BGS 2014: Uma visita na stand da Devolver Digital, com direito a Hotline Miami 2 e Heavy Bullets
A Devolver Digital apresentou quatro de seus títulos mais populares na BGS 2014. Conseguimos jogar cada um deles e conversar com Andrew Parsons, um dos produtores da publisher, confira tudo isso já!
A BGS 2014 não é somente a casa dos titãs que estamos acostumados, conseguindo apresentar um pavilhão indie para desenvolvedores independentes brasileiros e internacionais, como foi o caso de Toren, Aritana e a Pena de Harpia, e a publisher internacional, Devolver Digital, casa de jogos como Hotline Miami, Serious Sam, Heavy Bullets, este ultimo desenvolvido pelo brasileiro Terri Vellmann.
No setor da Devolver vimos seis monitores com seus quatro jogos a mostra, com duas telas para Hotline Miami 2: Wrong Number, duas para Heavy Bullets, uma para Talos Principle e a última demonstrando uma versão especial de Broforce para o PS4. Ao lado também tinha uma mesa com as diversas mascaras de Hotline Miami, e algumas das icônicas armas feitas de plástico para os fãs tirarem fotos; e em sua segunda parede um monitor imenso mostrava seus outros jogos, desde as luzes cintilantes em volta da matança de Hotline Miami 2: Wrong Number, até a psicodelia de Heavy Bullets.
HOTLINE MIAMI 2: WRONG NUMBER
Lá consegui primeiramente jogar Hotline Miami 2: Wrong Number, jogo que estava ansioso graças a popularidade que o primeiro tomou se mostrando competente em sua jogabilidade, trilha sonora e visuais únicos que complementam sua estética. A versão de demonstração estava rodando no PC e deixando a mostra algumas de suas fases em alguma parte não determinada do jogo, assumindo que o que joguei não era o começo do jogo.
Na demonstração que joguei vimos o que seria uma gangue que seguiu os passos do protagonista no primeiro jogo,utilizando mascaras e entrando em apartamentos para criar o máximo possível de caos e destruição possível. Assim como em Hotline Miami,o jogo começa com o jogador escolhendo uma máscara e passando por diferentes cenários repletos de inimigos manuseando armas brancas e de fogo, variando entre bastões de baseball, canos, submetralhadoras, escopetas e até seus próprios punhos.
Mas diferente de Hotline Miami, as usuais máscaras receberam algumas mudanças, como a máscara de Tigre dando punhos letais mas te impedindo de manusar qualquer tipo de arma, ou uma das minhas favoritas no jogo, a máscara de Cisne, que te dá o controle de dois personagens, um com uma moto-serra fixa em suas mãos e o segundo podendo usar armas de fogo. A união destes personagens cria uma complexidade por ter que controlar dois protagonistas ao mesmo tempo mas é compensada pela facilidade de matar que a moto-serra traz ao lado de armas de fogo, além de que o segundo assassino é imune a qualquer tiro, podendo deixa-lo em um ponto estratégico para acabar alvos fáceis a distancia.
Outra máscara que traz uma interessante mudança na jogabilidade é a de Urso, dando duas sub-metralhadoras ao seu dispor, para que você possa maximizar o dano em uma unica direção, ou atirar em duas direções diferentes, como a frente e atrás ou pela direita e esquerda, ao mesmo tempo.
Enquanto sua jogabilidade continua responsiva e extremamente viciante, sua trilha sonora está bem mais agressiva graças a estética dos anos 90 que Hotline Miami 2: Wrong Number tem. Suas batidas estão mais pesadas e sua frequência mais intensa, combinando bem com sua frenética jogabilidade, criando um tom mais sombrio por um som se aproximando a um industrial techno do que os infectantes sintetizadores situados como pano de fundo no primeiro jogo.
Terminei a demonstração em sua segunda missão, intitulada Homicide, que conta o que parece ser uma história totalmente diferente, já que o protagonista não tinha a opção de escolher uma máscara, tendo somente suas mãos como armas iniciais. Infelizmente não consegui jogar mais por causa das vezes que o jogo acabou travando, que acabou interrompendo qualquer oportunidade de continuar o jogo por muito tempo.
HEAVY BULLETS
Desta forma continuei para o próximo jogo, Heavy Bullets, desenvolvido pelo brasileiro Terri Vellmann. O jogo em si já está disponivel para comprar no PC, mas como não tinha jogado ainda decidi testa-lo enquanto a oportunidade estava no ar.
E devo dizer que sai surpreso, Heavy Bullets é um jogo competente pela sua escassez de munição e visuais psicodélicos durante o seu percurso neste FPS, enquanto suas fases são geradas aleatoriamente enquanto diversos monstros estão na fase para que você os elimina durante a procura da chave para abrir a porta principal de cada cenário.
