Rock Band 3 (PS3, X360, Wii) ensina você a tocar guitarra de verdade
O gênero de jogos de ritmo vem se mostrando cada vez mais saturado, com suas duas principais franquias, Guitar Hero e Rock Band, buscando novas formas de atrair e manter os fãs. Guitar Hero tentou agradar todo mundo com um setlist variado e fragmentado. E Rock Band? A cria da Harmonix e da MTV Games quer que você aprenda guitarra, bateria e teclado – literalmente falando.
A grande novidade de Rock Band 3 é, sem dúvidas, o Pro Mode, que promete replicar no jogo como seria tocar uma guitarra, baixo, bateria ou teclado (o novo instrumento) como um profissional. Por isso, todas as 83 músicas trazem dois modos: um sendo o modo tradicional que conhecemos, com cinco botões coloridos, e outro sendo o profissional, cuja guitarra conta com 102 botões(!!) que correspondem às cordas e notas.
Se não bastasse o número de botões extremamente elevado, o Pro Mode é absurdamente difícil. Mesmo no treino, qualquer falha é punida severamente e é necessário ser praticamente impecável para poder passar pelas músicas no modo profissional. Existe apenas um meio quase certeiro de se dar bem no Pro Guitar ou Pro Keyboard: ignore que você esteja jogando um videogame e imagine que está tocando guitarra ou teclado de verdade. Deste jeito, você vai aprendendo não a jogar e sim a tocar o instrumento – e, para quem não sabe, a sensação de aprender guitarra jogando Rock Band 3 é muito divertida.
Além disso, o Pro Mode custa caro para o bolso do gamer. A guitarra-teclado custa 80 dólares sozinha ou 130 dólares junto com o jogo. Já a guitarra Pro custa, sozinha, 150 dólares. Mais o preço do jogo, que é em média 60 dólares, já temos o suficiente para comprar uma guitarra de verdade. Se pensarmos que ainda será lançada uma guitarra de cordas compatível com o jogo (e que deve ser ainda mais cara), fica mais barato comprar uma guitarra de verdade e ir ter aulas para aprender a tocar o instrumento de verdade.
Caso você não opte pelo Pro Mode, o que você terá então é mais uma expansão de Rock Band no estilo que todos conhecemos. A grande novidade fora do Pro Mode é o modo carreira. Não existe mais o mapa mundi que ia sendo desbravado pelo(s) jogador(es). Agora, todo o modo funciona como uma carreira propriamente dita: seu grupo começa com shows pequenos e com uma van. Conforme você vai completando desafios, a sua situação melhora, com grandes concertos e até mesmo um jato particular para levá-los de um show para outro.
A playlist de Rock Band 3 traz 83 músicas inéditas, sendo que destas, 63 possuem teclado ou piano. Por isso, existem algumas escolhas curiosas de músicas, como Amy Winehouse, Warren Zevon e Elton John. Nada contra estes artistas, mas vê-los em um jogo chamado Rock Band é, no mínimo, inusitado. Outra novidade é que o vocal de três pessoas inserido em The Beatles: Rock Band volta em RB3, fazendo desde já com que Bohemian Rhapsody, do Queen, seja uma das músicas mais engraçadas e divertidas de jogar.
Rock Band 3 é, sem dúvidas, uma grande adição para a biblioteca de jogos de ritmo, mas seu potencial total só é atingido se o gamer tiver uma bela grana sobrando (e espaço no armário para mais instrumentos de plástico). Caso este não seja o seu caso, ainda assim vale a pena conferir as músicas novas e o novo modo carreira de Rock Band 3.