Análise Arkade: a corrida brutal e sangrenta de Carmageddon Reincarnation
Que tal conferir uma nova edição do polêmico Carmageddon? Após muitos anos, o game que faz os mais conservadores ficarem de cabelos em pé volta com mais violência ainda!
Depois de 15 anos de polêmicas e muita violência, Carmageddon voltou para as ruas com o codenome Reincarnation. Lançado em 21 de maio para PC, mas sem datas de lançamento para Xbox One e PS4, fica o nosso convite para saber se o game é mais que violento, se ele é divertido.
Como tudo começou
A violência de Carmageddon começou em 1997 com o primeiro jogo para PC. O jogo foi um marco, pois era um dos únicos jogos de corrida em mundo aberto que permite a você jogar da maneira que você quiser para finalizar o jogo. Apenas Twisted Metal propunha iniciativa semelhante (mas sem a mesma violência) e GTA apareceria meses mais tarde, mas sem a mesma “fama”, pelo menos num primeiro momento.
Você podia correr atrás dos checkpoints para terminar a corrida, matar todos os pedestres do mapa ou eliminar os outros corredores batendo neles até explodir. A recepção negativa foi tanta que obviamente muitos países acabaram decidindo pela proibição de sua venda, incluindo o Brasil. Os países que não baniram o game, exigiram mudanças gráficas, fazendo com que o jogador atropelasse no lugar de humanos, zumbis. De sangue verde.
Mas como toda propaganda negativa ajuda tanto quanto a positiva, isso só fez com que a popularidade do jogo se multiplicasse de tal forma que Carmageddon se consolidou um dos jogos mais agressivos e controversos da história do videogame, criando uma base de fãs que vão a loucura sempre que há algum rumor de um jogo novo sendo lançado, como foi no caso do anúncio de Carmageddon Reincarnation.
Matar, matar e matar
O “enredo” do jogo é o mesmo que o primeiro, que foi inspirado pelo filme Death Race 2000 de 1975, mais a influência do clássico Destruction Derby de 1995. Não temos uma história propriamente dita, mas sim, uma ambientação de futuro apocalíptico onde assassinar pessoas é entretenimento e os personagens não possuem uma motivação para tal, só estão ali por estarem ali.
Um dos grandes motivos de ele ter sido censurado e banido é que os corredores são recompensados quando matam algum pedestre ou destroem seus adversários.
Acelerando Firme
Quando iniciamos o jogo temos 3 modos de jogo que podemos escolher: Carreira, Freeplay e Multiplayer. No modo carreira o jogo funciona escolhendo dois clássicos personagens, o cara bom de braço Max Damage com o carro Eagle R e a linda malvada Die Anna com o carro Hawk R, que vão ser os pilotos até o fim do jogo, você pode usar o carro de um outro piloto mas vai continuar sendo a Die Anna ou o Max Damage.
São mais de 15 fases contendo cada fase de 3 a 4 corridas, entre elas temos 6 modos de disputa: Classic Carmageddon (que você pode ganhar normal a corrida passando os checkpoints, matando todos os pedestres do mapa ou todos os adversários), Car Crusher (você tem que eliminar X oponentes para ganhar a partida), Fox ‘n’ Hounds (você tem que encostar no carro que está marcado para diminuir o tempo, quem diminuir o tempo até 00:00 primeiro ganha), Ped Chase (tem um pedestre marcado e quem matar X pedestres primeiro ganha), Death Race (seja o primeiro a completar as X voltas ou matar os outros para roubar suas voltas) e Checkpoint Stampede (quem chegar nos checkpoints marcados primeiro e marcar X pontos ganha).
Para liberar as fases e ir avançando na carreira, não basta você terminar em primeiro e fazer os objetivos em todas as corridas da fase, você precisa conseguir X créditos — estes que se consegue na corrida — que servem também para recuperar o carro danificado na própria. Se você termina a corrida em 1º mas com saldo negativo nos créditos, vai ter que refazer a corrida para poder alcançar os créditos mínimos para liberar as próximas fases.
