mega Drive “de baciada” lançado no fim de sua vida útil e o melhor de todos: o CD-X, um misto de Mega Drive com Sega CD que ainda funcionava com um Discman, com saída para fone de ouvido e tudo.
Streets of Rage
Existe Final Fight, mas existe Streets of Rage e no quesito console: sem discussão. O jogo de “andar e bater” da Sega é muito mais competente nos consoles que seu rival da Capcom. Logo no primeiro jogo, enquanto apenas um jogador poderia escolher entre Haggar ou Cody (Guy chegou depois em outro jogo, talvez uma profecia para o futuro da Capcom) o Streets of Rage original já permitia três personagens, trilha matadora e jogabilidade idem.
As outras duas versões só melhoraram o bom e apenas isso já faz de Streets of Rage assunto para uma RetroArkade futura.
Gunstar Heroes
Quem não tem colírio usa óculos escuros. E quem não tinha Contra ia de Gunstar Heroes, excelente jogo de plataforma da Treasure que fazia inveja ao shooter da Konami ao colocar o máximo de explosões, tiros, personagens e ação. Para muitos, apenas o melhor shooter de todos os tempos, que chegou a ganhar um remake para o Game Boy advance dez anos depois.
Os Spin-offs do Sonic
Acredite se quiser, houve um momento em que a Sega foi mais conservadora que a Nintendo. E foi nos jogos do Sonic, já que enquanto o Mario era até juiz de jogos de tênis, o azulado era mais reservado e cedeu alguns poucos jogos interessantes, como o Sonic Spinball e o Dr. Robotinik Mean Bean Machine. Eram poucos mas se não eram bons, eram no mínimo interessantes.
Os jogos de guerra da EA (antes de Medal of Honor)
Antes da EA invadir a Normandia com Medal of Honor, o Mega Drive já era cenário de guerra com os jogos da empresa. Quem aqui lembra da série Strike? Desde a primeira operação, Desert, de 1992, a EA trouxe vários jogos de guerra e que valiam a pena ter um Mega Drive, caso fosse fã de jogos nesse estilo.
Ter o Sega Channel oferecendo download de jogos 10 anos antes de sua PSN/Xbox Live
Dez anos antes de existir Xbox Live e jogos disponíveis por download, já era possível baixar Mega Man para o Mega Drive nos Estados Unidos. É que lá existia o Sega Channel, um serviço de assinaturas que oferecia aos membros downloads na memória flash do sistema de jogos como Alien Storm e Pulseman, via conexão telefônica. Não foi algo tão grandioso nem tão conhecido, mas a partir dele (e do Sattelaview da Nintendo), tivemos a iniciativa online de Dreamcast e temos hoje estes serviços digitais que já fazem parte da nossa cultura gamer.
Jogar Mega Drive na rua com o Nomad
Existia Game Boy e existia Game Gear, mas em 1995 também existiu o Nomad, um portátil que permitia encaixar suas fitas de Mega Drive e jogar em qualquer lugar, seja com uma fonte de alimentação ou com 6 pilhas que devoravam energia e forneciam 2 horas de jogo. Dava pra ligar na TV com sua saída AV e tinha uma entrada de controle para jogar a 2. Ou seja, já nos anos 90 podíamos levar os bons jogos para viagens longas com a família sem cabos e dores de cabeça.
Sega faz o que a Nintendo não faz (complete aqui com um ! ou ?)
E é isso. Tenho um Mega Drive até hoje e sempre tive minha atenção desviada para as ideias malucas da Sega. Claro que não menosprezo o Super Nintendo (até porque possuo um e sempre gostei dele também) e considero um digno empate na disputa entre os dois. Talvez eu acabe indo mais para o lado Sega da força por me identificar mais com suas ideias e atitude e por isso valorizo mais ainda estes 25 anos de história do 16-bit da casa do Sonic.
E você? Possuiu ou possui um Mega Drive? Qual seria a vigésima-sexta razão para amar o console da Sega? Hora de continuar o post que nunca acaba, graças a maravilha da nostalgia que sempre nos oferece assuntos para conversarmos.
Via (Games Radar)