Top 10 Arkade: os jogos mais polêmicos de todos os tempos
Aproveitando o retorno da controversa série Carmageddon esta semana aos consoles, a Arkade preparou um Top 10 especial com os jogos mais polêmicos que já foram lançados. Tire as crianças da sala e embarque com a gente nessa lista!
A lista que você vai ver abaixo não consiste de jogos feitos para entreter ou para divertir. Quer dizer, alguns até fazem isso muito bem, mas temos também jogos feitos para chocar. Jogos que tratam de temas pesados como violência extrema, drogas, estupro, racismo, bullying, etc.
Ethnic Cleansing (Resistance Records – 2002)
Racismo e xenofobia em um game só. Neste game — que foi criado por uma organização neonazista — você pode escolher entre um skinhead ou um membro da Ku Klux Klan. Seu objetivo é simplesmente matar indiscriminadamente negros, latinos e judeus.
No final da campanha (sim, há uma campanha), você descobre que Ariel Sharon (ex-primeiro ministro de Israel) é a mente por trás do Centro de Controle Judaico, e ele tem planos de dominar o mundo. Só você pode detê-lo (leia-se matá-lo).
https://youtu.be/hdLX4GuySwQ
Com trilha sonora que faz alusão à “supremacia branca”, efeitos sonoros altamente questionáveis (negros emitem sons de macacos) e muito mal gosto, está aí um game que merece ficar no limbo do esquecimento.
Série Postal (Running with Scissos – 1997 – 2016)
O game coloca o jogador no controle de um sujeito esquizofrênico e descontrolado que só quer saber de tocar o horror pela cidade. Isso inclui assassinar pessoas de formas grotescamente criativas, explodir coisas e muito mais. O que começou como um shooter isométrico evoluiu para um game de ação em terceira pessoa onde era possível atear fogo nas pessoas e até mesmo urinar nos NPCs.
Curiosidade: o nome do jogo deriva da expressão “going postal”, que faz alusão a uma série de atentados e homicídios que foram perpetrados por funcionários do United States Postal Service ( o equivalente aos nossos Correios) que, em acessos de fúria, assassinaram transeuntes e colegas de trabalhos.
Apesar da controvérsia, este ano o game foi relançado em uma versão remasterizada chamada Postal Redux.
Bully (Rockstar – 2006)
Muito antes do termo “bullying” se popularizar por aqui, a Rockstar Games colocava nas prateleiras um jogo onde podíamos tocar o terror em uma escola. Muito criticado por transformar a violência nas escolas em “algo trivial”, o game permitia que o jogador batesse em outros alunos, assediasse as meninas pelos corredores, arrombasse armários e muito mais.
Obviamente, Bully foi proibido em alguns países, inclusive no Brasil. Em 2008, o Ministério Público do Rio Grande Sul proibiu a comercialização do game por aqui, sob a alegação do título “incitar a violência a professores, humilhação e ser nocivo para crianças e adolescentes”.
Curiosamente, 8 anos depois, o game foi relançado para Playstation 4 agora já pode ser adquirido legalmente tanto no console quanto via Steam.
Custer’s Revenge (Mystique – 1983)
Pois é, mesmo na época do Atari onde tudo parecia colorido e inocente, já tínhamos nas prateleiras um game que fazia apologia ao racismo contra índios e terminava com uma (pixelada) cena de estupro.
No comando de um excitado General George Armstrong Custer — sim, ele existiu de verdade, e foi uma peça importante na Guerra da Secessão –, o jogador precisava evitar as flechas que eram atiradas pelos índios. Do lado direito da tela, uma índia nua (supostamente presa a um cacto). Ao chegar até ela, Custer estuprava a indígena.
A “vingança” do título é pelo fato de Custer ter morrido em batalha em 1876, quando seu Regimento de Cavalaria foi aniquilado ao tentar atacar a maior concentração de índios da história dos Estados Unidos. O evento é conhecido como a Batalha de Little Bighorn, e é mais um dos sangrentos capítulos das Guerras Indígenas dos EUA.
https://youtu.be/qY2AqKCpGkk
O game é de uma época anterior às proibições e banimentos, mas sem dúvida causou sua cota de polêmica.
Super Columbine Massacre RPG (Danny Ledonne – 2005)
Produzido de forma independente na popular ferramenta RPG Maker, Super Columbine Massacre RPG chocou o mundo por trazer de volta o trágico Massacre de Columbine, no qual dois jovens armados invadiram uma escola, matando 12 alunos e 1 professor e feriram outras 20 pessoas.
No game, você controla Eric Harris e Dylan Klebold, os dois estudantes que perpetraram o massacre, e pode fazer todo o planejamento de como vai invadir a escola e realizar a chacina. O visual simples e quase “bonitinho” do RPG Maker mascara um pouco a coisa, mas a pegada do game é bem pesada.
Curiosamente, Super Columbine Massacre RPG dividiu opiniões: enquanto muitos destruíram o game, houve quem considerasse o título uma obra de arte, já que questionava os motivos que levaram ao massacre e o modo de vida norte-americano.