No modo Freeplay você seleciona um mapa, um estilo de jogo e o seu carro para poder jogar contra a I.A., que é quando você não tem muito tempo e está afim de zoar muito, pois você define as regras do jogo (tempo, quantidade de jogadores e etc.).
No modo Multiplayer você pode procurar uma sala que já iniciou para jogar, combinar com os seus amigos para se divertir ou criar uma sala escolhendo o estilo de jogo, as regras e a quantidade de jogadores. Porém, o único obstáculo que encontrei nesse modo foi para conseguir uma sala que já existia para jogar — no caso, achei só uma sala que já estava cheia.
Segurando firme no volante
A jogabilidade é parecida com o 1º jogo, fluída mas com os mesmos problemas de direção, já que temos dificuldade para manobrar até com carros pequenos de velocidade baixa. Você até consegue sentir uma diferença entre o tamanho e o peso de um carro para outro, mas tem que ter paciência para se acostumar e aprender a fazer as curvas direito.
A pista também tem os famosos powerups (são poderes que modificam a jogabilidade, te dando super força ou super resistência) que continuam fazendo a felicidade do pessoal que curte uma zoeira, como um item que faz uma música tocar e coloca todos os pedestres para dançar ficando, mais fácil de acertar eles.
Você consegue editar as cores dos carros além de instalar upgrades para deixar ele mais potente, forte ou resistente. Não há uma edição física do carro mas sim, uma melhoria nele para você ficar melhor que os seus adversários. Para deixar ele mais forte ou potente, você vai ter que encontrar os Tokens (que são moedas que estarão escondidas pelo mapa) que são utilizadas para quando você liberar algum upgrade depois de passar por algumas fases.
E claro que não podemos esquecer que em todas as corridas existem os carros da polícia que estão ali esperando você para tocar a perseguição, atrapalhando a corrida e tentando te prender. E eles querem de fato apenas te prender, pois também saem atravessando tudo o que veem pela frente.
Os mapas são os mesmos do Carmageddon original, só que melhorados (maiores e com mais detalhes) e também conta com novas pistas que permitem muita liberdade, pois se você quiser pode ficar apenas correndo de um lado para o outro apreciando a beleza dos mapas.
https://www.youtube.com/watch?v=s3yU0RIFvfU
Falando de gráficos
Por razões lógicas, Reincarnation tem o visual bem melhorado em relação aos games anteriores, mas fica muito aquém quando colocado lado a lado com games atuais de corrida, lembrando bastante títulos de cinco anos atrás, como Need for Speed: Undercover, por exemplo. É muito pouco para um game que prometia tanto, já que se tratava de um retorno de uma franquia tão aguardada.
Outra coisa que chama atenção, são as configurações do jogo, que exige configurações até que razoáveis, como um processador i3 de 3.1GHz, 4GB de RAM e 1GB de vídeo, e que roda abaixo das expectativas, confira:
Os carros, ao contrário, chamam bastante atenção, com suas animações exageradas de impacto (podem até chegar a perder o eixo das rodas) e como eles se consertam, dependendo de como foi a batida as peças que estão no meio da pista vem em direção ao carro para deixar ele novinho em folha.
Conclusão
Entre os três anos de anúncio no Kickstarter, seu desenvolvimento e alguns atrasos de lançamento, esperava mais da desenvolvedora e dos produtores, pois o visual e a jogabilidade deixaram a desejar.
Apesar desses problemas, os desenvolvedores cumpriram a promessa de manter tudo como sempre foi no espírito do jogo, apenas misturando os dois games, fazendo melhorias.
Independente de tudo, ainda é um jogo que te diverte por horas e horas se tiver criatividade além de matar a saudade do pessoal que jogou o jogo de 1997. Quem é fã da série como eu, vai adorar o jogo e quem sabe, até se emocionar lembrando os velhos tempos enquanto atropela gente inocente.