O jogo em si é divertido e bem desafiador nas primeiras fases, motivo disto é por você ter que descobrir alguns dos itens importantes no jogo manualmente, sem uma introdução de verdade para te colocar no jogo. Depois de ter feito a primeira fase fui para o próximo jogo da lista, The Talos Principle.
THE TALOS PRINCIPLE
Este é desenvolvido pela Croteam, conhecida pelo toda matança cômica de Serious Sam, e mesmo após diversos jogos da série seguiram o mesmo formato este puzzle que pretende contar uma história significativa e profunda surge por esses desenvolvedores. Quando conversamos com Andrew Parsons, ele chegou a mencionar de como “esta indústria é diversificada o bastante para que qualquer tipo de jogo seja feito”, o que diretamente nos lembrou de The Vanishing of Ethan Carter, jogo que também foi fruto de desenvolvedores que são famosos por seus jogos focados em uma jogabilidade complexa e não pela sua história.
Com esta ideia em mente a demonstração de The Talos Principle seguiu uma fase mantendo alguns dos elementos principais em sua jogabilidade, como o sistema de lasers e peças que foram inspiradas em blocos de Tetris. O jogo funciona de uma forma que você precisa redirecionar feixes de luz para outros pontos principais no mapa do jogo, para redireciona-los uma ferramenta, que parece um tripé preso a pequeno holofote, esta situado em um numero limitado na fase. Assim que certos pontos são redirecionados, portas se abrem para que você possa pegar estes blocos e logo após coloca-los em ordem em um painel, criando uma abertura para o fim da fase.
Suas mecânicas são simples o bastante para entrar em contraste na dificuldade de descobrir como colocar certo feixe de luz no ponto correto e assim seguir para a próxima parte. Outro ponto que devo mencionar é seu design de arte, com fortes inspirações a arquitetura grega, pelos imensos campos e paredes de pedra ao lado de uma complexa tecnologia.
BROFORCE
Enquanto The Talos Principle atiça a nossa curiosidade pelo seu mistério, Broforce nos acerta com humor e nostalgia pelo número de herois de filmes de ação que ele apresenta. Perguntado, Andrew explicou que esta versão estava rodando em um PS4 para que comecasse alguns dos tests nesta transição e distribuição do jogo em outras plataformas.
E para não deixar os usuários que estão no Early Access pelo PC, Broforce recebeu a sua nova atualização, que inclui os personagens Bro Max e Brode, o primeiro sendo inspirado ao papel de Mel Gibson em Mad Max, e o segundo sendo a Beatrix Kiddo de Kill Bill, atuada pela Uma Thurman neste filme dirigido por Quentin Tarantino.
DEVOLVER DIGITAL NO BRASIL
Após esta insana corrida em volta de todos os jogos publicados pela Devolver Digital, Andrew Parsons nos falou casualmente de como foi o processo de chegar aqui no Brasil, explicando de como o seu espaço do ano passado era a metade em comparação ao que eles tem disponivel neste ano e como foi o processo de aproximação ao público brasileiro, vendo que a Devolver Digital é mais difundida no Twitter graças aos desenvolvedores e seu Chefe Oficial Financeiro, Fork Parker, que vive conversando com os fãs e outras personalidades na cultura dos videogames, enquanto boa parte do público brasileiro está no Facebook, como é o caso de sucesso que a Ubisoft tem em sua página de Facebook, contando como o maior numero de pessoas a seguindo do que todas as outras, incluindo a oficial.
Outro ponto positivo que ajudou a Devolver aparecer de novo ao Brasil foi Terri Vellmann, e seu jogo Heavy Bullets, já que o brasileiro conseguiu lançar um jogo embaixo do nome da Devolver. Terri se tornou um exemplo de como a Devolver trabalha, deixando o máximo de espaço para que seus desenvolvedores possam respirar e os ajudando no suporte e acompanhamento aos fãs, algo que deu para facilmente notar pelo número de fãs que queriam tirar uma foto com Andrew ao lado de sua stand.
Devolver Digital foi somente um dos exemplos do que podemos ver no comportamento dos gamers brasileiros, tentando experimentar jogos independentes, tanto brasileiros quanto internacionais. Os titãs que vimos tomar boa parte do espaço na BGS 2014 finalmente está perdendo um pouco de seu foco e jogos independentes abocanham um pedaço na mente do público brasileiro, pedaço que está aumentando cada vez mais graças a Devolver Digital e todos os desenvolvedores brasileiros que fizeram parte da BGS 2014.