The Lost Games: Seja o líder em uma trama que envolve política e amizade em Suikoden II
O líder improvável de uma revolução profunda. Suikoden II nos transporta para um mundo cercado de política, intrigas, facções, traições e amizade, com uma das melhores experiências de imersão que já tive o prazer de vivenciar.
Suikoden II foi produzido e desenvolvido pela Konami, lançado no dia 17 de Dezembro de 1998 no Japão e 28 de Julho de 2000 nos EUA. Foi dirigido, produzido e escrito por Yoshitaka Murayama, que também produziu o game 10,000 Bullets, para Playstation 2.
A trilha sonora ficou a cargo de Miki Higashino e Keiko Fukami, e é uma obrigação dar destaque a esses profissionais porque a trilha sonora do game é simplesmente magnífica.
Mas afinal, o que faz Suikoden II ser tão marcante? Vamos descobrir a seguir.
A história de Suikoden II
Vamos falar um pouco do game em si, começando pela parte mais importante, a história. Suikoden II tem seu enredo como parte forte e sólida da produção, em uma trama que envolve amizade, traição, dúvida, intrigas políticas e reviravoltas tão esperadas em jogos do gênero RPG. No começo do jogo temos a missão de dar nome ao herói, originalmente ele se chama Riou na novelização japonesa e Tao no mangá, mas aqui vou chamá-lo de Riou.
Riou foi deixado em um orfanato quando criança e juntamente com uma garota chamada Nanami, foram adotados por um herói chamado Genkaku. Riou cresceu em uma pequena cidade chamada Kyaro, onde conheceu seu melhor amigo, Jowy Atreides. Todos eles treinaram com Genkaku até se tornarem guerreiros. Posteriormente se alistam como recrutas da Unicorn Youth Brigade, que é o exercito local.
A Unicorn Youth Brigade responde a Nação de Highland, país que vive em trégua com o país vizinho, a Cidade-Estado de Jowston. O jogo começa quando Riou e Jowy estão no acampamento do batalhão, e surpreendentemente todos lá presentes são atacados pelo próprio príncipe de Highland, Luca Blight, que decide executar deliberadamente aquela fração de seu exercito para posteriormente culpar a Cidade-Estado de Jowston, e assim ter um “motivo” para invadir a região.
Riou e Jowy vêem Luca se gabando de seu terrível ato em meio ao ataque, mas conseguem fugir pulando do alto de uma montanha em um rio. Ambos são separados e Riou acaba se tornando prisioneiro de um grupo de mercenários liderados por Viktor e Flik, que fazem parte do primeiro Suikoden. Após muitos acontecimentos, Riou acaba se tornando líder da resistência contra Luca, mas sem dar spoilers é isso que eu posso dizer.
Elementos que compõem uma obra-prima
Tudo que eu descrevi é apenas no prólogo do jogo. O interessante é que a transição da história através do gameplay é muito coerente, nada é atropelado e há tempo para o desenvolvimento dos personagens. Nessa parte que o Riou é capturado, por exemplo, ele fica muito tempo sendo tratado como um prisioneiro (literalmente) e é obrigado a fazer diversas missões/tarefas para o grupo de mercenários antes de ganhar sua confiança e assim poder explicar de fato a situação.
Os gráficos são em 2D e na época eram bons. Há uma harmonia grande entre todos os quesitos, história, gráfico, trilha sonora, etc. O mapa é relativamente grande com muitos locais para explorar, normalmente é fácil se perder se você não prestar bem atenção aos diálogos. O game não é linear e dá ao jogador inúmeras possibilidades. A grande sacada do jogo são as 108 estrelas do destino, que são 108 personagens jogáveis e não jogáveis que podem fazer parte de sua party, cada um com uma habilidade especial.
O que instiga o jogador a recrutar todos os 108 personagens é que só assim você consegue o final verdadeiro.
O game te instiga a continuar a jornada
Essa questão de adquirir novos personagens é muito interessante mesmo. Em certo ponto do jogo derrotamos um inimigo em um castelo e após isso nos apropriamos de seu castelo. Você recruta um cozinheiro, logo após ele vai para o seu castelo e fica cuidando obviamente da cozinha. São assim com todos os personagens, engenheiros, fazendeiros, detetives, há até um dono de uma casa de sauna que traz seu negócio para o castelo.
Enfim, há todos os tipos de personagens que agregam de alguma forma. A dificuldade é média, nada de mais, mas a evolução é uma questão necessária para derrotar os inimigos mais facilmente. As magias são legais, existindo golpes em grupo dependendo dos personagens que sua party tem no momento. São seis personagens que podem ser escolhidos para compor seu grupo de batalha. Eu terminei o jogo com umas 40 horas, que poderiam ser mais ou menos 25 ou 60 horas, depende do envolvimento do jogador, mas são boas horas de jogo.
Conclusão
Para resumir, há tudo nesse game, batalhas táticas como se fosse um RPG de estratégia, variedade de magias e habilidades, emoção, traição, amizade, intrigas políticas e muito mais. É um título obrigatório para que gosta de um bom e velho RPG Japonês. Saudades de quando a Konami fazia tais jogos.