Série Manhunt (Rockstar – 2003 – 2007)
A Rockstar está de volta nesta lista, com um jogo que fomentou a eterna discussão “jogos violentos tornam as pessoas violentas”. A brutalidade dos assassinatos que o jogador pode realizar no game chocou as pessoas, e o jogo foi realmente levado ao tribunal como se tivesse influenciado um assassinato.
O game foi citado no julgamento de um assassinato que ocorreu na Inglaterra, onde um garoto de 17 anos matou um colega de 14 usando um martelo. A controvérsia deu visibilidade ao game, e Manhunt 2 quase foi banido de diversos territórios antes mesmo de ser lançado.
Tido como um dos jogos mais violentos de todos os tempos, em Manhunt seu personagem precisa escapar de lugares sinistros, usando o que tiver ao seu alcance para eliminar os inimigos. Tortura, desmembramentos e asfixia com sacos plásticos estão entre as formas de matar presentes no game.
Hatred (Destructive Creations – 2015)
Em 2014, a produtora indie Destructive Creations se envolveu em muitas polêmicas por conta de Hatred, jogo onde assumimos o controle de um psicopata cheio de ódio que quer simplesmente sair matando de formas grotescas todos que cruzarem o seu caminho.
A má impressão causada pela violência explícita do game foi tão grande que a Valve chegou a tirá-lo do Steam, e tinha planos de nem lançar o jogo por lá. Posteriormente, o game acabou voltando ao Steam, e foi lançado normalmente.
https://youtu.be/qV3PhvCf_Jg
Ironicamente, o game acabou se mostrando uma decepção, pois não trazia um viés interessante para a matança, nem sequer tentava levantar uma discussão sobre psicopatia. Era matança pela matança. Você pode conferir nossa análise do game através deste link.
Série Carmageddon (Stainless Games 1997 – 2016)
Inspirado no também controverso filme Death Race 2000, o game ficou famoso por permitir que o jogador atropelasse pedestres inocentes enquanto participava de uma corrida insana. Atropelar os pedestres concedia pontos, e o jogador inclusive era recompensado por ser criativo na hora da matança.
O game foi banido aqui no Brasil — o que só tornou-o ainda mais popular. Ele também ganhou versões “censuradas” onde os pedestres eram substituídos por zumbis. A versão mais recente do game, Carmageddon Max Damage, ressuscita a polêmica ao colocar velhinhas, cadeirantes, ciclistas e pessoas obesas para serem atropeladas.
Já que está aqui, aproveite e leia nossa análise de Carmageddon Reincarnation. Semana que vem, publicaremos nossa resenha de Carmageddon: Max Damage.
Série Grand Theft Auto (Rockstar 1997 – 2016)
Claro que um dos maiores queridinhos desta área não poderia faltar nesta lista, não é? Ainda que seja aclamado por milhões de jogadores ao redor do mundo, a série GTA sempre andou de mãos dadas com a polêmica por oferecer um mix de tudo o que é “errado” no mundo.
Vejamos: em GTA você pode atropelar pessoas, assaltar bancos e lojas, roubar carros, usar (e traficar) drogas, matar pessoas inocentes, explodir coisas… e muito mais. Não por acaso o game é tão controverso quando amado, e a cada novo episódio, a Rockstar se supera ao misturar personagens envolventes com visual top de linha e uma narrativa poderosa.
Ao contrário de outros games desta lista porém, onde a violência está ali só por estar, GTA sempre aprofunda suas polêmicas com discussões políticas e raciais. Há quem jogue só pela zoeira, claro, mas sempre há uma mensagem maior. Ah, e nós temos análises de GTA V na geração passada e também na atual, confira!
RapeLay (Illusion Soft – 2006)
Para encerrar esta lista pra lá de controversa, um jogo que consegue a façanha de se tornar mais polêmico a cada ano: em RapeLay, o objetivo do jogador é perseguir e estuprar mulheres indefesas (uma mãe e duas filhas), podendo inclusive escolher a posição do ato sexual e tirar fotos da vítima após o ato.
Com visual típico de anime, o game chocou por sua temática abusiva, que apresenta situações de assédio em ambientes como metrôs, banheiros e casas. E quando você acha que não pode piorar, eis que o game possui um “final ruim” caso alguma das vítimas engravide… mas é possível evitar isso incitando-a a abortar.
https://youtu.be/a54Pu9dTJfQ
Ativistas conseguiram tirar RapeLay das prateleiras, mas o jogo disseminou-se rapidamente pela internet e pode até ser encontrado de graça ainda hoje. Novos episódios continuam sendo produzidos e lançados regularmente através de fóruns e sites obscuros.
Que fique claro…
Que nem todo jogo polêmico é ruim. Apesar de controversos, muitos jogos deste tipo possuem boas histórias por trás, e acabaram se tornando algumas das franquias de maior sucesso no mundo dos games — vide GTA, Mortal Kombat e DOOM, por exemplo, que estão aí até hoje. Já outros são simplesmente apelativos e sem graça, e acabam decepcionando os fãs (caso de Hatred).
E você, jogou algum game polêmico que ficou fora desta lista? O jogo era bom ou ruim? O que você acha de jogos que abordam violência, drogas, estupro e coisas do tipo? Deixe sua opinião nos comentários!